Capítulo 25 - Uma Ponta de Esperança

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Um castelo?

Este castelo é o "Centro"?

Todos precisamos de um minuto para avaliar o lugar, mas acho que o frio que percorreu por minha espinha fez o mesmo com todos ali. Com exceção do Leon, provavelmente, mas agora eu precisava me manter focada em meus próprios pensamentos e conclusões.

-- Esse é o "Centro"? Um castelo?

Jill pergunta ofegante e me viro na direção deles.

Meu irmão está próximo dela com uma expressão preocupada enquanto avalia o braço ensanguentado dela, sem parecer ligar para a própria cabeça sangrando. Então me aproximo deles e enquanto ele cuidava dela, rasgo um pedaço da minha blusa e uso para limpar seu rosto, vendo ainda mais preocupação em seus olhos quando vira para mim.

-- Você está bem?

-- Meio dolorida e tonta... Mas vou sobreviver.

-- Não sente mais nenhum efeito do veneno?

-- Não, nada. E você, o que houve?

-- Acionei uma armadilha e pedras de sei lá onde caíram na minha cara.

-- EU acionei...

Jill o olha preocupada.

-- Não devia ter me empurrado, aquilo era para mim.

-- Você já tinha sido atingida pela flecha, não precisava se machucar mais... Eu não ia deixar isso acontecer.

Ela sorri com as palavras dele e encaro os dois ainda preocupada.

Depois de limpar o rosto do meu irmão e dele improvisar um curativo no braço da Jill com pedaços da própria roupa dele, levanto e volto a olhar para o castelo. Se a ilha já parecia estranha, aqui se parece mil vezes pior.

O silêncio é mortal.

Escuto as árvores balançarem, mas não sinto vento algum.

Algumas luzes nas janelas estão acesas e até o ar que entrava em meus pulmões parecia hostil. Eu sentia a pior sensação possível em estar diante daquele portão. Olhei o muro... Impossível de atravessar. Ele é enorme, com arames cobrindo toda a parte superior juntamente com a parte de cima do portão. E mais ao canto, na parte de dentro, eu via uma luz piscando, com certeza indicando algo que não devia ser ignorado.

Vermelho, branco... Verde e amarelo.

Vermelho, branco, verde e amarelo... Algo me diz para decorar isso.

E assim as luzes se repetiam sem parar.

-- É elétrica...

Leon se aproxima, mas não olho para ele.

-- Se tentarmos atravessar, fritamos.

É mesmo?

Anda lembrando de coisas demais.

E eu também, afinal, há coisas que não podem ser esquecidas... Como a morte possível de ser evitada, mas preferida ser ignorada por ele. Escuto os gritos do Jhim ecoarem em minha mente e minha vontade de avançar mortalmente na direção dessa cópia do Leon, é imensa. Sendo ele ou não, ele deixou o garoto morrer. E sendo ele ou não, isso é algo imperdoável agora.

Me afasto dele a passos curtos, fingindo avaliar melhor o muro.

Se o que ele diz é verdade, precisamos encontrar alguma forma de desligar isso e podermos passar. Não sei se desligar a eletricidade nos garantirá passagem, mas precisamos de um começo.

E então... Aquilo.

Vejo algo encoberto pelas folhas no chão e vou até ele, afastando arbustos e galhos secos para ver um fio. Eu o puxo com cuidado e vejo que estava interligado com alguma parte de dentro do muro, ou seja... Talvez uma direção apontada para desligar a eletricidade ou abrir o portão?

Mente SombriaOnde histórias criam vida. Descubra agora