Capítulo 12 - Se Arriscando

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Meu coração se apertava no peito tanto pela curiosidade pelas respostas, como pelo nervosismo em descobrir algo realmente ruim sobre... Sobre ele... Sobre o Leon. Só que eu tinha que ser forte e não me deixar abater, tenho que encontrar um meio de sairmos vivos daqui e ainda fazer o Leon de antes voltar.

-- Vivemos nesta ilha há gerações... Ninguém sabe ao certo como o primeiro de nós surgiu, mas de alguma forma começou a criar isso aqui e com o tempo precisamos reforçar para continuarmos vivos.

-- Do que se protegem?

-- Alguns os chamam de monstros... Outros de demônios.

-- E como são?

-- Não sei, nunca os vimos... Mas quem os vê, não volta mais.

-- Então como sabem que estão lá?

-- Os barulhos... Os uivos ou sei lá, podemos ouvi-los a noite quando vêm procurar comida, por isso os muros, tentamos sair pouco durante o dia e a noite, é completamente proibido.

Monstros...

Infectados talvez?

-- Eles sempre existiram?

-- Não, foi há alguns anos que surgiram... Antes esta floresta era cheia de vida, pássaros voando e cantando, animais brincando e correndo por aí, a brisa suave do vento, o cheiro bom das árvores... Mas tudo acabou.

-- O que aconteceu?

-- O Centro...

-- O que é isso?

-- Quando chegaram, ou se revelaram, não sei... Tudo mudou. Pessoas começaram a sumir e o monstros apareceram, matando tudo, cada animal, cada inseto, qualquer coisa viva fazendo a floresta ficar em um silêncio mortal.

-- Quando caímos eu chamei por meus amigos... E eles não escutaram.

-- Não, não adianta gritar, a floresta não deixa que nenhum som se espalhe.

-- Por quê?

-- Alguns dizem que ela se acostumou com o silêncio e praticamente morreu, então não permite que mais nenhum som se espalhe.

-- Deve ter uma razão lógica para isso...

-- Talvez, mas é no que acreditamos.

-- Mas vocês escutam os sons dos... Monstros.

-- Sim, os ouvimos atrás dos muros procurando e caçando algo ainda vivo.

-- Algum já foi pego em alguma armadilha?

-- Já machucamos alguns, sim, vimos um tipo de sangue várias vezes nas estacas, mas nunca pegamos nenhum... Parecem de alguma forma espertos e racionais, não sei explicar. Apenas uma pessoa disse uma vez que viu um deles e escapou vivo... Mas por pouco tempo.

-- O que aconteceu?

-- Ele se afastou demais do vilarejo e segundo ele, viu coisa demais... Antes eram apenas lendas, mas agora, já não se sabe mais ao certo.

-- Me conta.

-- Antigamente tínhamos lendas de alguns que se perderam nas florestas e voltaram vivos pelo menos até contarem o que viram... Mas o último foi o meu irmão mais velho, ele era curioso demais e pagou por isso.

-- Onde ele está?

-- Nunca mais voltou.

Opa...

-- Sinto muito.

-- Ele foi de atrás da nossa mãe... Éramos muito pequenos quando ela foi colher cogumelos e desapareceu. Meu pai a procurou por anos, mas nunca encontramos nada, então meu irmão entrou mais na floresta e disse que viu um deles com o colar que minha mãe usava, ele ficou doido.

Mente SombriaOnde histórias criam vida. Descubra agora