Capítulo 35: Por que você fez isso?

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Passei meu braço ao redor da cintura de Camila, enquanto a outra mão se enrolava nos cabelos molhados até chegar a nuca, onde segurei com força suficiente para fazê-la gemer contra os meus lábios, quando aprofundei o beijo, percebendo o quanto tinha sentido falta daquela garota.

Camila me abraçou apertado, enlaçando meus ombros, enquanto ela se derretia no meu colo, parecendo ter esperado por isso há muito tempo. Os lábios dela pareciam tão perfeitos quanto eram da primeira vez que eu a beijei. E não demorou para que eu percebesse que não havia mudado nada pra mim. Senti o mesmo frio na barriga e a mesma euforia doce por estar beijando ela.

—Puta merda, como eu senti sua falta! —Exclamei, afastando meus lábios o suficiente para respirar um pouco, abrindo os olhos para ver a expressão iluminada que estava no rosto de Camila, enquanto seus lábios e bochechas estavam vermelhos.

Me inclinei e a beijei de novo, sentindo o gosto dela tomando conta da minha boca, enquanto eu ficava sem ar, porque não conseguia parar de pensar em parar. Eu só queria mais dela. Camila parecia do mesmo jeito, porque apertava as mãos ao redor dos meus ombros, antes de uma das mãos se erguer até minha nuca e ela puxar de leve meus cabelos.

Afastei meus lábios só um pouco, engolindo em seco, antes de dar alguns selinhos nos lábios dela, que estavam entreabertos, dando a impressão de que ela nem estava respirando. Camila ficou com a cabeça um pouco inclinada para trás, já que eu ainda segurava sua nuca. Mas vi quando fechou os olhos e afastou uma das mãos, dando um beliscão no próprio braço.

—Por que você fez isso? —Indaguei, puxando a mão dela quando percebi que ela estava prestes a fazer de novo.

—Só queria ter certeza de que isso é real. —Afirmou, com a voz soando muito baixa, enquanto ela abria os olhos para me encarar quando deslizei minha mão pela bochecha dela. —De que você está mesmo aqui e não vai desaparecer. Quando eu estava sozinha, costumava sonhar com você, mas você sempre ia embora.

—Mas você não está mais sozinha agora. E eu também não pretendo ir embora. —Sussurrei, me inclinando e deixando um beijo leve nos lábios de Camila. —Nunca mais, Cami. —Beijei a ponta do nariz dela e depois uma das bochechas. —Nunca mais.

Camila suspirou, fechando os olhos enquanto sentia os beijos que eu deixava por todo seu rosto. Pelas suas bochechas. Pelo queixo. Pela sua testa. Até nos olhos fechados, antes de voltar para os lábios macios. Dessa vez apenas pressionei meus lábios contra os dela com força, antes de abraçá-la.

Camila afundou o rosto na minha garganta, com a respiração causando um arrepio pelo meu corpo, enquanto eu a apertava contra mim. Uma das mãos acariciando os cabelos loiros úmidos e a outra entrando por baixo do tecido da minha camiseta que ela usava, chegando até a pele quente das costas. Ela se estremeceu por inteira contra mim, mas apenas me abraçou com ainda mais força do que antes.

—Senti sua falta. Todos os dias, senti sua falta. —Afirmou, com a voz soando abafada já que ela permanecia com o rosto escondido na minha garganta, me fazendo sentir sua respiração pesada. A apertei com ainda mais força, sem ter a intenção de soltá-la. —Me desculpa, Edu. Eu sinto muito.

—A culpa não foi sua. Você não tem que me pedir desculpas por nada. —Beijei os cabelos dela, deslizando meus dedos pela linha da sua coluna, sentindo cada tremor do corpo dela quando eu fazia isso. —Sou eu quem sinto muito. Você não precisava ter passado por nada daquilo.

Camila se afastou para me encarar, com as mãos envolvendo minhas bochechas. Fechei meus olhos, apreciando o contado das mãos dela no meu rosto, me perguntando como consegui ficar tantos dias longe, com ela bem do meu lado. Ela sempre foi tudo que eu quis e tudo que eu mais precisava. Não havia qualquer outra pra mim. Sempre seria apenas ela.

Me deitei com ela ainda no meu colo, sorrindo quando ela se deitou também, com a cabeça sobre o meu peito e a respiração ainda acelerada, como se ainda não pudesse acreditar que aquilo estava mesmo acontecendo entre nós dois, depois de cinco malditos e longos anos. Mas se aqueles sentimentos ainda estavam ali, era só uma prova de que o que tínhamos era muito real.

—Você vai contar para os seus amigos? —Indagou, com um tom de voz um tanto hesitante.

—Nossos amigos, Cami. E o que você quer dizer com essa pergunta? Se eu vou contar sobre nós dois? —Ela ergueu um pouco a cabeça para me encarar, enquanto meus dedos deslizavam pelos seus cabelos. —Por que eu não contaria?

—Por que você estava me evitando desde que eu cheguei. Pensei que você fosse preferir... —Camila parou de falar, mordendo o lábio inferior com força, antes de balançar a cabeça negativamente. —Esquece. É bobagem minha pensar nisso agora. A gente só se beijou e...

A gente só se beijou? —Repeti, quase grunhindo as palavras, escutando Camila soltar uma risada nervosa, antes de tampar a boca com a mão quando eu a puxei para baixo de mim, o que a fez soltar um gritinho um tanto alto. Ficamos nos encarando por um momento, tendo certeza de que ela não tinha acordado ninguém. —Não fale como se fosse pouca coisa.

—Ah, mas eu não estou. —Retrucou, engolindo em seco quando me inclinei e mordi o lábio dela, o que a fez estremecer embaixo de mim, enquanto eu sentia que estava prestes a entrar em erupção com aquela garota tão perto de mim.

—Você está, sim. Quer que eu te lembre do porquê isso não é só um beijo? —Indaguei, vendo-a engolir em seco quando sentiu o tom malicioso na minha voz, ao mesmo tempo que um sorriso muito grande brotava dos meus lábios.

Não precisei fazer nada, porque o brilho nos olhos de Camila deixava claro o que ela queria. E ela mesmo se inclinou, agarrando minha nuca e me beijando como se fosse morrer se não fizesse isso logo. Retribui o beijo, suspirando quando meu coração doeu de tão rápido que estava batendo, porque eu poderia fazer qualquer coisa por ela.


Continua...

Todas as lembranças perdidas / Vol. 3Onde histórias criam vida. Descubra agora