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Larissa💅🏻

Abro um sorriso quando vejo o Souza na porta da minha casa encostado na moto.

Pode tudo estar uma merda, ele sempre consegue tornar um pouquinho melhor.

Lari: O que faz aqui?

Souza: Ret falou que o filho da puta de ameaçou, sei que já tem gente de olho em ti, mas me sinto melhor ficando por aqui.

Lari: Obrigada, isso significa muito para mim.- olho em volta- Onde o Victor tá? - não consigo segurar a língua. E eu me odeio por isso, mas bater na minha própria cara não seria nada legal.

Souza: Eu não sei onde ele tá agora, ele tava vindo comigo daí a Miranda parou a gente e eles se afastaram.

Tenho que dar tudo de mim para não revirar os olhos, meu irmão já disse que de tanto que eu reviria os olhos daqui a pouco vou ficar vesga.

Lari: Miranda? Ele voltou a dormir com ela?

Souza: Como assim voltou? Eles tão nessa desde que o teu irmão foi preso.

Lari: Ele e o péssimo gosto pra mulher.

Souza: Acho engraçado tu querendo fingir que não é ciumenta pra caralho.

É que é muito humilhante sentir ciúmes de alguém que não tá afim de mim. Que simplesmente do dia pra noite decidiu que eu não valia mais a pena.

Souza: Tu quer que chame ele? Eu faço isso...

Lari: Não - digo rápido demais para o meu azar- deixa ele aproveitar a noite.

Souza: Beleza. E teu irmão tá onde? Ele disse que tinha uma parada pra resolver, mas não disse o que era. Tô preocupado com ele, não quero que faça nada sozinho e pare na cadeia de novo. Isso aqui sem ele é um caos do caralho. E o mais importante, eu fico sem ninguém pra incomodar.

Lari: Também não quero que ele faça nada sozinho, quero que a Carol volte e o meu irmão volte a ser piada por ganhar comidinha na boca - Souza ri- Mas a gente conhece o Filipe, ele só faz o que quer.

Se bem que nesse momento ele não tá fazendo nada que o leve pra prisão, só tá conversando com o Ryan. Ele não quer que eu faça parte do plano pra não me tornar uma presa fácil.

Mas isso tá me deixando louca, quero saber o que vai acontecer, quero me preparar psicologicamente.

Lari: Bom, vou entrar. Você devia ir para a casa descansar, tudo isso tem sido muito exaustivo.

Souza: Não consegui estar lá par impedir que levassem a Raponzel, mas posso estar aqui pra ti. Deixo pra descansar quando tudo isso acabar.

Lari: Beleza, então vamos esperar lá dentro. Mas você paga a pizza, uma dama não deve pagar a conta.

Souza: E desde quando tu é uma dama, zangada?

Lari: É por ser assim que você vão morrer solteiro.

Souza: Tu sabe que é mais provável que eu morra casado com umas 4 do que solteiro.

Verdade, mas não vou admitir isso.

Claro que ele aceitou o convite para entrar e choramingou para pagar a conta.

Ele até que me divertiu um pouco, mas logo a angústia voltar ao pensar na Carol novamente.

Eu podia ser a titia Larissa, a que ia ser a tia favorita que leva o bebê para o mal caminho.

Eu realmente espero que a tia do Ryan esteja errada, Carol não pode ter sido passado por isso.

                                       Carolina👑

Mal pisco quando o Eduardo sai do banho.

Eu só quero que ele saia logo do quarto, que ele fique longe de mim.

Eu não consigo parar de pensar no dia em que eu tentei pegar a chave, não consigo parar de pensar que eu não tivesse tentado o Eduardo não teria surtado e descontado em mim  e eu ainda teria o meu bebê.

Levo a mão até a barriga, queria que tivesse sido só um sangramento.

Mas ao mesmo tempo não dá para imaginar como seria  se minha barriga começasse a crescer e eu tivesse que explicar isso para o meu marido

Eduardo: Vai passar o resto da vida deitada na cama como se fosse uma inválida?

Carol: O que quer eu faça? Não posso andar nem dentro da minha casa.

Eduardo: Nossa casa...

Carol: Minha casa. Minha herança, seu pai deixou para mim.

Tudo é meu e vai permanecer sendo mesmo se nos divorciarmos.

Ele já tirou meu filho, já me bateu e decidiu que se o Filipe pode colocar um filho em mim ele também podia....

Não há nada mais que ele possa fazer contra mim, já me estraçalhou.

Eduardo: Não sei que tipo de liberdade você tinha naquele lugar, mas é bom se lembrar de quem você é aqui e qual a suas obrigações.

Me sento na cama e olho para ele.

Carol: Minhas obrigações... ser sua  acompanhante , um enfeite nas suas festas... Tem certeza que quer uma acompanhante de olho roxo e boca cortada?  Acho que podem surgir algumas perguntas.

Eduarda: O que é que aconteceu com você? Por que tá falando assim? - ele se aproxima e segura meu queixo com força- Não quero ter que ser o pai que você não teve e ter que te educar.  Eu odiaria isso, e com certeza você também.

Estou com tanta raiva de mim por ter causado o aborto que não dou a mínima se ele me castigar.

Carol: Faz o que quiser, eu não ligo.

Eduardo: Sua...- batidas na porta fazem ele se afastar.

Márcia: Senhor? Podemos conversar a geladeira principal estragou. Levei o que pedia para a área externa, para a geladeira da área de lazer. Mas preciso saber o que devo fazer. Chamo o técnico ou você vai comprar outra? Como devo proceder?

Eduardo:  Ela está ficando cada vez  mais inútil.- e assim ele sai do quarto batendo a porta antes de trancar.

Espero que a Márcia não faça nada que a Larissa sugerir, não quero que se machuque. Ela é azeda comigo, mas é uma boa pessoa.

Olho para o lado da cama onde o Eduardo dorme e me sinto enjoada sabendo que terei que dividir a cama com ele por um longo tempo.

Fecho os olhos e me deixo voltar para o tempo que passei com o Filipe .

Lembro do dia que eu vi ele pela primeira vez, quando saiu da prisão e entrou com tudo no banheiro que eu estava.

Lembro de como mesmo com fome esperava eu terminar de preparar o café para comer comigo.

Como me deixou claro que eu seria uma ótima mãe. E que eu seria tão mãe adotando quanto qualquer outra mãe que pode gerar seu próprio filho.

E como tinha um fetiche estranho nos meus peitos.

Abro os olhos e puxo o tecido da camisa branca que estou usando e não consigo segurar o sorriso.

Aí eu me lembro do nosso último encontro, me dói tanto ele eu ter deixado aquele lugar com ele me odiando. Me dói tanto ter sentido usada depois de um momento tão legal entre a gente.

Mas mesmo assim eu tenho medo pelo que pode acontecer com ele, queria poder contar tudo para ele. Queria poder ajudá-lo, recompensar por ele ter me feito feliz por um momento, por ter me desejado e deixado isso tão claro.

Olho ao redor do quarto, não tenho mesmo nada a perder....

Crime PerfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora