Dois.

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Carvana encarava verônica, que revirou os olhos brevemente, suspirando mais uma vez.

Com Carvana prestes a se aposentar, Verônica precisaria mostrar quem era e o valor que tinha ou ficaria pra trás, já que Anita faria de tudo pra tirá-la da jogada após a saída de seu padrinho. Sabia que a loira odiava as regalias de Verô!

- Tudo bem! Eu já vivo abaixo das ordens absurdas dela, não faz diferença. - A moça disse em seu tom mais entediado.

- Porra Verô, vocês vão trabalhar juntas! Quero te colocar ao lado de Anita, seu tom não me convenceu.

- Eu já falei que topo, Carvana! Quer que eu de piruetas de alegria? - Verônica disse sem paciência. - Eu já to no inferno, né? Deixa eu abraçar o capeta.

Carvana desviou o olhar para a porta atrás de Verônica, fazendo a mesma se virar para ver o que chamava sua atenção.

- Falando no diabo... - Ela disse ao ver a loira entrar na sala de Carvana.

- E o seu trabalho, escrivã? Já fez? - Anita rebateu a provocação. - Não né? Acho que falar de mim é mais interessante. Cuidado ein, só não olha demais pra não babar.

- Me erra, Anita! - Verônica se levantou, ficando de frente para a mulher.

- Olha o tom de voz, porra! Sou sua chefe e não vou aceitar uma escrivã falando nesse tom comigo.

- Escuta aqui, Anita... - Verô iniciou a frase com raiva, mas não pode terminar.

- Chega com essa palhaçada! - Carvana se levantou, ficando atrás de sua mesa. - Eu não tô lidando com duas crianças, caralho. - Sua voz era ríspida. - Anita, a Verônica ta dentro do caso do Luxor Palace.

A loira, que já demonstrava sua insatisfação, explodiu ali mesmo.

- Eu não acredito numa merda dessa! E posso saber por que? O que uma escrivã tem a agregar? Claro, ela é a afilhadinha, mas eu não vou bancar a babá  enquanto resolvo um homicídio, Carvana!

- Anita, Verônica tem uma visão apurada, ela tem talento e a delegacia só tem a ganhar com isso, você sabe! Já tivemos ela em outros casos, casos bem sucedidos e acho que nesse caso ela tem sim muito a acrescentar. Eu ainda sou o chefe por aqui e prefiro que as minhas ordens não sejam contestadas!

Anita olhou para Verônica com desdém,

- Quero que deixe ela por dentro, quero ela com você e vocês trabalhando juntas, porra! Agora saíam da minha sala. - O Homem chutou as duas de sua sala, já sentindo as dores de cabeça que ambas trariam.

Uma Anita contrariada deixou a sala, sendo seguida por Verônica, que jurou para si mesma que seria profissional e colaborativa, até mesmo com Anita. A loira entrou em sua sala como um furacão, se virando para Verônica, rindo sem humor, quase que maquiavélica.

- Escrivã idiota, sempre dando um jeito de se meter. - Anita revirou os olhos.

- Cacete Anita, eu não to aqui pra brigar! Me deixa ajudar.

- E eu tenho opção, Escrivã? A protegida do Carvana tem passe livre pra fazer o que quiser aqui dentro. - A loira se aproximou. - Escuta aqui... - O dedo de Anita estava na cara de Verô. - Eu dou as ordens, eu estou no comando, eu mando e eu desmando, e você, escrivã, você me obedece, entendeu? - Sua voz estava mais baixa, enquanto Anita tentava intimidar a morena em sua frente.

Os olhos estavam colado uns nos outros, Verônica encarava aquelas orbes azuis como o mar revolto, lutando contra a vontade de quebrar o dedo de Anita.

- Agora chega de corpo mole, Escrivã! - Anita se afastou, se sentando em sua cadeira de couro. - Senta aí.

CRAWLING - VeronitaOnde histórias criam vida. Descubra agora