Chapter#45

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A tarde havia sido tranquila, Lalisa precisou passar um tempo fora de casa pra poder aproveitar o último dia ao lado de Lia, as duas tomaram sorvete, foram para o shopping, se divertiram apostando corrida com aquelas motinhas com aparência de animais.

Lisa estava feliz.

Momentos como este era tudo que a fuzileira queria quando era pequena, pois não teve a oportunidade de aproveitar coisas como essas, muito menos sentiu como era estar no ensino médio, a sensação de viver como um adolescente sem responsabilidades. Isso ela realmente nunca teve e talvez seja por isso e outras questões que fizeram a mesma ser uma pessoa tão “ignorante” para certas coisas, afinal, é normal pensar de uma forma totalmente diferente quando você é exposto a uma realidade cruel e difícil.

Não é fácil mudar uma pessoa que cresceu enxergando o mundo de uma forma, por mais que pareça simples em teoria, na prática é extremamente diferente.

É a mesma coisa de tentar abrir a fechadura da porta com uma colher, o formato não vai caber se você continuar abordando de uma forma agressiva, mas se tiver paciência e boa vontade, é possível usar uma chave.
Caso não exista uma, crie, invente, faça você mesmo, existe um processo para todas as coisas e mudar uma pessoa não seria diferente.

Após deixar Lia em casa, Lalisa decidiu passar em um supermercado para comprar um pote de sorvete, ela detestava quando a Jennie a deixava na caixinha do castigo, era irritantemente chato ser ignorada por outra pessoa e obviamente essa pessoa só poderia ser Jennie ou sua filha.

Talvez Yeji e sua personalidade intimidadora.

O carro parou na garagem e assim que o ronco do motor foi se dissipando, Tzu apareceu na porta com feições nada boas.

Lisa desceu do carro.

— Tá com fome?

— Por quê?

— Cara feia pra mim é fome.

— Você acha engraçado? — Tzu perguntou observando Manoban pegar a sacola.

— Estou rindo por acaso?

A fuzileira caminhou em direção a entrada mas a sargento impediu colocando a mesma contra a parede fazendo o sorvete cair e derramar na sacola.

Lalisa encarou o pote no chão.

— Por acaso esqueceu da surra que levou quando foi sequestrada? Porra, você não entendeu que não pode sair sozinha dessa casa? — Tzu exclamou em plenos pulmões. — Do jeito imprudente que você tem agido, parece que quer ver sua filha nascer sem mãe, na verdade nem vai ver já que vai estar morta.

O som do revólver sendo engatilhado chamou a atenção da mais nova que sentiu o cano da arma em seu abdômen.

— Só não faço um buraco nas suas tripas porque gosto de ti, mas posso parar de gostar se me der motivos. — Lisa falou fitando a menor que não parava de ofegar. — A única vez que sai desse condomínio sem escolta, foi para levar minha irmã em casa, então pense bem antes de abrir a boca pra falar merda.

A fuzileira caminhou para dentro da mansão recebendo um olhar amedrontado do cozinheiro que não parava de olhar para o revólver na mão da morena.

Lalisa seguiu direto para o quarto dando graças a Deus pela porta estar destrancada.

Os olhos da ruiva bateram no semblante ríspido da morena e desviaram para a arma em sua mão, a tailandesa sentou na beirada da cama.

A raiva havia se instalado em seu peito levando embora toda a sensação de calmaria e paz que a mesma tinha ao deixar Lia em casa. Era a terceira vez que ela ouvia alguém falar sobre sua filha, sua irmã havia sido uma das pessoas que fez um comentário, mas por ser inocente a fuzileira não poderia dizer nada, mas também teve o médico dando uma notícia ruim após os exames e agora Tzu.

Usada Como Vingança - Jenlisa (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora