Capítulo 18

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O átrio do Ministério da Magia estava lotado, mas ainda assim eu sou capaz de ouvir o som dos meus saltos ressoando pelo salão conforme me direcionava a recepção. Sorri de volta para cada cumprimento forçado que recebi não me deixando abater pelos olhares sanguinários dos novos conservadores, os odiadores de sangue-puro. 

-Astória Greengrass para o departamento dos aurores.

O secretário me olhou friamente como sempre e segue fazendo meu cadastramento usando minha varinha. Após toda burocracia me dirigi para o elevador e fui para o nível dois. 

Se pelo átrio meus saltos ressoavam, pelo corredor do nível dois eles praticamente gritam, chamo atenção a cada passo e diversos aurores ficam me secando com os olhos.

-Senhorita Greengrass. -Me viro buscando a voz que me chamou e vejo Harry Potter se aproximando. -Posso te ajudar?

-Potter, estou aqui porque preciso visitar meu noivo. 

-Certo, vou te acompanhar até a sala de transferência, mas poderíamos passar na minha sala para conversar antes? -Confirmo e o acompanho até uma sala próxima onde se lia Harry Potter, auror senior. Me sento à mesa na confortável cadeira para visitas do escritório. 

-Olha, Potter, estou sem tempo para julgamentos então se puder ser breve.

-Greengrass, só quero conversar com você sobre Hermione. -Reviro os olhos diante do assunto forçado. -Ela tem se afastado de nós e agora entendo que ela nos substituiu por você, não pode me culpar por querer saber mais. 

-Ela se afastou de vocês, Potter? Está debochando da minha cara? Vocês a excluíram de suas vidas, a isolaram no mundo dos trouxas enquanto ela estava depressiva e agora vem me dizer que ela se afastou de vocês? Faça-me o favor. 

-Era o melhor para ela, Greengrass, até ela reconhece isso, ela está muito melhor agora. -Me forço para não revirar os olhos novamente.

-Ela de fato está melhor… Melhor sem vocês, aposto que não previu isso, não é mesmo, menino que sobreviveu? Agora vai ter que engolir.

-Isso eu já entendi, está difícil de aceitar, mas eu entendi. O que eu quero saber é se você está usando magia perto dela, se sim quero saber se ela está respondendo bem a isso. 

-Olha, vivo bastante no mundo trouxa graças a ela, mas dentro da minha casa a magia corre livremente e ela frequenta bastante. Às vezes ela comenta que sente falta da magia, mas nunca demonstrou interesse real em voltar para tudo isso aqui. 

-Tudo bem… Vou parar de tomar seu tempo, só por favor se algum dia minha amiga, minha irmã, precisar de qualquer coisa que você não possa conseguir, saiba que pode falar comigo.

-Duvido que vou precisar, mas agradeço a oferta. -Me levanto olhando propositalmente com olhar de superioridade para ele. -Podemos ir?

-Claro, vamos.

A tal sala de transferência não passava de uma pequena sala com uma lareira que ocupava uma parede inteira, única lareira do mundo com acesso a nova prisão. Entrei acompanhada por Potter que jogou pó de flu e fez as chamas nos engolir.

A nova instituição de fato é infinitamente melhor que Azkaban, como um enorme castelo em um campo muito bonito e agradável. Os presos ficavam espalhados pelo local andando livremente, dentro dos limites do território é claro. Sigo Potter pelos corredores emaranhados do local até o laboratório de poções em que Draco trabalha.

-Malfoy, visita para você. -Potter anuncia ao me deixa entrar na sala, Draco levanta o rosto de um caldeirão e sorri ao me ver.

Me emociono ao ver saúde em sua pele, em ver os quilos a mais refletindo em suas bochechas e em sua capacidade de sorrir após tantos anos. Corro para abraçá-lo. 

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