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                                       Carolina👑

Me movo na cama e meu corpo reclama de uma leve dor, mas não é uma dor ruim, e sim uma dorzinha que me faz prender o sorriso.

Eu sei, patético da minha parte.

O quarto ainda está escuro, me espreguiço e me inclino para ver o horário é no relógio da mesa de cabeceira.

Carol: Droga- resmungo ao ver que já são quase 11 da manhã,- que droga.

Me apreso em levantar da cama me sentindo culpada por ter perdido o horário. Arrumo todo o quarto do Ret e vou para o meu pegar minhas coisas para poder tomar um banho.

Depois do banho fui para o quarto pentear o cabelo, na verdade tentar tirar esse monte de nó.

Sento na cama com a escova, mas minha atenção se fixa no travesseiro, o celular ainda é um mistério para mim.

O que mais me confunde é que ele não me causa um alívio e sim nervosismo e até mesmo um pouco de medo.

Medo porque não sei se isso veio mesmo do meu marido, e o que mais me assusta é que meu maior medo é que realmente tenha vindo dele

Resolvo deixar o celular de lado e volto minha atenção para o meu cabelo.

Sigo para a cozinha para fazer algo para comer quando escuto a porta ser aberta e a voz já conhecida chamar pela Raponzel.

Para minha infelicidade eu estou muito acostumada em ter o Souza no meu dia a dia.

Carol: Na cozinha- falo um pouco mais alto e logo ele aparece.

Souza: Vim te buscar pra almoçar com a gente lá na Vera.

Carol: Quem é Vera? - pergunto confusa.

Souza: A dona do restaurante, vamo lá.

Carol: Não acho que eu posso simplesmente ir com você, tem o Ret e...- ele vai logo interrompendo.

Souza: Ele disse que eu podia vir te pegar, engraçado que eu não tive nem que perguntar duas vezes, o cara por um milagre tá de bom humor. O negócio é ir rápido antes que o doido tenha tempo de mudar de ideia.

[...]

Meu Deus, não tem uma aqui que seja certo da cabeça.

Deve ser algum tipo de doença contagiosa, é difícil acreditar que só viraram amigos por serem estranhos.

Souza: Vai se foder VG, fica tirando com a minha cara.

VG: A verdade dói, fazer o que...- e eles continuam discutindo, eu nem sei o motivo.

Lari: Acho que a tua beleza pifou o Ryan, o cara volta e meia tá te secando.

Eu juro que ela não falou alto, mas o Victor, o Souza e o Ret escutaram, os três vivaram a cabeça na direção do Ryan, e como esperado ele estava me olhando, mas ao receber tanta atenção desviou o olhar.

Lari: Porra, como são discretos.- ela diz indignada.

Souza: Fica dizendo pra Raponzel dar papo pra quele feio, mó mancada isso.

Lari: Não vai te matar admitir que ele é um gostoso- Souza faz careta- Carol tu tem noção da fama de bom de cama que ele tem. Acho que ter bons orgasmos pode te animar.

Aí meu Deus, alguém cava um buraco e me enfia dentro. Eu estou implorando por essa misericórdia.

VG: Tá sabendo bem da fama dele, né?

Lari: Não tão bem quanto eu gostaria.

VG: Imagino a vontade de matar a curiosidade- Larissa ergue o dedo do meio pra ele.

Ret: Ah, vamo para? To querendo almoçar e não saber como o Ryan come ou deixa de comer alguém.

Lari: O papo era com a Carol, esses dois nóias que se meteram. Eu hein, ficam falando de mulher o tempo todo, mas eu não posso fazer propaganda do Ryan pra Carolina.

Ret: Fazendo propaganda de homem pra mulher casada.

Lari: Ai tu vacilou maninho, ninguém aqui leva o casamento dela a sério. Acho que nem ela leva mais, bom, eu espero que não.

Carol: Isso aqui já tá bizarro, vamos parar falar sobre a minha vida conjugal.

Lari: Tudo bem, mas por favor admite que o Ryan é um gato.- olho para o Ryan que tá rindo com o outro cara.

Carol: Ok, ele não é a pior coisa de se olhar. - Larissa abre um sorriso enorme com a minha resposta.

Souza: Que mau gosto Raponzel. Eu que sou um colírio para os olhos, não aquela coisa.

Ret: Devia ter levado uma marmita pra casa.

Souza: cadê o teu bom humor chefinho? Sumiu?

Tomo um susto quando o Victor que está do meu lado começa a rir.

VG: Cara, isso é bom demais.

Lari: É, ficou louco de vez- ela faz careta olhando para o Victor.- Tá na hora de mandar sacrificar.

[...]

Não vou negar, a noite passada foi muito boa. Eu me senti muito bem e aproveitei cada momento.

Mas agora eu não sei como agir na presença do Ret. O mais sensato é fingir que nada aconteceu?

Tento ignorar quando ele se joga no mesmo sofá que estou sentada, mas a presença dele é algo impossível de ignorar, principalmente o cheiro dele, o perfume é incrível.

Ret: Quem te vê  de conversa com a Larissa nem imagina que ela queria te botar em um saco preto e jogar morro abaixo.- abro um sorriso.

Carol: Que bom que ela mudou de ideia, não sei brigar, ia me ferrar se ela viesse pra cima.- ele ri - Já tem alguma previsão de quando vou embora?

Ret: Eduardo não quer tirar aquela acusação de homicídio de cima de mim, então tudo indica que tu vai passar mais um bom tempo aqui.

Carol: Eduardo nunca vai tirar essa acusação, não tem nada que você possa  ameaçar fazer comigo para mudar isso. O trabalho é a parte mais importante da vida dele, ele nunca faria algo que pudesse prejudicar isso. Não tenho essa importância que você acha que eu tenho.

Ret: Acho engraçado como é fácil  pra ti admitir que não é prioridade na vida do teu próprio marido.

Acho que eu nunca mais vou ser prioridade na vida de alguém, já perdi todos que podiam fazer isso por mim.

Carol: Talvez não seja tão fácil quanto pareça, as vezes eu só estou me forçando a ver as coisas para não doer tanto quando eu sair daqui.

Ret: Ah, aproveita - ele dá ombros- tu pode se divertir aí por enquanto. Deixar os problemas de lado por um tempo.

Carol: É, os meninos vão me gerar muito entretenimento durante a minha estadia.

Ret: Também posso ser um dos seus entretenimentos nesse meio tempo, como um eu disso tu pode se divertir aqui.- ele se inclina no sofá ficando com o rosto bem próximo do meu.

Eu devia ficar assustada e recuar, mas tudo que acontece é meu corpo se animar pelo que está por vir.

Crime PerfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora