Dois dias se passaram e Himari ainda não havia despertado. Minha inquietação crescia a cada momento, mesmo após termos concluído nossa missão na fábrica. O hotel parecia uma prisão, pois eu não ousaria partir sem ela. Minhas preocupações me levaram de volta à fábrica abandonada, um local interditado que inexplicavelmente me chamava.
Enquanto perambulava pelos corredores e cômodos, minha mente fervilhava com pensamentos tumultuados. O peso da culpa me oprimia, questionando minhas ações e decisões. A angústia de ver Himari sofrer para controlar sua natureza me consumia, despertando um impulso protetor incontrolável. Em um momento de irritação e ansiedade, quase entrei em conflito com Inojin, questionando-me sobre a razão de meu comportamento ridículo.
Foi então que a verdade se desvelou diante de mim. Minha necessidade desesperada pela atenção e afeto de Himari me atormentava, pois eu ansiava por mais do que sua amizade. Essa realidade dolorosa me feria profundamente.
Imerso em reflexões perturbadoras, adentrei uma sala e revirei cada canto em busca de respostas. Entre as anotações espalhadas, uma descoberta abaladora fez meu coração disparar. A terrível revelação sobre um líquido letal capaz de gerar uma fumaça tóxica mortal quando incendiada, destinado ao hotel Muaynibu, foi como um golpe avassalador, aquele era o hotel em que estávamos, e o pior era ter a data do dia exato, no caso hoje. Meu corpo começou a dar sinais de pânico e eu senti um gosto amargo acompanhado de uma sensação extremamente ruim.
Sem hesitar, deixei o local imediatamente e retornei à vila, envolto pela escuridão da noite.
Ao chegar de volta ao vilarejo, deparei-me com uma imponente coluna de fumaça pairando nos céus, indicando claramente a evacuação da aldeia devido à presença de substâncias radioativas. Na entrada, deparei-me com meus amigos visivelmente preocupados, buscando soluções para a situação adversa.
Cho, em um acesso de irritação, agarrou-me pelo colarinho e vociferou:
Cho- Que droga! Onde você estava, seu idiota!?
Eu, num tom grave, confirmei a veracidade da situação.
Wasabi, demonstrando exasperação, questionou:
Wasabi- O que caralhos você quer dizer com 'veracidade'? Se ao menos você estivesse presente, talvez as coisas não tivessem chegado a este ponto.
Inojin, com sobriedade, ponderou:
Inoji- De qualquer forma, não há mais ação que possamos empreender... A aldeia foi evacuada e a simples exposição dérmica à fumaça já acarreta danos internos fatais. Resta-nos aguardar a chegada de uma equipe especializada de urgência enviada diretamente de Konoha.
Enquanto absorvia as orientações dos guardas locais acerca da evacuação completa da população do vilarejo, um ninja sensorial detectou a presença de alguém remanescente no interior da vila. Sumire, em desespero, começou a vasculhar freneticamente o entorno e logo entrou em pânico.
Wasabi interpelou-a:
Wasabi- Ei, o que aconteceu?- Com olhos arregalados e voz trêmula, Sumire gritou.
Sumire- A HIMARI TÁ LÁ DENTRO!!!!!!!!!
Essas palavras trespassaram meu coração como punhais afiados. Sem hesitação, preparei-me para adentrar o local quando fui interrompido por Inojin.
Com veemência, ele declarou:
Inojin- Não! Você não pode entrar, Shikadai!
Shikadai- Me solta! Eu não me importo!
Inojin- Entrar é loucura!
Shikadai- Pela Himari eu faço essa loucura!
Desvencilhando-me dele, adentrei o vilarejo enquanto ouvia os gritos preocupados de meus amigos ressoando ao longe. Era inconcebível para mim que tivessem partido sem Himari. Será que verdadeiramente eram amigos? Naveguei pelos becos e abri caminho através da densa fumaça com meus ventos.
Ao alcançar o hotel e adentrar o edifício, deparei-me com um elevador inoperante — uma maldição em tal momento crucial. Determinado, subi as escadas à toda velocidade rumo ao último andar onde se situava nosso quarto. Após uma demorada ascensão, irrompi pela porta até me deparar com uma cena reconfortante: Himari envolta por um chakra azul flamejante e traços de areia a protegendo, era como se sua bijuu a protegesse.
Um alívio indescritível tomou conta de mim ao constatar que ela estava salva. Contudo, permanecer ali era um risco que eu não poderia correr por mais tempo.
Aproximei-me para alcançá-la, porém o chakra emanava uma intensidade tão avassaladora que feriu minhas mãos. Gradualmente, minha respiração começou a falhar e tossi, calafrios percorreram meu corpo, como se eu já estivesse contaminado. Ao cuspir sangue e vê-la naquela condição, não hesitei; envolvi a jovem à minha frente, sentindo a ardência do intenso chakra que queimava meus braços, uma dor infernal. Segurei-a nos braços com delicadeza, como se carregasse o tesouro mais frágil e valioso do universo, seu chakra causava agonia em meu peito e membros. Analisei seu rosto sereno, ela dormia como um anjo..
Deixei o local com ela, cambaleando pela aldeia, os sinais de desfalecimento já eram evidentes, porém não podia desistir. Himari estava ao meu lado e quem sabe por quanto tempo a proteção do chakra da besta duraria. Minha determinação e o amor que nutro por ela foram suficientes para me conduzir até a saída; meus amigos testemunharam e logo o chakra dela foi "desativado", como se percebesse que não havia mais perigo.
Entreguei ela para Inojin.
Shikadai- Por favor... Cuida dela. -fala como um sussurro.
No mesmo instante em que a inconsciência me dominou e caí ao chão, mas estava em paz; ela estava a salvo, saber disso já era um motivo para que se eu morresse, eu morresse tranquilo..
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𝐌𝐨𝐧𝐬𝐭𝐞𝐫 |ᴴᶦᵐᵃʳᶦ ᵁᶻᵘᵐᵃᵏᶦ
Fanfiction𝐌𝐨𝐧𝐬𝐭𝐞𝐫 |ᴴᶦᵐᵃʳᶦ ᵁᶻᵘᵐᵃᵏᶦ ❁ 𝐇𝐈𝐌𝐀𝐑𝐈 𝐔𝐙𝐔𝐌𝐀𝐊𝐈, irmã gêmea do primogênito do Sétimo Hokage, embora fosse gêmea, a semelhança física entre os dois era praticamente inexistente. Desde tenra idade, ela já almejava um futuro determinado, n...