VG
Encaro a Larissa abraçando o travesseiro, ela ainda tá dormindo, eu por outro lado não consegui pregar os olhos.
A gente sabe que não acabou de verdade. Claro que ter matado aquele filho da puta foi bom, ele pagou por tudo que fez com a minha garota e com a Carolina.
Mas não dá pra esquecer que os Souza ainda tá por aí.
Não sei se ele tentaria algo, mas sei que não dá pra só deixar de lado.
Não quando ele sabe tanta coisa que pode deixar a gente na merda.
Espero que ele se mantenha distante e com a boca fechada, ou isso não vai terminar bem.
Sigo pra cozinha e passo café.
Encaro meu único copo pensando se realmente tá na hora de comprar pelo menos mais um. Não que eu tenha comprado isso como um copo, lembro que veio com molho de tomate.
Bom Larissa e Carolina com toda certeza iam dizer pra eu comprar logo uns 6.
Lari: Por que você tá encarando o copo? - ergo o olhar e vejo ela parada na porta.
VG: Nada demais. Como tá a tua cabeça?- ele leva a mão até o local e toca fazendo uma careta.
Lari: Você tá falando dessa mancha roxa enorme? Haja corretivo pra cobrir isso, nem pra bater em outro lugar. - ela revira os olhos me tirando um sorriso- Agora que posso sair de casa, tô com a cara toda feia.
VG: Não tem absolutamente nada feio em ti Larissa. Ser feia devia ser a menor das suas preocupações.
Ela se aproxima de mim.
Lari: E aí, vou ter que esperar você usar o copo? - nego entregando na mão dela - Como pode, o cara ter um copo só- ela resmunga pegando o café.
VG: Vou comprar, tá foda de receber visita.- ela olha pra mim e toma um gole do café.
Lari: Sabe que a Carolina não vai mais te visitar, né? Meu irmão vai manter ela presa em casa só pra ele, mais especificamente presa na cama.
VG: Já imaginei isso. Na verdade eu quero aqueles dois longe da minha casa, ainda não acredito que transaram no meu sofá. O copo é para as outras visitas. Não só o copo, tenho que comprar pelo menos mais um travesseiro.
Fiquei até constrangido do tanto que a Carolina me julgou. Não teve um mísero dia em que ela não falou sobre.
Lari: Hmm, espero que suas visitas aproveitem.- concordo e ela joga o resto do café na pia e lava o copo colocando no escorredor. - Já vou indo pra minha casa.
VG: Só deixa eu tomar uma ducha que eu já te levo.
Lari: Não precisa- ele me dá um sorriso bizarro- Sei o caminho de casa.
Isso é postura de quem tá puta.
O que foi que eu fiz agora? Que caralho.
VG: E tu vai sair assim na rua? - aponto pro micro short dela, acho que nem de short eu poso chamar esse pedaço de pano.
Lari: Vou- dá de ombros.
VG: O caralho que tu vai. Pode me esperar. Eu te aconselho a esperar na cama, o sofá está interditado.
Lari: E a sua cama não? Vou lá saber o que as tuas visitas fazem aqui.
VG: Não! - pelo amor de Deus, não- Tu acha que eles transaram na minha cama? - Eu vou matar o teu irmão- Óbvio que a culpa não é da Carolina, ela é uma boa pessoa, o imundo do Ret que não é.
Lari: Não- ela faz careta - eles não fizeram isso. Pelo menos eu acho que não.
VG: Então do que tu tá falando?
Lari: Das tuas visitas, as que são tão importantes que tu vai até comprar um travesseiro e a porcaria de mais um copo.
Mordo a boca, mas não dá pra me manter sério o sorriso é mais forte que eu.
Lari: De que caralho tu tá rindo?
VG: Tinha até me esquecido do quão surtada tu é.- ela ergue o dedo do meio pra mim.
Lari: Cala a boca.
VG: Tão ciumenta...
Lari: Vai pra puta que te pariu- ela tenta sair de perto mas não permito. Seguro ela pela cintura impedindo que se afaste.
VG: Quando eu falei das visitas, tava falando de ti. Tu é cheia de frescura e como vai vir cá com frequência é bom botar as coisa em ordem.
Lari: Hmm... Sei.- ela me encara.
VG: Tô falando sério. Já perdi tempo demais por conta do... por conta da porra do Souza. Quero um pouco de paz contigo.
Seguro seu rosto entre as minhas mãos e colo nossas bocas.
Senti falta dela, muita falta.
Carolina👑
Larissa apareceu lá em casa depois que almocei com o Ret e insistiu que a gente tinha que bater perna.
A coitada parece que acabou de cumpriu 10 anos no regime fechado.
Carol: Fico feliz que vocês estejam se acertando. Tá na cara que você gosta dele.- ele mexe a colher no potinho de sorvete e me encara.
Lari: É. E como você se sente ao ter certeza que o Eduardo nunca mais vai ser um problema?
Carol: Me sinto muito mais leve. Parece que é outra realidade.- ela concorda e olha na direção do Azevedo.
Sei que está pensando o mesmo que eu. Que é estranho não ser o Souza no lugar dele.
Lari: Mas e aí, o que a gente vai fazer? Acho que podia marcar salão amanhã, lembra que tu prometeu ir lá?
Carol: Topo qualquer coisa, só não posso perder o almoço com o Filipe. Sei que ele está se desdobrando pra almoçar comigo.
Lari: Que nojo- ela faz carta- um casal apaixonado.- reviro os olhos rindo da piadinha.
Carol: Seu irmão disse que tem algo pra me mostrar, que é meio que um presente. O que você acha que é?
Lari: Conhecendo ele não vou me surpreender se você me contar que ele colocou um laço vermelho no pau.
Carol: Que horror Larissa!
Lari: Fatos.- ela da de ombros- Vai ver ele te pode em casamento.
Carol: Sério que você acha que seu irmão faria isso? Não é o estilo dele.
Lari: Eu achei que nunca ia ver meu irmão amarrado em alguém e aqui estão vocês. Não duvido mais de nada.
Carol: Sei que não é isso. Mas vou amar independente do que for, sei que vou.
Afinal o que importa é o gesto de fazer algo pra me agradar. Isso para mim já é muito valioso, os mínimos detalhes importam.

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Crime Perfeito
FanfictionCom ela eu caso, construo família, dispenso todas e morro casadão.