But it was not

477 58 13
                                    

bom dia!!!!!

..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..

Abriu seus olhos lentamente, a iluminação lhe incomodava. Observou o ambiente branco e o cheiro de soro, engoliu em seco. Sua cabeça doía e seu corpo estava fraco.

Olhou para o lado, Sam estava dormindo numa cadeira ao lado de Henry, que mexia no celular. Olhou para o outro, não encontrou quem queria encontrar. Sentiu seus olhos arderem.

Respirou fundo, tentando controlar a vontade de chorar que tinha. Aquilo atraiu o olhar de Henry, que se levantou rápido.

- Lise! Meu Deus. Que bom que acordou - Disse rápido - Vou chamar o médico, já volto - Sua animação fez com que Sam despertasse.

- Lilise - Coçou seus olhos, se levantando e andando até Annelise - Você me deu um susto, o que aconteceu? O que teve?

- Cadê a Billie? - Sua voz embargou. Sua garganta doeu - Onde ela está?

- Annelise - Era o médico - Como está se sentindo?

- Cadê a Billie? Ela tá aqui? Ela tá lá fora? Pede pra ela entrar, por favor - Fungou - Por favor.

- Annelise, preciso que me responda. Como está se sentindo? Está sentindo muita dor na cabeça?

- Sam, por favor - Soluçou - Pede pra Billie entrar, eu quero ver ela. Eu preciso ver ela. Por favor.

Suas lágrimas saíam fortemente de seus olhos. Aquele choro lhe causava dor, angústia. Ela estava aflita. Queria Billie ao seu lado, precisava dela.

- Eu volto daqui um minuto - Disse o Médico - Quando ela se acalmar você me chama, tudo bem? - O ouviu murmurar para Henry, que assentiu prontamente.

- Cadê a Billie? - Perguntou de novo - Eu preciso ver ela, por favor.

- Ela foi embora, Lise - Disse Sam. Annelise lhe olhou com um cenho franzido.

- O-o que? Por que? Liga pra ela, por favor. Pede pra ela vir me ver, eu quero ver ela.

- Ela encontrou você desmaiada na porta dela, Lise. Ela trouxe você pra cá e me ligou pelo seu celular.

- E cadê ela? Por que ela foi embora? - Fungou encarando sua irmã.

- Ela não me falou. Mas ela estava chateada, Lise. Ela estava chorando.

Annelise fechou seus olhos com força, se permitindo soluçar pela dor que sentia dentro de seu peito.

- Eu vou deixar vocês conversarem - Henry disse, saindo do quarto.

Annelise se sentiu pior, porque aquela foi a mesma frase que Billie tinha dito antes de sair da biblioteca.

- São que horas? - Perguntou Annelise.

- São nove da manhã, você está aqui desde ontem. O médico fez alguns exames enquanto você dormia, e tudo indica que é Síndrome do Pânico.

Annelise não falou nada, porque sua mente estava vaga. Ela só pensava em Billie, queria ela ao seu lado. Precisava dela naquele momento e por toda a sua vida, e seu coração doía por não tê-la ao seu lado.

- Me dá o seu celular - Disse Annelise, engolindo o choro - Por favor.

- Pra quê, Lise?

- Eu vou ligar pra ela. Mas se eu ligar pelo meu, ela não vai atender.

- Annelise, o que aconteceu? Me diz o que teve ontem.

- O Oliver - Sua voz embargou novamente - Ele apareceu na biblioteca. Ele perguntou o nome da Billie se referindo a ela como minha amiga. E eu não falei nada - Soluçou - Eu não consegui. E ele ainda me chamou pra sair na frente dela. Eu não consegui falar nada. Eu magoei ela e agora eu não sei o que fazer.

Sam não falou nada, apenas suspendeu o celular dela para Annelise, que já sabia sua senha. Annelise foi diretamente até os contatos e digitou o número de Billie, porque ela havia decorado.

Começou a chamar. Ela o pôs no ouvido. Esperou um pouco. Billie atendeu.

- Alô?

- Billie... - Fungou - Vem, por favor. Me deixa conversar com você. Me deixa explicar tudo, amor. Eu preciso de você, Billie.

- Annelise... - Houve uma pausa, Annelise ouvia apenas seu próprio choro e os suspiros de Billie - Como você tá?

- Eu quero ver você, por favor - Soluçou.

Seu rosto doía, sua garganta ardia. Ela sentia uma dor no fundo de sua alma, e aquilo só iria parar quando ela se resolvesse com sua Billie.

- Por favor, vem me ver.

Billie não falava nada, e aquilo fazia seu peito doer mais do que já estava doendo. Se sentia esgotada.

- Você já teve alta? - Perguntou Billie - De quem é esse celular?

- É da Sam. E eu tô no hospital ainda. Billie-

- Deixa eu falar com a Sam, por favor - A interrompeu.

Annelise engoliu em seco, passando o celular pra Sam e murmurando um baixo "Coloca no alto-falante", mas o suficiente para que Sam conseguisse ler seus lábios e fizesse o que ela tinha pedido.

- Sam?

- Oi, Billie - Respondeu - E então?

- Vai pra um lugar afastado, por favor. Não quero que Annelise ouça.

- Tudo bem.

Sam deu alguns passos falsos, e depois voltou para perto de Annelise.

- Como ela tá?

- Ela quer te ver - Disse - A primeira coisa que ela fez quando acordou foi perguntar de você.

- Sam, vou ser sincera com você, tudo bem? Não quero falar com Annelise. Pelo menos não agora. Mas quando ela tiver alta me fala, por favor. Me mantenha informada sobre a saúde dela.

- O médico disse que provavelmente é uma Síndrome do Pânico. Os exames ainda vão sair.

- Puta merda! - Se ouviu um longo suspiro após sua fala - Quando os exames saírem me fale sobre, tá?

- Tá. Mas ela quer ver você, Billie. Não vai vir falar com ela agora?

- Não. Não quero falar com ela por um tempo, tá?

- Eu posso perguntar o que aconteceu? - Levou o olhar pra Annelise, que chorava baixo.

- Pergunte pra ela, Sam. Vou desligar agora.

- Tá - A ligação foi encerrada.

Annelise raciocinou um pouco. Sentiu uma dor maior em seu peito. A chama e o amor que sentia, agora se misturava com tristeza e escuridão.

Sam lhe abraçou de lado, e Annelise deixou com que suas lágrimas caíssem. Enquanto colocava tudo pra fora, se culpou, porque tudo poderia ter sido diferente.

Ela poderia ter falado a Billie sobre Oliver. Ela poderia ter dito que Billie era sua namorada e negado seu convite pra sair. Poderia ser corajosa o suficiente pra dizer a sua mãe que ela amava uma mulher.

Mas não foi.

Everywhere, Everything - Billie EilishOnde histórias criam vida. Descubra agora