Márcia
Senhor Avelar me ordenou que após o café da manhã eu limpasse a suíte principal.
Claro que achei um pouco estranho, desde que ela voltou para a casa eu não entro no quarto e antes isso fazia parte do meu dia a dia.
A senhora Avelar nem se mexeu na poltrona quando entrei, ela parece estar paralisada.
Nem sei o que pensar quando encontro alguns resquícios de sangue do banheiro e uma mancha no lençol.
Márcia: A senhora está melhor? Creio que tenha se machucado por conta da situação atual.- me refiro ao sangue.
A senhora Avelar apenas vira o rosto na minha direção lentamente. O rosto lindo dela que sempre foi iluminado por um sorriso enorme está escondido atrás de hematomas e olhos inchados.
Márcia: Meu Deus, o que aconteceu com a senhora?
Carol: Um casamento fracassado, isso que aconteceu comigo.
Márcia: Foi o senhor Avelar que fez isso com você?- Ele agrediu a esposa?
Carol: Você devia terminar o que tem que fazer e se retirar do quarto, é o mais sensato para nós duas.
Márcia: Falei com a sua amiga, Larissa. Queria que eu dissesse que você vai voltar para sua nova família-vejo que os olhos dela se enchem de lágrimas- Ela quer que eu deixe meu celular com a senhora, quer que ligue para o irmão dela. Vou trazer para você assim que possível, hoje fui pega de surpresa.
Carol: Filipe...- vejo um pequeno sorriso surgir no rosto dela- Ai meu Deus, você tem que contar algo para a Larissa. Precisa dizer para ela falar para o irmão que no dia que me tiraram de lá aconteceu algo. Eu estava saindo da casa com o Ryan quando....- ela para de falar quando passos ecoam no corredor.
Eduardo: Vejo que ainda está por aqui Márcia, você já fez o trabalho? Um trabalho pelo qual eu pago muito bem e sei que vai te fazer falta caso tenha que sair da minha casa.
Márcia: Terminei sim, senhor. Só estava questionando se a senhora Avelar deseja algo para comer. Verificando se ela melhorou do problema no estômago.
Eduardo: Não te pago para ser babá da minha esposa. Faça apenas o que é paga para fazer. Ela ainda não está 100% do estômago, acredito que tenha pego um parasita, mas com certeza o corpo dela já se livrou dele, é questão de tempo até tudo ficar bem.
Noto como ela engole em seco e leva não até a barriga com um olhar vazio.
Aí meu Deus! Não pode ser o que estou pensando.
Ret🤬
Ryan: Puta que pariu - ele cospe o sangue no chão- Cês tem fetiche em bater? Coitada das minas que saem com vocês. Devem ser tudo torta.
Ret: Quero que tu me diga o que fez. Eu quero muito te matar, não tens noção da raiva que eu tô, mas to disposto a te deixar ir embora. Se me contar algo que possa ajudar a trazer a Carolina pra casa eu deixo tu sair do complexo com vida. Te dou a minha palavra.
Ryan: Eu não posso te ajudar com isso, cara não fui eu. Tô te dizendo que fui nocauteado quando tava saindo da casa. Tu pode me culpar por deixar levarem, por não ter sido mais cauteloso com alguém que é tão importante pra ti. Mas não pode me culpar de tramar isso, eu não te trai, não facilitei para tirarem ela daqui.
Ret: Se não pode ajudar..
Ryan: Eu tava perto da entrada, um carro suspeito passou duas vezes aqui na frente antes de se aproximar e falar com o Paulinho, ele chamou alguém no rádio que autorizou a entrada, nem revistaram o carro. Tô te dizendo que os primeiros invasores entraram livremente aqui, alguém deixou. Então tu tem um traidor, mas não sou eu.
Ret: Muito convincente. O Paulinho não se recuperou do tiro que levou.
Ryan: A Carolina sabe que não fui eu, e diferente de mim ela viu quem me bateu. Queria te ajudar, mas não sei de nada.
Ret: Mas ninguém sabia onde ela tava.
Ryan: Vocês pulam de colchão em colchão, podem ter deixado escapar alguma informação que rolou por aí. Tu sabe como todo mundo tava curioso em relação a ela. Porra, tinha um boato que viram ela te dando sorvete na boca. Quem é que não fica curioso?
Ret: Não estive com ninguém depois que saí da prisão, nem tem a possibilidade de eu ter contado pra alguém. E o Souza e o VG gostam dela, e minha irmã não ia fazer isso.
Ryan: Acredito nisso, mas também não fui eu. Quer dizer que tu ainda tem alguém aqui dentro que pode piorar muito a tua situação.
Ret: E quem du diz que é?
Ryan: Eu não sei. Mas sei que a pessoa tem espaço o suficiente pra fazer o que quiser. Tu pode me manter aqui e deixar o idiota do Souza me usar de saco de pancada, mas não sou eu quem devia estar aqui . E como já falei pra tua irmã, gosto da Carol e tô disposto a ajudar.
Ret: Por que eu confiaria em ti?
Ryan: Por que trabalho pra ti a anos e levei dois tiros para ajudar a tua irmã sair do lugar onde aquele merdinha colocou ela. Por que nunca te dei motivo pra tu desconfiar de mim.
Antes que eu possa dizer algo a Larissa entrar na sala chorando.
Ret: O que foi?
Lari: Ele me ligou. - Não fode, esse cara já passou de todos os limites-Disse que a próxima sou eu. Disse que se eu quero tanto ver a Carolina ele vai fazer a gentileza de me levar até ela.
Ret: Ele não vai por a mão em ti.
Lari: Tem mais, a Márcia me ligou. Ela viu a Carol, disse que ela tá péssima e que foi ordenado que ela limpasse sangue no quarto. Ela acha... Acha que...Acha que a Carol sofreu um aborto ou algo do tipo.
Pisco assimilando o que ela achou de dizer.
Um aborto?
A loirinha estava grávida?
Ela que achava que nunca poderia ser mãe? Que sonhava tanto em ter uma miniatura de si?
Meu peito dói com essa possibilidade. Achar que não pode engravidar e quando acontece tiram isso dela. Tiram o filho dela.
O nosso filho.
Larissa: A gente tem que tirar ela de lá agora mesmo, não importa como.
Ryan: Talvez eu tenha uma ideia. A gente vai precisar só da minha tia, um cara de confiança e uma compra grande.- encaro ele- Já disse que quero ajudar. Mas se aceitar minha ajuda eu quero que seja algo só entre nós três, não vou dar chance para o azar.
Lari: Filipe... querendo ou não ele é a nossa melhor chance. Na situação que estamos não podemos ficar esperando de braços cruzados. Acho que a gente tem que tentar.
Ret: Se tu piorar a situação dela eu acabo com você. Não vai ser o Souza que vai lidar contigo vai ser eu.
Ryan: Beleza, mas quando isso acabar e tu ver que eu não sou o culpado vai ter que me dar férias e me pagar um bom dentista.
O filho da puta ainda fica de gracinha.
Lari: Qual é o plano?
Ryan: É bem simples, mas prefiro falar quando não estiver amarrado.
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Crime Perfeito
FanfictionCom ela eu caso, construo família, dispenso todas e morro casadão.