Parte I -A queda Capítulo 1

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Parte I - A queda

Capítulo 1

Finalmente a guerra havia acabado e é claro que Harry ganhou, mas se algo tão bom tinha acontecido, por que eu não me sentia feliz? Por que não conseguia retribuir os sorrisos que via enquanto caminhava de volta para a Sala Comunal da Grifinória? Por que aqueles olhos cinzas me encararam antes de sumir?Desisti de andar e comecei a correr para tentar clarear minha mente.

Quando cheguei ao dormitório feminino apenas me joguei na minha cama em meio a destroços sem perceber que tinha uma carta depositada em cima dela até que ela cutucou minhas costas através do tecido. Que tipo de pessoa deixaria uma carta em minha cama no meio da guerra? Curiosa, peguei a carta e comecei a ler.

“ Hermione,

Sei que está estranhando uma carta no meio da guerra, mas não saberia para onde enviá-la se esperasse ela passar. Se meu lado ganhar provavelmente no seu túmulo e se o seu ganhar, eu espero viver essa opção, não sei se em Azkaban permitem cartas.

Eu preciso te agradecer por salvar minha vida, mesmo que eu não entenda o porquê.

Você provou se absolutamente tudo ao contrário do que fui treinado a acreditar sobre pessoas como você, é muito mais do que esse mundo merece, muito mais do que eu mereço.

Espero que um dia encontre de você algum motivo para perdoar tudo o que fiz com você e seus amigos, mesmo sabendo que não sou digno, me perdoe.

Você é uma mulher incrível, Hermione Granger, não deixe que caras como eu te digam o contrário, domine o mundo.

Com carinho,

Draco Malfoy"

Lágrimas voltaram a escorrer pelo meu rosto, de maneira completamente involuntária. Sem nenhuma capacidade para mais emoções desavisadas, explodi em uma dor de cabeça aguda, percebendo somente quando já era tarde demais, que estava me levando à inconsciência. Senti o impacto do chão destroçado da torre em meus ossos, senti cada pedra pontiaguda me rasgando a pele, minha musculatura implorando por descanso e minha mente sem capacidade para reagir.

Poderiam ter se passado somente cinco minutos, ou talvez cinco horas, o fato é que a dor não passou após eu ter apagado e piorava ainda mais conforme eu ouvia alguém gritando desesperadamente o meu nome. A cada chacoalhada que me davam faziam com que eu quisesse morrer, não que eu tivesse tendência a suicidio ou algo assim, a questão ali era apenas dor física calando a minha mente.

-Hermione, pelo amor de todos os santos desse planeta, acorda. -Ouvi Harry dizer, uma fala que só poderia vir dele, afinal uma súplica tão trouxa não passaria pela cabeça de mais ninguém ali.

Ainda incapaz de falar ou abrir os olhos devido a luz, busquei me comunicar silenciosamente segurando sua mão que estava em minha cintura. Isso fez com que se calasse, mas não sem antes agradecer aos santos. Abri meus olhos aos poucos em meio a uma dor alucinante devido a luz do local, como o telhado da torre da grifinória não sobreviveu, mas uma carta colocada em minha cama sim? 

-Do quê você precisa? -Harry perguntei com mais calma ao me ver reagindo. -Água? Poção para dor?

-Sim. -Sussurrei sem deixar claro o que queria.

Se órgãos do corpo fossem capazes de agradecer, minha garganta teria abraçado Harry pela dádiva divina que ele fez passar por ela, olha que ele começou só pela água. Não posso dizer que eu fui muito grata pelo gosto horrível que se seguiu quando ele despejou uma poção em minha boca, no entanto seu efeito quase instantâneo de cura foi uma benção.

-Fiquei muito tempo apagada? -Questionei.

-Não sei dizer, te encontrei há só cinco minutos. -Harry respondeu enquanto se sentava ao meu lado. -O mundo está caótico lá fora, Herms, e não tem poção capaz de curar o que vamos encontrar ao sair daqui… Fred está morto, a família Weasley está inconsolável. 

-Pobre Molly… Gin… Meu Deus, Harry, o que vamos fazer? 

-Não sei.

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