Vinte e um.

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A delegacia estava calma, era cedo ainda e as pessoas iam chegando aos poucos, enquanto Verô e Nelson estavam em frente ao computador, observando cada conversa de cada fórum monitorado. E a cada conversa que analisavam, Verônica se sentia mais frustrada. Muitos fóruns, muitas conversas, aquilo era quase um tiro no escuro e após semanas e três vítimas, a sensação de que o caso não caminhava estava sempre a perseguindo.

- Vamos ter que esperar, Verô, mas é uma boa pista. O cara vai aparecer! - Nelson disse ao notar a inquietude de Verônica.

- Eu sei, Nelson.

- Agora me diz, o que aconteceu ontem?

Verônica se lembrou da noite anterior, de Anita e de tudo o que fizeram. Se lembrou do toque das mãos dela em seu corpo e custou a acreditar que aquilo não foi apenas mais um sonho maluco que tivera. Mas sabia que era real, e a excitação forte que crescia entre as suas pernas apenas reforçava o quão real havia sido.

- Bebi demais! - A morena disse, dando de ombros. - Fora que Anita estava me irritando. - Mentiu. - Já a vejo demais aqui.

Nelson arregalou os olhos conforme Verô ia falando, mas a escrivã se deu conta tarde demais.

- Bom dia, escrivã - A voz surgiu em suas costas.

Veronica quis rir, as duas sabiam que aquilo era papo furado, mas manteve a pose. Nao sabia como seria dali em diante, mas sabia bem que sexo não a tornaria amiga de Anita, muito menos qualquer outra coisa.

- Doutora! - Veronica parecia muito mais provocante que o habitual.

- Bom saber que eu sou assunto pra você depois de ontem!

Veronica travou. Sabia que a delegada era uma caixinha de surpresas!

- Mas não se preocupe, não pretendo colocar meus pés naquele lugarzinho novamente.

O sorriso no rosto de Anita era sutil, provocador, deixando evidente que a mesma estava se divertindo com aquele teatrinho.

Anita não era ingênua.

Ela captava a tensão carregada no olhar de Verônica, sentia o calor emanando dela, e isso mexia com seus próprios desejos e sentimentos. Por mais que tentasse negar, havia algo magnético na presença da escrivã que a atraía de maneira incontrolável.

A tensão entre Anita e Verônica estava palpável, e Nelson observava a interação entre elas com curiosidade, sem entender completamente o que estava acontecendo. No entanto, ele percebeu que havia algo diferente no ar, algo além da usual rivalidade entre as duas.

Enquanto Verô e Nelson continuavam a monitorar as conversas nos fóruns online, uma mensagem suspeita chamou a atenção deles. Era um comentário codificado, cheio de referências obscuras e termos técnicos que indicavam uma possível conexão com o criminoso que vinham rastreando.

- Verô, olha isso! - Nelson chamou a atenção da escrivã, apontando para a tela do computador.

Verônica se aproximou, analisando atentamente a mensagem enquanto seu cérebro trabalhava rapidamente para decifrar o conteúdo. Era como montar um quebra-cabeça complexo, mas ela estava determinada a encontrar alguma pista que os levasse até o criminoso.

- Isso parece ser um código. Um código que o cara usa para se comunicar. - Verônica comentou, sua mente já formando planos para rastrear a origem da mensagem.

Nelson concordou, enquanto começava a trabalhar em rastrear o endereço IP associado à mensagem. Ele navegou por uma série de firewalls e proxies, enfrentando dificuldades que dificultavam a identificação do criminoso e provavam que o cara era esperto o bastante para saber se esconder, pelo menos um pouco.

CRAWLING - VeronitaOnde histórias criam vida. Descubra agora