𝐌𝐨𝐧𝐬𝐭𝐞𝐫 |ᴴᶦᵐᵃʳᶦ ᵁᶻᵘᵐᵃᵏᶦ

A Dez Passos De Você

Cheguei em uma livraria que havia em um vilarejo ao Sul, logo fui na recepção até ver uma senhora atrás do balcão.

Senhora- Bom-Dia! O que deseja?

Shikadai- A senhora poderia me dar uma informação?

Senhora- Claro, deixe-me adivinhar... Você procura por alguém?

Shikadai- A senhora por um acaso viu uma moça ruiva, mais ou menos dessa altura. -gesticula- Ela tem marcas de nascença, duas em cada bochecha. Olhos azuis.

Senhora- Ah, vi sim... -se lembra- Não faz muito tempo, acho que foi há pelo menos dez minutos, uma moça ruiva dos cabelos enormes com essa descrição entrou aqui, passou seis horas lendo um livro.

Shikadai- Sabe qual foi ele?

Senhora- Ah, espere...

Ela começou a mexer nas coisas embaixo do balcão até que tirou um livro com o título "almas perdidas".

Comecei a folear o livro com rapidez, todo o conteúdo se tratava de jutsus proibidos para trazer alguém de volta à vida. Até que Cheguei à uma página específica que estava arrancada deixando apenas o título, " o Renascer", aquilo me parecia coisa de Himari.

Shikadai- Poderia me informar o que seria o jutsu, Renascer?

Senhora- Vou resumir um pouco meu jovem. Se uma pessoa morre por um assassinato, resta alguém matar quem foi o culpado, tirar seu coração, ir até a vítima que foi morta, colocar o coração na pessoa e oferecer o sangue de alguém de uma linhagem sagrada, não sei ao certo qual.

Aquilo fez meu coração parar por um momento. Eu só havia sido morto porque meu chakra foi selado antes que eu pudesse liberar todo ele em combate, e o culpado disso era Kawaki.

Ele traiu a vila e está do lado da Kara, a organização que está doida para capturar Himari. E ir atrás de Kawaki só para me trazer de volta era como suicídio, ela estaria entrando na jaula dos leões, estava se arriscando por minha causa.

Saí rapidamente da Biblioteca, eu precisava encontrá-la o mais rápido possível!

Passeando pela vila, meu coração doía, eu estava à um passo de surtar novamente. Todos os dias era assim, eu vivia como um hamster em sua roda. Sempre eu começava a surtar e querer destruir tudo em volta. Comecei a sentir meu coração pulsar, um calafrio percorreu meu corpo, mais uma vez minha mente trouxe as lembranças do dia em que ele morreu e meus olhos em menos de um segundo se encheram de lágrimas.

Entrei no primeiro beco escuro que encontrei e me sentei no chão com o corpo trêmulo, minha cabeça começou a girar, minhas vistas ficaram turvas. Dessa vez eu tentei não ficar dopada, mas eu não consegui. Tirei remédios do bolso e tomei vários de uma vez, encostei a cabeça na parede encarando o céu.

Em pouco tempo eu comecei a ver diferente, olhei para as minhas mãos e notei que estava alucinando, eu via minha pele azul, logo comecei a concentrar chakra para me manter sã quando na verdade eu não conseguia nem me manter de pé sem fazer muito esforço.

Comecei a chorar novamente, mas dessa vez não havia sentimento. As lágrimas apenas desciam acariciando gentilmente meu rosto, comecei a olhar para cima encarando o céu, até que um vento estranho começou no local.

Olhei para uma das entradas do beco e bem no meio da multidão, um garoto de cabelos castanhos e longos, olhos verdes, me chamou a atenção. Era ele...

Arregalei os olhos, parecia que o mundo havia ficado em câmera lenta. Eu achei que estava alucinando tanto que comecei a ver ele, as lágrimas desceram mais ainda. Não parecia alucinação.

Um cidadão acidentalmente esbarrou nele e pude escutar claramente a voz de Shikadai pedindo desculpas ao homem.

Como isso era possível? Tentei me levantar para ir até ele, mas as minhas pernas falharam e caí no chão, me apoiei na parede tentando me levantar, consegui com dificuldades, assim que saí do beco eu logo olhei em volta procurando por ele. Assim que consegui me manter em pé, comecei a cambalear até a direção que ele foi..

Consegui encontrá-lo no meio da multidão, eu estava à dez passos de conseguir chegar perto.

Aquilo tinha altas chances de ser uma alucinação da minha cabeça, mas ao mesmo tempo era tão real...

Himari- S... Shikadai!

Ele virou a cabeça para o lado na intenção de olhar por cima do ombro, assim que iria tocá-lo, minhas pernas falharam de uma vez e minhas vistas embaçaram.

Não era alucinação...

Himari estava tremendo, ela chorava sem parar. Me olhava com o rosto estranho, como se estivesse alucinando. Toquei seu rosto delicadamente.

Himari- V... Você. -fala com a voz fraca.

Shikadai- Hima... -sussurro.

Suas pupilas estavam muito dilatadas, aquilo entregou que ela estava dopada, assim como minha mãe disse. Suas olheiras eram profundas, seu rosto era de choro, ela realmente estava acabada. Tudo isso por minha causa.

Seus olhos se fecharam rapidamente e ela desmaiou em meus braços, a peguei no colo feito uma noiva. Eu consegui encontrá-la...

Eu consegui, mãe!