Capítulo 27

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O café se espalhou por sua roupa queimando sua pele antes de ir para o chão causando um estrago no piso polido da cafeteria, Hermione não conseguia acreditar no que via a sua frente. A figura loira de olhos prateados brilhantes vestindo uma camiseta polo branca, com calça jeans branca e um sapato de cor igual, tudo tão branco que ela facilmente acreditou que tava tendo uma alucinação.

Sam teve uma resposta mais rápida ao desastre e em poucos segundos já segurava um lenço para tentar limpar um pouco o estrago que ela fizera em si.

-Draco... -Ela chamou quando ele se aproximou dela. -O q... Como? Por quê?

-Olá, Granger. Você está bem? Se queimou?

-Estou bem. -Hermione se recuperou do choque. -Draco, o que faz aqui?

-Podemos conversar?

-Me espera lá fora, vou pedir outro café e já te encontro.

-Draco... Ele é o noivo da Astória, o presidiário. -Sam falou conectando os pontos com o surto de Astória na manhã após o aniversário de Hermione. -Eles não ia sair só em 2016?

-Não estou entendendo também, mas vou descobrir. -Ela voltou para o balcão e pediu um novo café, para viagem dessa vez. -Te vejo mais tarde?

-Não sei se me sinto confortável te deixando com ele. -Sam contestou.

-Ele não é perigoso, querido, só foi criado pelas pessoas erradas. Não vai fazer mal a mim.

Ainda descontente, Sam saiu deixando ela esperando pelo café, antes de se afastar em direção ao campus deu uma bela encarada em Draco que desviou o olhar e fingiu não perceber. O loiro não parecia criminoso vestindo o uniforme dos estudantes de saúde do campus, tirando o sorriso gélido e a tatuagem no braço esquerdo, mas o trouxa não sabia que aquilo era o sinal de perigo em forma de uma marca negra então ele ignorou o detalhe e se foi em direção ao bloco de humanas.

-Por favor não me diga que fugiu, não quero ser cúmplice. -Hermione pediu assim que se aproximou do loiro lhe oferecendo um café e o convidando para uma mesa externa mais afastada.

-Estou em regime semiaberto. -A mulher lhe deu um belo olhar de interrogação. -Potter fez isso por mim, me inscreveu aqui para o curso de ciências farmacêuticas.

-Harry Potter fez isso por você?

-Acho que ele reconhece o quão útil eu posso ser para o mundo bruxo, tirando Horácio Slughorn eu sou o melhor pocionista desse país, Granger, o ministério me fez fazer até uma prova para testar meu nível de aptidão.

-E como isso leva a uma universidade trouxa?

-Isso é culpa sua, foram os livros que você me deu de natal, estou estudando formas de unir os conhecimentos trouxas com os nossos para otimizar os cuidados a saúde. O ministério resolveu me colocar para estudar, um auror me traz uma da tarde e me busca às seis, em troca todas minhas descobertas ficam como patente do MM. -Ele dá de ombros como se não fosse nada demais.

-Eles não têm medo de você fugir?

-Estou com feitiço rastreador como de uma criança e um de contenção, não consigo fazer mágica nenhuma. Sou basicamente um trouxa. -Ela fez essa fala descer com um longo gole de seu café com caramelo.

Malfoy não fazia ideia de como sobreviver na selva que os trouxas chamam de sociedade, a única vez em que esteve em meio a tanta gente foi na copa do mundo de quadribol. Depois de se acostumar com a vida solitária de um presidiário, estar entre tantos humanos estava sendo sufocante, ele queria pedir arrego, mas não faria isso. Não. Hermione estava ali, ele podia vê-la todos os dias, poderia ver Astória, isso faria valer a pena.

-Astória vem me buscar para sairmos juntas hoje às cinco e meia, se quiser ver ela esteja aqui. -Hermione falou juntando suas coisas e se levantando. -Sabe para onde ir?

-Sei, obrigado.

-Bom primeiro dia, Malfoy.

Ela se afastou a passos rápidos para não se atrasar e logo ele se recuperou o suficiente para ir na direção oposta em busca do campus de ciências e saúde.

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