Onze.

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Anita caminhou até sua sala, passando pela mesa vazia de Verônica. A loira encarou o relógio, constatando que a escrivã estava atrasada. Bufou com irritação, odiava atrasos, odiava esperar.

Ao sentar-se atrás de sua mesa, Anita buscou seu celular, procurando o número de Verônica em sua agenda.

Cada toque do telefone ecoava a impaciência crescente da delegada. Um, dois, três... Caixa postal. Ligou mais uma vez. Um toque, dois, três... Caixa postal.

"Desaforada." Anita murmurou com raiva, largando o celular na mesa. Deixou sua sala daquele jeito, irritada, indo se encontrar com o procurador geral para uma reunião de última hora.

"Escrivã idiota, já deveria estar aqui, fazendo o trabalho dela." A delegada pensou consigo.

A delegada entrou na sala de Carvana, vendo o homem conversar com o procurador, aos sorrisos. Buscou relaxar, não deveria ser tão ruim se os dois estavam ali, sorrindo.

- Procurador! - Anita o cumprimentou com um aperto de mão, se sentando em seguida.

- Delegada. - O homem retribuiu antes de se sentar mais uma vez.

- Vocês têm um caso perigoso nas mãos, e até agora nós não tivemos nenhum problema, mas precisamos correr contra o tempo, dois assassinatos assim podem acabar chamando atenção da mídia. Espero que continuem trabalhando de forma silenciosa. Não queremos nenhum circo midiático!

Anita assentiu, sorrindo de forma falsa.

- Claro! A ideia é não causar comoção. - A loira assegurou.

- Aquela escrivã, sua afilhada... - O homem olhou para Carvana. - Soube que ela está no caso... Ela é boa, já tivemos provas disso. Aonde ela está?

Anita conteve sua expressão de irritação diante do comentário do procurador sobre Verônica. A escrivã como sempre conseguindo exatamente o que queria, com mil colheres de chá do delegado geral, que sempre dava um jeitinho de colocar a afilhada em evidência.

- Ela está cuidando de alguns assuntos externos relacionados ao caso. - Carvana respondeu, escolhendo suas palavras com cuidado para não revelar a verdade por trás o atraso de Verônica. Ele não queria expor a escrivã diante do procurador.

- Espero que a investigação prossiga sem contratempos. Mantenham-me informado sobre os desenvolvimentos. - O procurador declarou antes de se levantar.

- Sim, senhor! - Anita prontamente se levantou, apertando a mão do homem mais uma vez.

Quando o procurador deixou a sala, Anita encarou Carvana, estava furiosa.

- Cadê ela, Carvana? Quarenta minutos atrasada, só pode ser brincadeira!

- Prestes a me aposentar e uma bomba dessa cai no meu colo! Eu quero total descrição nesse caso, essa porra não pode vazar. - Carvana ignorou a delegada.

Anita revirou os olhos, ouvindo Carvana falar da aposentadoria pela milésima vez. A delegada bufou irritada, olhando para o relógio na parede, mais irritada a cada segundo de atraso.

Como se invocasse uma entidade, Verônica bateu na porta, entrando em seguida.

- Resolveu dar as caras, escrivã? - A delegada disse com desprezo.

- Bom dia, Anita! - Verô disse com um sorriso forçado, ignorando suas provocações. - Podemos conversar? - Ela disse decidida, vendo Anita erguer as sobrancelhas.

- Na minha sala. - Anita disse, passando por ela.

- Bom dia, padrinho! - Disse, recebendo um sorriso de volta.

CRAWLING - VeronitaOnde histórias criam vida. Descubra agora