Capítulo 18 - Por Um Fio

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Eles se aproximavam...

Cada passo e movimento das folhas, eu sentia...

Meu coração acelerou enquanto minha mente tentava procurar algum jeito de escapar daquelas coisas, afinal, se corrêssemos seria nosso fim. Mas se esta fosse a única forma, que seja assim... Jamais permitir que a morte chegue tão fácil.

-- Árvores...

Escuto um sussurro e vejo a Jill indicar os galhos das árvores. Ela começa a subir sem fazer barulho e meu irmão concorda me fazendo um sinal com a cabeça, então vou até a outra árvore e começo a subir tentando ao máximo não quebrar nada para manter o lugar todo em silêncio.

-- Jhim, ande...

Sussurro para o garoto que começa a subir de atrás de mim e continuo sem parar até o mais alto que eu poderia chegar sem quebrar os galhos. Nem todas as árvores eram grossas e resistentes, mas para nossa sorte, algumas por perto pareciam ser o suficiente para nos aguentar.

Quando sento em um dos galhos mais altos, encosto minhas costas em seu tronco e respiro fundo podendo finalmente descansar. Mas os sons aumentando me fazem olhar lá para baixo e a cena que vejo me deixa boba...

Aquelas coisas...

Tantas coisas...

Por onde começar?

Zumbis? Sim.

Eles rastejavam pelo chão e alguns vagavam gemendo como sempre faziam em busca de um corpo fresco para chupar até secar ou transformar em uma aberração como eles.

Hunters? Sim.

Criaturas verdes escamosas soltando sons estridentes enquanto observavam atentamente a mata ao redor em busca de uma presa. Seus corpos altos e musculosos pareciam prontos para fatiar a primeira vítima que aparecesse em sua frente... Ou que caísse de uma árvore.

Lickers? Sim.

Cachorros? Sim.

Aranhas? Sim.

Afflicted... Sim.

Eu sabia que me lembrava desses sons... Eu os ouvi tanto na ilha onde a Alex me manteve com a Moira que não tinha como me esquecer por completo. As criaturas "comuns" estavam todas presentes, mas se estes "novos" estavam aqui, é porque realmente o vírus da Alex tem alguma coisa a ver com essa bagunça.

Mas tinham mais...

Mais criaturas se mostravam e mais sons cortavam a noite...

Muitas delas eu não conseguia definir e muitas eu não tinha me deparado ainda, apenas me lembrava por relatórios do meu irmão e ou de outros que estiveram em missões bioterroristas.

E as coisas continuaram...

Elas andavam a procura, a espreita e em guarda.

De alguma forma, caminhavam parecendo ter um destino, pois seguiam em linha reta e embora parecessem diminuir de quantidade, ainda surgiam mais... A floresta era dominada pelos barulhos que faziam e eu tinha mais certeza do que nunca que quem quer que ficasse na floresta no meio da noite sem pensar em um modo de se esconder, morreria estraçalhado.

Quando escuto um barulho mais alto, viro para ver um Hunter pular em cima de um zumbi e começar a estraçalhá-lo loucamente parecendo um desesperado por tripas e mais sangue.

Os demais continuam...

Alguns permanecem...

Os sons preenchem a floresta...

O que é tudo isso?

Quem fez essas coisas aqui?

Para que tudo isso?

Mente SombriaOnde histórias criam vida. Descubra agora