Dezoito.

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Anita vestia uma roupa esportiva, as curvas do seu corpo marcadas pelas calças de academia, na cabeça um boné que ajudaria a esconder a escuta que a delegada usaria.

Lima parecia um civil, roupas casuais, uma mochila em um dos ombros, enquanto esperava seu momento de agir.

Todos estavam apreensivos.

Nelson havia encontrado o cara na internet, Igor Viana, vinte e sete anos. Mas conseguiu muito mais que apenas um nome e uma idade, descobriu que o sujeito era fichado por pequenos delitos, estava inserido em comunidade bizarras na internet e parecia ter certa adoração pela morte. Não demorou até que fosse localizado na dark web. Igor se gabava em fóruns, alegando ter imagens das vítimas mortas, de suas casas, e pertences pessoais das mesmas. O homem colocou um preço no que dizia ter e não demorou até Anita liberar que ofertas fossem feitas. Era uma emboscada.

A operação foi arquitetada e organizada pela delegada. Os disfarces ajudariam a pegar o cara sem que ele tentasse fugir. Anita ficaria mais distante, prestaria apoio. Lima era o suposto interessado nas fotos e em tudo que viria com elas.

- Não é melhor ter mais uma equipe? - Verônica falou ma esperança de participar da operação.

Estavam em uma sala localizada em um prédio próximo ao ponto de encontro. Nelson testava as escutas com Lima, Moraes e Carvana, Anita e Verônica discutiam.

- Você quer fazer o meu trabalho?- Anita disse ríspida, arrumando seu boné. - Muita gente chama atenção. É uma ação simples, não tem erro!

Carvana se aproximou, notando a hostilidade que rondava as duas.

- E nem pode ter erro! - Carvana disse encarando Anita.

- Eu posso ficar com o Moraes! - Verônica apelou.

Moraes era um idiota puxa saco de Anita, mas foi nele que Verô se agarrou para poder participar.

Nelson olhou para a amiga de onde estava, encorajando-a.

- Você não tem experiência em campo! - Anita já transbordava irritação.

- Porra, Anita, eu fui atrás da evidência. Fora que já participei de várias operações antes!

Anita respirou fundo, olhando nos olhos de Verô.

- Não! - Ela disse firme. - Eu não vou arriscar a operação, Verônica. Não dá.

E ela estava ele mais uma vez, seu nome saindo da boca da delegada.

Verônica respirou fundo diante da frustração e da surpresa. Sempre sentia um arrepio correr por seu corpo quando Anita dizia seu nome, ainda mais daquela forma firme, decidida.

Verônica foi deixada naquela sala, com um rádio e uma cadeira. Se sentou ao lado de Carvana decepcionada. Era para estar lá fora, não escondida em uma sala.

A Delegada por sua vez estava preparada, um transmissor na orelha, observando Lima chegar ao local, estacionar sua moto e se colocar aonde havia marcado com o suspeito.

Colocou a bolsa ao seu lado, encarou o relógio em seu pulso.

Cinco minutos para a hora marcada.

O local era movimentado, carros por todo lado, civis para lá e para cá, fluxo intenso de pessoas.

- Avistei o suspeito! - Verô ouviu a voz de Anita pelo rádio.

O suspeito se aproximou de Lima, uma mochila no ombro, andava de forma apressada.

Em um gesto rápido, Igor jogou a bolsa que segurava na direção de Lima, tomando para si a outra. Aquele era o pagamento pelo material.

- Que isso, moleque? Porra! - Lima gritou, correndo atrás do suspeito que já havia disparado em sua frente.

CRAWLING - VeronitaOnde histórias criam vida. Descubra agora