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                                      Carolina👑

Três semanas depois...

Acordei depois da minha primeira noite na casa nova.

Eu não poderia estar mais feliz. E não é só pela casa, mas pelo que ela significa.

É maravilhoso saber que o Filipe planeja um futuro comigo.

Ret: Tu tem que descansar, cuidou da mudança e agora parece um zumbi.-olho indignada para ele.

Carol: Bom dia meu amor, dormiu bem? - ironizo.

Ret: Foi mal, é que me incomoda não te vê animada. É o teu jeitinho.

Carol: Eu sou afobada, quis arrumar tudo de uma vez e acabei ficando cansada, não parecendo um Zumbi.

Ret: Eu falei com boas intenções.-bufo.

Carol: Em nenhum lugar chamar a namorada de Zumbi é uma boa intenção. Mas vou ignorar por que te amo.- pego minha caneca e sigo até a pia para lavar.

Filipe vem atrás de mim e me abraça por trás.

Ret: Não quis te deixar chateada, loirinha.-ele beija o meu ombro.

Carol: Não estou chateada- me viro ficando de frente para ele.

Ret: Que bom, nada de greve - reviro os olhos e empurro o peitoral dele escutando a gargalhada.

Carol: Você não tem que ir trabalhar? Acho que tá na hora.

Ret: Tá me expulsando de casa? Que isso, loira? Tu já foi melhorzinha.

Como eu posso amar tanto esse palhaço?

Carol: Não estou te expulsando, apenas sugerindo que você saia de casa e vá trabalhar.

Ret: Se tu diz, pra mim parece um expulsão. Mas tu tem razão, tenho um monte de coisa pra resolver agora de manhã- ele me beija- Vou tentar almoçar contigo. Qualquer coisa te mando mensagem.

Carol: Tudo bem, vou passar a manhã por aqui. Quero ajeitar mais algumas coisas.

Ret: Beleza, qualquer coisa que precisar me liga- concordo beijando ele.

Carol: Te amo.

Ret: Te amo, minha loirinha- ele pisca pra mim e me rouba mais alguns beijos antes de finalmente sair.

[...]

Lari: Vou fingir que não sei que tu só me chamou pra almoçar porque meu irmão não vem.- ela dramatiza.

Carol: Também não é assim. Te chamei porque eu gosto da sua amizade- ela bufa.- Tá, te mandei mensagem depois que o seu irmão avisar que não ia poder ir em casa no almoço.

Lari: Tudo bem, você não tem culpa do seu mau gosto- ela sorri e toma um gole do suco.

Carol: Achei estranho ele desmarcar tão em cima da hora.

Lari: Amiga, deixa isso de lado. Deve ser algum problema com algum carregamento ou com a polícia, te conheço bem o suficiente pra saber que tu não vai querer se envolver.

Carol: Eu sei, mas não dá pra ignorar o fato de que tiraram até o Ryan de perto de mim. O Azevedo que tá de babá hoje.- olho para uma mesa mais afastada onde ele está. O cara está almoçando, mas não tira os olhos de mim.

Lari: O lugar do Souza tá vago e o Ryan é a melhor opção para por no cargo. Ele só não foi envolvido nisso ainda porque tu gosta dele te protegendo e ele gosta de ganhar café da tarde. Mas uma hora ele sobe.

Carol: Acho que não vai ser tão ruim ter o Azevedo comigo. Ele parece legal.- dou de ombros.- Você não tem alguém te seguindo o tempo todo?

Lari: O pessoal não gosta de cuidar de mim, eu tenho o dom de dar perdido e aí eles escutam pra caralho. Da última vez que eu fiz isso o Eduardo me sequestrou e trocou a minha liberdade pela a do meu irmão. Então eu estou meio traumatizada e não saio do Complexo e não vou a lugar nenhum aqui dentro sozinha.

Carol: Sinto muito pelo ocorrido.

Lari: Águas pesadas- ela faz pouco caso- E aí, tudo certo pra domingo?

Carol: Sim- digo animada.

Lari: E já tem um bebê dentro de você? Estou bem ansiosa para ser tia e principalmente para ver o Ret como papai.

Carol: Não nada de bebês- me remexo desconfortável- Sabe, eu tenho medo de que o aborto tenha me deixado sequelas. Eu tinha me acostumado com a ideia de não poder engravidar, daí eu pude ter esperanças, tenho medo de ter me iludido.

Lari: Você vai engravidar, só tá levando um tempo. Não tem nada de errado com você, só não faz muito tempo que você está tentado. Não fica se martirizando por isso.

Carol: Você tem razão é só meu subconsciente tentando me sabotar. Ele não consegue aceitar por completo o quão boa minha vida está agora.-ela começa a gargalhar- O que foi?

Lari: Desculpa é que é meio engraçado. Te sequestraram pra usar como moeda de troca e agora a tua vida tá perfeita. Tipo perfeita com o teu namorado traficante, o namorado que matou o teu marido.

Carol: Tá falando deste jeito... Parece bem pior do que realmente foi.

Lari: Aquela parada de os fins justificam os meios.

Carol: É, o que importa é que deu tudo certo- ela concorda.

Lari: Quais os seu planos para hoje de tarde?

Carol: Não sei, passei tanto tempo sem poder escolher que agora nem sei o que quero.

Lari: Ainda bem que aquele traste morreu. Que tal a gente bater perna pelo morro, posso te mostrar as lojinhas, podemos fazer comprinhas e gastar um pouco desse seu dinheiro.

    [...]

Larissa não estava de brincadeira, andei até não poder mais.

Mas confesso que amei cada minutinho. Sei que falo muito em como o Filipe mudou a minha vida, mas não dá pra negar que a Lari é uma das minhas partes preferidas nessa nova vida.

Lari: Vamos lá pra casa, a gente pede uma pizza. Manda o Ret te buscar de noite

Carol: Tá bom, só vou deixar essas sacolas lá em casa e avisar o Filipe. Achei estranho ele não me encher de mensagens, faz parte do dia a dia.

Lari: Deve ter sido um dia agitado na boca. Queres pedir a pizza lá pra casa ou comer fora? Quer saber, vamos comer fora, assim não preciso limpar nada depois. -ela vira pro Azevedo- Bem que tu podia levar essas sacolas enquanto a gente espera na pizzaria, né?

Azevedo: Nem rola, o chefe mandou eu ficar de olho na dona Carol.

Ignoro o dona Carol, faz com que eu me sinta uma velha.

Lari: A dona Carol- ela fala para me provocar- vai esperar com o lindo bumbum preso em uma das cadeiras do lugar. Não quero ficar com esse monte de sacola.

Azevedo: Não quer ficar? Eu que to segurando tudo!

Lari: Se me entendeu. leva lá enquanto a gente pede a pizza, assim comemos os três juntos.

Azevedo: Tá tentando me comprar com comida? Não sou o Ryan...

Lari: Deixa de ser azedo.

Azevedo: Eu chamo alguém pra levar e vocês me pagam o jantar, o mínimo por terem feito eu andar a tarde toda.

Lari: Tá bom sombra, vamos fazer do seu jeito. - ela vira pra mim- Que cara resmungão.

Azevedo:  Vou nem fala nada,  porque se eu fala vou tá errado.

Crime PerfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora