Crime Perfeito

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                                   Carolina👑

Entro na garagem e vejo que o Ryan já está no banco do motorista, tem outro cara do lado dele que eu não faço ideia de quem é.

Ret: A mochila tá pronta? - concordo - ele se aproxima da janela do motorista- Tu vai sair do carro e voltar pra pegar as bolsas. Não abre a janela, deixa tudo fechado e pareça preocupado.

Ryan: A última parte não será problema, eu pareço tô realmente preocupado.- ele ri de nervoso.- Tá tudo uma merda chefe.

Carol: O que está acontecendo? Cadê sua irmã?- pergunto confusa.

Ret: Lá dentro com o VG. Pode entrar também .

Carol: E o hotel?

Ret: Mudanças de planos. Te tirar daqui é a coisa mais óbvia a se fazer, e o Souza sabe disso.

Carol: Acha que estão esperando o carro sair do Complexo para atacar?- Filipe me puxa para a parte fechada e o carro sai da garagem

Ret: Acho que não vou testar minha sorte, não quando se trata de vocês.

Carol: Mas o Ryan vai sair?- Filipe concorda.

Ret: Ele e o Azevedo.

Carol: Mas isso é perigoso. Ryan pode acabar se ferindo, não quero ser responsável novamente por isso.

Ret: Primeiro que tu não tem culpa de nada, segundo foi ele que se ofereceu. Na verdade ele foi bem firme sobre isso, como já deixe ele perder alguns dentes eu resolvi não discutir.

Carol: Ele está cego pela raiva, isso não vai dar certo. Ryan já deixou bem claro pra mim que a prioridade dele é o Souza, ele vai se pôr em um perigo desnecessário.

Ret: A raiva cega, mas a gente tem que extravasar, ele precisa disso. E entre ele o VG, a gente sabe qual é o mais provável de dar um fim nisso.

Matar o Souza...

Sei que conhecia ele a pouco tempo, mas é como se fosse alguém que eu conhecia anos tivesse me traído.

Ryan volta para a garagem e pega a minha mochila, acredito que isso faça parte da encenação.

Ele olha na minha direção antes de começar a se afastar e me dá um sorriso .

Carol: Se voltar inteiro eu faço um bolo só pra você.

Ryan: Isso sim que é motivação de verdade- é tudo que ele diz antes de sumir da minha vista. Espero que ele fique bem.

Ret: Ele tá ficando muito mal acostumado. Ele que arrume uma namorada que saiba cozinhar e se afaste da minha.

Meu Deus, como pode ser assim? Ciúmes de um bolo que nem fiz ainda.

Carol: Acho que ele merece ser mimado - Filipe me olha como se eu tivesse dito que vou fazer boquete no cara.

Ret: Vou fingir que não ouvi, só porque te amo. Sou tem homem, o mimado tem que ser eu.

Ryan

Azevedo: Por que a gente tá dirigindo um caro com duas mochilas? Que tipo de droga tem aí? - ele puxa uma das mochilas e antes que eu possa dizer algo ele tira uma calcinha de dentro.- Mas que porra é essa?

Ryan: Segurando a calcinha da tua patroa ou da irmã do chefe, as duas alternativas são bem ruins pra ti- ele arregala os olhos e enfia na mochila de novo.

Azevedo: Acho que eu devia ter perguntado antes de ter aceito a missão. Não sei se transportar calcinhas é meu forte.

Ryan: Tá vendo aquele carro preto seguindo a gente? - ele olha pelo retrovisor- É por isso que tu tá aqui.

Azevedo: Agora eu curti - O cara é maluco, adora uma adrenalina.

Ryan: Só uma coisa, se o Souza tiver no carro não vai pra cima dele, faço questão de lidar com o filho da mãe.

Azevedo: Mas e o carro da polícia que tá seguindo a gente?

Ryan: O que? Puta que me pariu.

Azevedo: Não acredito que vou ser preso por transportar calcinha, isso não é justo. Não vai ser bem visto na prisão.

Ryan: A gente não tem mandado.- Tem as armas, mas eu vou rezar para não revistarem o carro.

Porra, acabei de recupera meus dentes, não posso me meter em briga de prisão.

Ret

Eu não sei o que, mas tem algo errado.

Tudo parece muito confuso.

Carol: O que você tanto pensa, vejo até a fumaça saindo da sua cabeça.

Ret: Muitas coisas, uma delas é o que o Eduardo prometeu pro Souza para ele dar essa facada na gente. E porque ele ainda não agiu?

Carol: Souza invadiu a casa da sua irmã...

Ret: Isso foi só provocação. Ele ainda tinha livre acesso aqui, porque não trouxe um pessoal e entrou na nossa casa? O que eles estão planejando?

O que me deixa mais preocupado é que o Ryan tem razão, tirar a loirinha do mapa ia ser um ótimo jeito de ter acesso a todo o dinheiro.

E ele ia me atingir em cheio, muito pior que apodrecer na prisão ou de qualquer outra coisa que ele possa fazer comigo.

Carol: Não sou a única coisa que ele quer, sou prioridade, mas a vingança não fica para trás.

Ret: Será que o Souza saiu daqui ou tá escondido em algum canto? O outro cara deve tá escondendo ele, mais o foda é não ter noção de quem é o outro. A gente tá vulnerável.

Meu celular apita e vejo que é uma mensagem do VG dizendo para eu pra boca.

Como não tem ninguém aqui eu digo que não posso ir, mando ele vir até aqui. Só não esperava que ele ia chegar tão rápido e com uma cara de que deu merda.

Ret: Desembucha, que merda aconteceu.

VG: Não atacaram o carro, não teve troca do tiro e nenhum outro tipo de ataque.

Ret: Será que sabiam?

VG: Não sei, mas deu ruim.

Ret: O que aconteceu?

VG: Ryan foi preso.- Ah, não fode porra.

Ret: Porte de arma?

VG: Invasão a domicílio.- tô confuso - Eduardo denunciou, a gente, a casa tava cheia de câmera. Além da invasão, é possível que ele tenha finalmente prestado queixa sobre o sequestro da Carolina. Pedi pro nosso informante passar as informações, ele vai dar um retorno assim que der.

Como é que a cada dia que passa a situação fica pior?

VG: Fodeu, ele era o único que a gente podia confiar de verdade. E agora, o que a gente faz?

Ret: Eduardo vai dilacerar o cara, vai ser um filho puta como foi comigo.

Ainda lembro do soco que ganhei quando disse que a esposa dele devia ser uma delícia. O pior de tudo é que a ex- esposa é mesmo uma delícia.

VG: E agora, o que a gente faz ?

Carol: Agora vocês me deixam ajudar- abro a boca, mas ela nem deixa eu falar.- Sei que quer me manter segura e eu agradeço por isso, mas eu posso realmente ajudar.

VG: Não apoiando o Ret, já que ele não é meio certo da cabeça, mas a gente não pode te expor desse jeito, não no meio de uma confusão dessa. Tudo que ele faz é programado pra ficar cada vez mais perto de ti.

Carol: Não posso ignorar tudo isso, não posso ficar no cantinho e deixar vocês lidarem com toda essa confusão sendo que ela é por minha causa. Eu não estou pedindo para ajudar, estou dizendo que vou ajudar.