0027 | FOTOS.

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HELIA BENNET

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HELIA BENNET.

27 de abril, de 2024, às 8:21 da manhã.

Estou deitada na cama da senhora Berny, a mesma arruma algumas caixas, olho para uma caixa acima do guarda roupa dela escrito "fotos" com uma letra infantil e cheia de cores. Fico em pé na cama da mais velha, puxando a caixa e em seguida me sento novamente no colchão macio abrindo a caixa, vendo várias fotos e polaroid.

— Posso ver?— eu pergunto, com um bloco de fotos nas mãos, a mais velha me olha e assente que sim com a cabeça.

Dou um sorriso pequeno, passando foto por foto, olhando cada detalhe. Olho a foto de uma menina pequena abraçada a um instrumento, separo a foto das outras, em seguida olho para uma foto de uma menininha de cabelo castanho, seus olhos verdes brilham por conta do flash e eu sorrio levemente.

— Escuta, essa menina aqui, ela tá a quanto tempo sumida?— eu mostro a foto para a Berny, e ela analisa a foto.

— Eu não faço ideia.— ela diz, e eu dou de ombros, separando as fotos.— por que está separando as fotos?

— Ah verdade, eu posso ficar com elas? Por algum motivo eu gostei delas.— dou um sorriso pequeno, e ela assente que sim, continuando a fazer o que estava fazendo.

Olho mais algumas, vendo em seguida a foto de duas crianças no colo de Ben. Eu passo mais fotos, vendo uma da criança morena nos ombros do irmão de Ben na praia, chutou que a criança tinha quatro anos de idade, meu coração afunda, a quanto tempo essa família está separada? A quanto tempo isso aconteceu?

— Berny, pode me falar o que aconteceu com a menina da foto?— eu pergunto, a mulher mais velha suspira e senta na minha frente. Eu mostro a foto para ela, a fazendo sorrir de leve.

— Queria muito te dizer que eu sei, mas Ethan sumiu logo após a garotinha fazer oito anos de idade.— ela murmura, e eu analiso as fotos novamente.— e a filha e a mulher foram embora. Ben disse que encontrou elas, mas me nega a contar, até quando acontecer uma coisa planejada para alguns meses.

— Estou curiosa, estou animada para conhecer essa garota.— falo olhando para a foto, e em seguida pego a foto da menina abraçada com o baixo.— e ela quem é?

— Minha neta.— ela sorri.— os pais dela também se afastaram de mim.

— Sinto muito, Berny.— eu murmuro, e ela suspira.

— Não precisa sentir, eles são bem de vida, e aliás sei quem é minha neta.— diz me olhando, e eu fico surpresa.

— Legal.— eu fecho a caixa, pegando apenas minhas fotos e em seguida, me deito de barriga para cima encarando o teto.— como eu sei se alguém gosta de mim?

— Tem alguém gostando de você?

— Eu não sei, eu não leio mentes.— dou um riso curto.

— A pessoa vai ser gentil.— diz guardando a caixa.

— Eu sou gentil com todo mundo.— eu falo, e a mulher me encara com sarcasmo.— 'tá, talvez não todo mundo.— eu rio, e a mulher ri baixo.

— A pessoa vai fazer questão de estar ao seu lado, e vai fazer questão de ter sua confiança.— ela diz, e eu começo a ficar pensativa.

— Então todos gostam de mim.— falo.

— Helia, é sério.— a senhora me olha.

— Eu 'tô falando sério.— falo com sarcasmo.— essa pessoa sabe me irritar.

— A pessoa que você está falando é Walker?— ela me olha, e eu a encaro incrédula.

— Claro que não!— eu dou um riso.— eu não gosto dele.

— Por quê?

— Porque ele me irritou muito nesses últimos meses, agora só temos uma amizade.— eu respondo com sinceridade, e ela me olha.

— Bom, então não sei.— diz saindo do quarto, eu pego uma das fotos analisando ela e em seguida a porta da entrada bate com força.

Qual o problema?!— escuto Berny gritar assustada, e eu me levanto um pouco apoiando meus braços atrás das minhas costas.— Ben?

— Cadê a Helia?— ele pergunta, eu guardo as fotos no meu bolso e saio da cama indo em direção a sala.— Como você 'tá indo na sua casa?

— Bem, por quê?— eu pergunto, um pouco confusa com a situação, e ele me entrega uma foto da minha mãe jogada no chão da sala, com pacotes de droga em volta dela, meu estômago embrulha e eu sinto vontade de vomitar.

— Isso aconteceu a dois dias atrás, e nesses dois dias você estava dormindo aqui em casa. Sua mãe parece ter sido agredida, tem hematomas nos braços, cabeça e pernas.— ele explica.

— Como eu vou saber o que aconteceu com a minha mãe se eu não estou em casa? Eu estudo, faço teatro, venho para sua casa, e às vezes saio com meus amigos, eu não piso mais em casa tem um bom tempo.— eu respondo ele, e o homem suspira guardando a foto dentro de uma gaveta.

— Bennet, sua mãe é doente, entendeu? Ela não quer ser internada, mas ela também não faz nada para mudar a vida de vocês duas.— Berny diz, ao lado de Ben, e em seguida eu suspiro indignada.

— O problema é dela, eu não vou ficar me preocupando com uma drogada que me maltratou a vida inteira, se vocês quiserem internar ela, internem, mas a escolha dela não mudar é inteirinha da minha mãe.— eu rebato, deixando eles em silêncio.— ela nem é mais a minha mãe, eu não quero mais receber notícias dela, entenderam? Se eu tiver que voltar para casa, eu volto, sou acostumada a lidar com ela sumindo e aparecendo do nada.

— Antes de você cuidar da Berny, você era magra, Bennet, você não pesava nem o peso atual que está agora, você não era saudável. Queremos sim entender o que está acontecendo com a sua mãe e o porque dela estar aparecendo com hematomas.— o mais velho diz.

— 'Tá bom! Se meu pai não tivesse abandonado nós duas nada disso teria acontecido, tudo isso foi culpa dele.— eu falo, e os dois se entre olham chateados.

— Eu sei que você está chateada, sabemos que você está confusa por conta da sua mãe, e por conta de toda essa coisa que está acontecendo esse ano.— Berny murmura, e eu olho para a mais velha.— eu quero saber, Bennet, você prefere internar sua mãe e ficar com a gente, ou deixar ela morrer nas drogas e continuar com nós dois?— pergunta, e eu fico pensativa.

— Deixa minha mãe, ela vai ter que aprender a conviver com a dor dela sozinha.— sussurro, e ela sorri de leve.

— Nós vamos falar com o conselho sobre o que está acontecendo com a sua mãe amanhã, ok?— a senhora me abraça, acariciando meu cabelo.

— Não quero mais saber dela.— murmuro baixo, e ela assente que sim.

— Tudo bem, querida, nós não vamos mais falar dela.— murmura ainda acariciando meu cabelo.

Eu realmente só quero ficar em paz, quero que meus problemas desapareçam, e que eu não lide mais com as coisas difíceis.

Eu realmente só quero ficar em paz, quero que meus problemas desapareçam, e que eu não lide mais com as coisas difíceis

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Tem surpresa no próximo cap😭

𝗣𝗨𝗥𝗜𝗧𝗬  |  Walker ScobellOnde histórias criam vida. Descubra agora