Vinte e dois.

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Anita segurava uma taça de vinho, vestindo algo casual, mas ainda assim, elegante. A loira levou algum tempo para ficar pronta, não queria deixar na cara que havia se arrumado, não daria esse gostinho a Verônica ,mas desejou que ela a achasse bonita, desejou que a morena reparasse.

Se viu em pé em sua sala de estar com uma música ambiente, uma iluminação aconchegante e uma taça a mais, esperando por companhia. Não era do tipo que hesitava, que vacilava, mas não conseguia ignorar o frio na barriga que marcava presença, como não sentia há muito tempo.

Encarou o relógio, sentindo certa descrença. Verônica podia não aparecer, podia simplesmente não ir e aquela hipótese deixava Anita frustrada.

Respirou fundo, se preparando para se jogar em seu sofá, quando ouviu a campainha. Sorriu de forma maliciosa, sentindo seu coração bater em um ritmo mais acelerado.

Era ela.

Quando seus olhos encontraram Verônica, parada em sua porta, linda, cheirosa e segurando uma garrafa de vinho, seu sorriso se alargou, dando passagem para que a mesma entrasse.

- Escrivã! - Ela disse em seu tom mais provocativo.

- Doutora! - Verô sorriu, sentindo o ambiente totalmente dominado por Anita a sufocar um pouco.

Verônica entregou o vinho nas mãos de Anita, fazendo com que seus dedos a tocassem rapidamente, trazendo para si uma corrente elétrica que correu por seu corpo.

Uma excitação quase que esmagadora pairava pelo ar.

- Boa escolha. Forte, encorpado! - Anita falava do vinho, mas seus olhos se mantinham presos aos de Verô.

Colocou o vinho em cima de sua mesa de centro, enchendo a outra taça com sua própria garrafa, já aberta, entregando para Verônica, que agradeceu.

Ver Verônica longe da sua área de dominância deixou Anita fascinada. Sempre carregando aquele fogo no olhar, mas dessa vez tão contida, tão desconfiada.

- Tá com medo, Verônica? - A loira se aproximou. - Eu não mordo... A não  ser que me peça. - Ela disse rindo.

- O que a gente tá fazendo, Anita? - Verônica perguntou sem rodeios.

Elas estavam tão perto que Anita podia sentir o cheiro de Verô a cercar, deixando-a inebriada.

- Eu não faço a menor ideia, escrivã, mas não vou fingir que não gosto só pra sustentar a rivalidade que você mesma criou!

- Calma aí, Anita. Eu criei? - Verô riu de maneira irônica, tomando um grande gole de seu vinho. Estava nervosa.

- A única a me desafiar dentro da minha delegacia, a única a contestar tudo o que eu digo e faço, desde o início. Se entendesse o seu lugar, não haveria rivalidade nenhuma! - Anita tirou a taça das mãos de Verônica, colocando junto a sua, diminuindo ainda mais a distância entre elas. - Talvez eu até gostasse mais de você!

- Mentirosa! - Verônica disse, tocando a cintura da delegada com suas mãos. - Você adora essa merda.

- Touché! - Foi sua palavra final antes de enrolar seus dedos nos cabelos de Verônica, beijando-a com calma.

Os lábios quentes e macios de Verô faziam Anita derreter, como se tudo a sua volta queimasse.

Aquilo, aquela sensação, esteve presa em sua cabeça durante todo aquele dia e ao finalmente senti-la novamente um gemido escapou de seus lábios, fazendo Verônica sentir seu corpo tremer.

Os lábios se tocavam com uma delicadeza erótica. Anita podia sentir o sabor de Verônica em sua boca, a temperatura, o desejo que a mantinha ali, enquanto suas línguas se tocavam de forma gentil, como ainda não havia acontecido. Sem pressa, podendo desfrutar de cada movimento, cada toque.

CRAWLING - VeronitaOnde histórias criam vida. Descubra agora