O teto continuava a descer.
Os livros voavam para todos os lugares, mas com nossa educação quanto ao lugar se esvaindo completamente, os móveis começaram a voar e o Leon com o Chris começaram a quebrar as estantes para ver o que elas cobriam.
-- TEM QUE TER UMA SAÍDA!!!
Alguém grita, mas continuo.
Não podíamos mais ficar em pé porque os espetos estavam perto e por mais que eu andasse agachada, senti um deles roçar minhas costas e me abaixo mais, olhando nervosa para as coisas que estavam prestes a nos fatiar.
-- AQUI! AQUI! ENCONTREI!
A voz da Jill veio de algum lugar e vi ela diante de uma passagem na parede por onde passou depois que o Chris fez sinal a ela e esperou por mim. Me apresso quase rastejando, mas ao chegar no buraco, escorrego por ele enfim longe dos espetos e caio de cara num chão áspero e úmido.
-- Ai...
Sussurro para mim mesma.
Olho ao redor e sinto braços me ajudarem a levantar.
-- Tudo bem?
Jill me olha preocupada e concordo, então olhamos para cima na direção do buraco e o Chris surge já seguido do Leon. Mas não me admiro quando ambos caem em pé, bem diferentes de mim.
Não tive muito treinamento, desculpe!
Sorrio pela piada própria e olho ao redor.
-- Bom... Bem melhor do que espetos no teto.
Jill fala ao observar o lugar, mas com um barulho estranho vindo de uma das direções, nem me surpreendo mais. Este lugar parece infestado pelos piores tipos de criaturas que já criaram. E por um lugar frio, úmido e escuro, muitas coisas podem gostar de morar por aqui... E ainda melhor: várias direções para seguir. Corredores largos com piso molhado e paredes pingando. Barulho de goteiras por toda parte com ecos de patas e sons estranhos trazidos por eles.
-- Tem coisa aqui...
-- Vamos continuar, talvez tenhamos sorte de não descobrir o que é.
Chris e Jill conversam e começam a caminhar para o lado oposto. Sigo com eles, mas ao ouvir uma risada leve de atrás de mim, viro e vejo o Leon com um sorriso de canto e fico sem entender.
-- Se for boazinha, prometo não contar ao Chris.
-- Contar o quê?
Ele me mostra a moeda que o Chris encontrou no livro e enfio a mão no bolso o sentindo vazio. Então sorrio e quando vou pegá-la, ele fecha a mão e a enfia no bolso com um sorriso travesso.
-- Acho melhor eu cuidar disso agora.
-- Foi um acidente!
-- A manivela cair do bolso do seu irmão também.
Reviro meus olhos e ele sorri, me deixando extremamente mal acostumada ao vê-lo tão bem e sorridente. Mas quando se aproxima me puxando para perto, meu coração acelera e posso ver que ele olha em direção ao meu peito como se pudesse perceber isso antes de mim.
-- Como vivi tanto tempo sem você, Ruivinha?
-- Não sei... Sempre me perguntei isso.
Ele ri comigo e acaricia meu rosto.
-- Vai me dar mais uma chance?
-- Vou tentar, eu prometo.
-- E eu juro que será a última vez... A vez que dará certo.
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Mente Sombria
FanfictionJá se passaram seis meses desde que Leon foi dado como morto... Ele desapareceu em missão em uma ilha que ninguém sabe ao certo onde fica e por isso, não o encontraram, dando as buscas como encerradas. Quando achei que não havia mais esperança, meu...