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                                  Carolina👑

Hoje o Ret saiu tão cedo que eu nem cheguei a ver ele.

Fiz café apenas pra mim, pego a caneca cheia do líquido quente e sigo para os fundos da casa.

Sento na espreguiçadeira e tomo calmante o café.

Mas o meu clima de fingir ter paz se vai quando escuto batidas na porta, o que é muito estranho já que todo mundo já chega invadindo.

Sigo para porta principal e abro para ver quem é, o meu maior palpite é que se trata do Souza pronto para me irritar.

Só que quando abro a porta não tem ninguém, só uma sacola no chão com uma caixinha.

Pego a sacola e entro na casa fechando a porta. Bem curiosa abro para ver o que é.

Carol: Um celular?

Aperto no botão lateral e não demora para o celular ligar.

Tem um único número salvo e eu conheço muito bem esse número.

Deixo a caixa e o celular em cima do sofá e volto para o lado de fora da casa, chego a ir até o portão, mas não vejo ninguém por perto, nem o Ryan está por aqui.

Aperto novamente o botão lateral, dessa vez desligo o aparelho.

É, o Eduardo de alguma forma conseguiu chegar até mim.

Basta apenas fazer uma ligação, sei que o Eduardo tem um plano, se o celular chegou até mim, quer dizer que tem alguém aqui que está do lado dele.

Sigo para o quarto onde estou dormindo e coloco o celular embaixo do travesseiro.

Não sei muito bem qual vai ser o meu próximo passo.

Será que isso veio mesmo do meu marido? Será que é o Ret me testando?

E se for o Ret e eu não devolver? O que acontece comigo?  Viro uma refém de verdade?

E se essa for a minha chance de sair daqui?

[...]

Lari:Tudo certo? Parece que tais em outro mundo.

Carol: Só estou com um pouco de dor de cabeça, nada demais.

Lari: Sei. Você sente falta de casa? Não do traste do teu marido e sim da tua casa? Do que você fazia no dia a dia.

Carol: Agora você vai me julgar mais do que nunca, mas eu não tinha uma rotina legal, não fazia nada além de ficar em casa sendo, como seus amigos gostam de falar, sendo parte da decoração.

Lari: Tá estou te julgando horrores, mas vou julgar mentalmente para não ser tão ofensivo. Bom, a gente pode ir lá Gorete tomar uma açaí, fazer algo tão simples que pelo jeito tu não fazia.

Carol: Não sei se seu irmão vai aprovar isso, afinal eu sou uma refém.

Lari: Ele te levou para um churrasco.

Carol: Na casa do Victor, onde não tinha muita gente.

Lari: Detalhes, a gente convence o meu irmão.

Carol: Não acho que se seja um bom momento, ele não está em um bom momento comigo... eu acho... Não que teve algum momento bom... Você entendeu.

Lari: Você não sabe o que ele vai dizer, vale a pena tentar.

                                         [...]

Ret: Não.- Nossa, foi mais seco do que imaginei.

Lari: É só uma açaí, não vou sequestrar a sua refém.

Ret: Minha refém, isso mesmo. Acha que é de boa levar a refém pra passear?

Lari: Você levou. - ela acusa emburrada-Ninguém aqui sabe quem ela é, tu sabe que o boato que surgiu no churrasco é que ela é um caso seu, ninguém tá ligando a mina ao marido escroto. Ninguém vai ligar logo a mulher que tava contigo com aquele cara.

Carol: Tudo bem Lari. Deixa isso de lado, eu não ligo de verdade.- dou um sorriso para ver se ela consegue perceber que eu não estou chateada- Não me incomodo em ficar em casa, eu estou acostumada com isso. Quem sabe você não compra e traz para a gente tomar aqui.

Lari: Tá, a gente faz isso.- ela diz mas tem um lindo biquinho nos lábios dela.

Ret me encara e respira fundo xingando baixinho.

Ret: Que inferno hein! - ele respira fundo- É ir na Gorete tomar a porra do açaí e voltar, e o Souza ou o VG vai acompanhar, não quero  as dondocas batendo perna sozinhas.

Lari: Ué? Por que mudou de ideia? Na real nem ligo, já disse que sim e agora não pode voltar atrás. Aquela história de palavra ter valor e sei lá mais o que.

Ret: Não é pra ficar de papo com ninguém loira, nem com os teus paqueras.

Carol: Paqueras? - que loucura é essa?

Ret: Ryan. Maluco tá o tempo todo no pé do meu ouvido perguntando sobre ti.  Não sei o que tu falou pra ele, mas não repita, nem pra ele, nem pra ninguém.

Carol: Mas eu nem falei nada.

Lari: Verdade maninho, ela só sofre do mal de ser muito gostosa, é difícil resistir.

Ret: É...- ele me olha de cima a abaixo- tô sabendo.- poxa, me deixou sem jeito- Vou ver qual dos dois idiotas  tá disponível pra ir com vocês lá.

                                           [...]

Carol: Achei que o Souza ia ser o acompanhante.

VG: Qual foi? Qual o teu problema comigo?

Carol: Pelo pouco que conheço  do Souza, imaginei que ele ia querer vir.

VG: Acredite em mim, ele queria vir. Por isso que tô aqui, só pra deixar ele puto da vida. Souza irritado é igual eu feliz.

Carol: Tadinho, vocês ficam fazendo  bullying com o pobrezinho.

Lari: Ta bom Luísa Mell, a gente deixa o teu cachorrinho em paz.

Por isso que o garoto é todo errado da cabeça, só maltratam o coitado.

VG: Confesso que estranhei o Ret ter deixado cês virem pra cá.

Lari: Ele não tinha deixado, a loirinha tinha até aceitado o fato daí ele mudou de ideia.- ela levanta do banquinho para ir buscar nosso pedido.

VG: O que será que fez ele mudar de ideia? - ele me encara com um ar debochado.

Carol: Sei lá, quem sabe sofre de dupla personalidade ou de fortes mudanças de humor. Quem sabe, né?

VG: Vai ver ele acredita que vai ganhar uma recompensa pelo agrado.

Carol: Não sei o que você está insinuando...

VG: Que você  está se agarrando o meu chefe.- abro a boca chocada.

Carol:  Isso não é verdade.

VG: Pra ser sincero não sei como o Souza não notou aquele dia que a gente foi lá na casa depois do churrasco. Toda descabelada loirinha....

Carol: Estava deitada.- me defendo.

VG: Tua sorte que eu gosto de ti, porquê por tua culpa eu tive que ver meu chefe tentando esconder o pau duro com uma almofada. Isso era algo que eu não precisava ver.

Carol: Fica quieto, não toca mais nesse assunto ou juro que nunca mais falo com você. - ele ri - Estou falando sério.

VG: Tudo bem - ele ergue as mãos em rendição.

Carol: Acha mesmo que o Ret acha que vai ganhar um tipo agrado por isso?

A única resposta que tenho é gargalhada do Victor.

Crime PerfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora