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Ret🤬

Que dia de merda!

Se bem que os últimos três meses foram muito fodidos.  Na moral, como pode alguém se foder tanto em um tão pouco tempo?

Quando o carro parou na frente da minha casa quase me ajoelhei em agradecimento.  Que saudade do meu espaço pessoal, que saudade de um lugar bem higienizado...

Saio do carro e os dois patetas praticamente pulam do carro pra virem na minha direção.

Victor: Antes de tu entrar a gente precisa conversar.

Ret: Agora não.- mereço pelo menos umas 2 horas de paz, uma ducha e uma boa refeição.

Souza: Mas....- corto ele.

Ret: Eu vou entrar, tomar um banho e depois falo com vocês.

Os problemas não vão fugir, posso lidar com eles mais tarde.

Entro sem dar tempo pra falarem mais nada. Só preciso de um bom banho, um banho sozinho.

Outra coisa que quero muito é deitar na minha cama e dormir por umas 12 horas seguidas, mas sei que isso não vai rolar. Só que não custa sonhar.

Subo direto pro meu quarto, tava com saudade do meu canto. Gosto das minhas coisas no lugar, gosto da paz que tenho estando sozinho em casa, um lugar livre de problemas.

Acho que a Larissa deve ter vindo aqui, tá com um cheiro diferente. Ela sabe que não curto isso, gosto do meu espaço pessoal.

Falando em Larissa, a gente tem muito que conversar. É minha única família de sangue e eu não posso permitir que nossa irmandade acabe, por mais que seja difícil lidar com a atual situação, lidar com ela.

Tiro a camisa pronto pra entrar no banheiro, quero um banho longo para tirar o cheiro daquele lugar de mim.

Abro a porta do banheiro e me assunto com o grito feminino. Chego a perder o rumo da situação.

Por que ela tá gritando? Ou melhor, por que tem uma mulher no meu banheiro?

A loira enrolada na minha toalha branca me olha assustada como se eu tivesse invadido a casa dela e não o contrário.

Ret: O que tu acha que tá fazendo?- pergunto confuso.

Xx: O Souza ele ....

Ret: O maluco tá trazendo mulher pra minha casa? - ah, vou deixar o VG meter a porrada nele. Babaca,  aproveitando minha ausência pra fazer minha casa de motel.

Ela continua me encarando ainda segurando a toalha.

Não sabia que alguém tinha a capacidade de ficar tão pálida.

Ret: Vai meter o pé ou vai ficar pra me acompanhar no banho?

Xx: Você é o Ret?

Ret: Por quê?- curiosa.

Xx: Porquê eu sou a Carolina, a esposa do Eduardo.

O que?

Pela primeira vez desde que abri a porta do banheiro eu prestei atenção nela.

O cabelo loiro, o olho claro, os peitos quase fugindo da toalha.

Essa aqui é a mulher daquele cara?

Ret: Tu é a mulher daquele filho da puta?- ela me olha assustada.

Carol: Sou a esposa sequestrada - se negou admitir que o marido é o filho da puta.- Eduardo aceitou a troca? Bom, aceitou já que você está aqui. Quando eu volto para casa?

Ah, eu tenho tantos planos pra ti...

Ir pra casa não tá incluso.

Mas a minha prioridade é tomar um banho e falar com os caras. Onde eles tavam com a cabeça quando acharam uma boa ideia botar a mulher de um policial na minha casa?

Ret: Sei- ela continua parada- e  aí, vai ficar pro meu banho?

Carol: Não...?

Ret: Por acaso isso foi uma pergunta?

Ah mina é sequelada.

Mas também, olha só o marido dela. Não dá pra julgar, qualquer uma ia ficar sequelada. Se bem que eu julgo essa aí pra caralho.

A loira passa praticamente correndo por mim e ainda sai batendo a porta do quarto.

Ret:  Ainda bem que o Souza e o VG são sem família, assim ninguém sente falta quando eu matar aqueles dois infelizes.

                                         [...]

Tem uma loira com minha blusa e despenteada sentada no meu sofá.

Queria que aquele filho da puta visse essa cena.  As condições poderiam fazer ele pensar cosias interessantes.

Mas se bem que ela é bem branquinha então provavelmente estaria vermelha.

Merda, pensei besteira.

Carol: Hmm..- ela chama minha atenção- Se você está aqui quer dizer que eu vou pra casa, quando vou?

Ret: Precisa ter pressa não, tudo no meu tempo.

Ela apenas concorda encarando o lado esquerdo do meu rosto que tá roxo por conta do soco que o babaca me deu.

Ret: É- passo a mão pelo local- não foi de boa falar que a mulher dele devia ser uma delícia.

É, eu tinha razão. Ela fica vermelha com facilidade.

É, eu também tinha razão sobre ela ser uma delícia.

Carol: Pelo que os meninos me disseram eu voltaria pra casa assim que você fosse solto. Você está aqui então....

Encaro a loira e só consigo pensar no quão filha da puta ela é, deve ser  uma versão feminina do Eduardo. Tenho que tomar cuidado com ela, ela pode parecer inofensiva e ser tão letal quanto uma bomba.

Quero matar aqueles dois idiotas por terem deixado ela entrar na minha casa. Ainda não sei como tiveram uma ideia tão estúpida.

Ret: Foda-se o que te disseram, agora a história é outra.

Carol: Como assim? O que vai acontecer?

Ret: Não te devo satisfação,  fica na tua e de preferência de boca fechada. E por que caralhos a minha casa tá fedendo a café.

Carol: Eu passei café.- ela diz como se fosse algo rotineiro.

Ret: Ah, tu passou café...Tais bem confortável por aqui, que bacana.

Carol: Olha, independente do problema que você tem com o meu marido não é justo me envolver, eu não fiz nada, nunca nem me interessei em saber quem era você.

Ret: Coitadinha dela, uma pessoa tão boazinha. Deixa de ser sonsa mulher, chega até ser feio

Carol: Um policial prendeu um bandido, desculpa se isso é tão irracional para você.- encaro ela no puro ódio.

Ret: Acha mesmo que se fosse só isso eu ia tá ligando pro lixo do teu marido?  Tu tem sorte que ninguém aqui é tão filho da puta que nem ele, ou tu tava fodida.

Crime PerfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora