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Souza

Sabia que isso ia acontecer, só achei que tinha mais tempo. Mas tá na cara que me delataram. Aposto que foi o fodido do Lucas.

Souza: Cadê o Ret e o VG?- mandaram o cachorro de estimação ? - cuspo o sangue que se acumula na minha boca e olho pra ele.

Abri a porta pra pegar a comida que pedi e levei logo dois socos na cara.

Ryan: Tu não vale o tempo deles.

Souza: Não. Mas o teu sim?

Ryan: Sou do tipo que adora cortar o mal pela raiz.

Souza: É um bom pensamento, até o mal ser você.

Ryan: Eu não vim pra escutar um monólogo. Vim pra te dar um tiro no meio da cara, te fazer um problema a menos.

Souza: E por que não atirou ainda.

Ryan: Porquê eu acho essa situação tão engraçada. É que tu pegou todo mundo de surpresa com essa merda.

Souza: Principalmente tu, né? Teu rosto se recuperou rápido da surra.Achei que ia ficar uma ou duas cicatrizes.-

Ryan: Dei sorte.- O filho da puta engatilha a arma e mira em min.

Souza: Não vai me perguntar por que eu fiz isso?

Ryan: Porquê é um filho da puta. Esse é o único motivo pra fazer uma merda dessa, pra trair a família.

Souza: Não são minha família de verdade.

Ryan: Não a tua família de verdade te tratava que nem lixo. Coisa que tu nunca ia ver vindo da Larissa e da Carolina.

Souza: Carolina foi a pior decisão do VG. Quem é o imbecil que sequestra a esposa de um policial?

Não pude negar na época, ia ser suspeito pra caralho. Fui na onda, mas não achei que ia dar certo.

Pensei que ia ser difícil tirar a Rapunzel da torre, mas foi fácil pra caralho.

Souza: O pior de tudo foi o Ret ter saído da cadeia e ter mantido ela na casa. Burro pra caralho. Ter a mulher de um policial no Complexo era ter a porra de um alvo nas costas de todo mundo.

Ryan: Teu problema era com a Carol?

Souza: Não, era com as ideias idiotas que colocavam a gestão em risco. É o Ret tentando ficar em paz com comunidade que a gente tá em guerra a mó cota, e ele querendo comer a mulher do policial que prendeu ele, e ele arriscar tudo por uma boceta.

Ryan: Espera aí, tu ficou puto porque ele tava de acordo em se tornar aliado do Baiano? Foi logo depois dessa ideia que o Ret foi preso, que conseguiram por as mãos na Larissa e sequestraram ela.

Souza: O Ret ia foder com tudo que o pai dele construiu. Se o VG ficasse no comando ia seguir o meu raciocínio e a gente ia acabar com o Baiano. E a comunidade dele ia ser nossa, nosso domínio ia aumentar. Mas aí veio o plano de sequestrar alguém e trocar pela liberdade do Ret.

Porra, as coisas tem que ser feitas do jeito certo. O filho da puta é traficante, não membro da caridade. Ret já foi melhor hoje em dia ele não tem objetivo nenhum, pra ele tudo está bom do jeito que tá.

E pra mim isso é uma grande palhaçada.

Ryan: Caralho, tu é um merda. Ninguém vai chorar pela tua morte, ninguém vai sentir tau falta. Tu vai ser só mais um babaca sem vida. E eu vou adorar ter causado isso.

Souza: Um hora tu vai estar na mesma posição que eu estive e vai ver que eu estive certo. Quando for tu a trair eles, quem será que vai dar cabo em ti?

Ryan: Isso não vai acontecer. Se eu tiver um problema ou opinião  vou dizer. Não sou do tipo que faz pelas costas. Não sou você.

    Carolina👑

Filipe se lembrou de quando eu disse que fiz administração, mas que a minha vontade era trabalhar com alguma ação social.

Então ele me deixou responsável por algumas ações que ocorrem aqui no Complexo.

Eu não poderia estar mais feliz. Só me falta fazer com que a família cresça.

Carol: Tem certeza que é uma boa ideia estar aqui?-encaro o mar- Já achei o restaurante um risco.

Hoje ele invocou um a gente tinha que jantar fora.

Só que podemos ignorar que o Filipe é um foragido.

Ret: A gente tinha que comemorar o seu trabalho novo.

Quero dizer que podíamos ter comemorado no Complexo, mas não dá pra ignorar que ele se empenhou para estramos aqui.

Carol: Obrigada pela noite-fico nas pontas dos pés e beijo ele.

Ret: Te amo, minha loirinha.

Carol: Também te amo-digo com um sorriso nos lábios.

Ret: A gente vai passar o resto da vida juntos, vamos passar por todas a dificuldades juntos e eu quero muito isso.

Carol: Eu também quero muito isso- ele solta a minha mão e me olha de um jeito diferente, parece nervoso.

Ret: Eu também-meus olhos se arregalam quando ele se ajoelha- Quero tudo isso contigo sendo minha esposa. Por isso Carolina, quero que tu aceite se casar comigo.-olho para a aliança dentro da caixinha- Quer ser minha esposa?

Meus Deus! Não acredito.

Carol: Sim, mil vezes sim.-abro um sorriso enorme.- Nada me faria mais feliz. quero tudo com você Filipe, tudo mesmo.

       [...]

Hoje o pessoal veio aqui em casa para jantar. Quis comemorar meu noivado.

Estou tão feliz que a cada 5 minutos eu encaro a aliança na minha mão.

Sei que não vai ser no cartório, por conta do Filipe. Mas isso não diminui a minha felicidade.

Lari: Você está sorrindo tanto que daqui a pouco teu rosto não volta ao normal.-ela brinca- Estou tão feliz por você, por vocês dois na verdade. Eu disse que isso ia acontecer. Ret não ia perder a oportunidade de mostrar pra todo mundo que tu é casada com ele.

Carol: Espero que a aliança no dedo dele afaste aquela garota.

Lari: Aí amiga, nem se ele tatuar o teu nome na testa. Uma vez piranha, sempre piranha. Mas relaxa que o teu cachorro é bem adestrado. E qualquer coisa a gente desse a porrada nela.

Carol: Não sou de brigar.

Lari: Eu bato por ti. Considera um presente de casamento. Um vale surra que você pode usar na hora que quiser. Estou a disposição.- ela pisca pra mim e sorri como se fosse o melhor presente do mundo.

Crime PerfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora