Capítulo 11 - Vilarejo

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Eles nos encaravam...

Curiosos e eu diria até preocupados.

Deixei minha arma apontada para eles, mas não pareciam querer reagir ou preparar um plano de ataque... Então observei melhor. Eram três. Dois homens e um rapaz jovem que talvez nem tivesse completado a faixa de vinte anos. Todos se vestiam de uma maneira muito simples, com peças sujas e maltratadas que não pareciam nada além de pessoas que possivelmente moram aqui.

Pessoas que moram aqui...

Falaram que na ilha não haviam moradores.

Mais uma mentira?

-- Quem são vocês?

Quando o homem com barba grisalha, poucos fios brancos na cabeça e com uma expressão ranzinza enchendo a cara pergunta, o mais jovem, o do meio eu diria, cutuca seu braço e os três voltam a ficar quietos.

Não parecem uma ameaça...

Mas é melhor eu ficar atenta em tudo.

Abaixo a arma demonstrando uma feição mais amigável, mas pronta para usá-la se fosse necessária. Olho para o meu irmão que voltou a fechar os olhos pela dor e caminho lentamente na direção dos estranhos que se afastam um pouco parecendo temer minhas atitudes, então paro e levanto as mãos.

-- Meu irmão está ferido... Podem nos ajudar?

-- O que querem aqui, estrangeiros?

O homem ranzinza novamente perguntou.

-- Nosso avião deu problemas e tivemos que saltar dele... Meu irmão se machucou e precisa de cuidados, podem nos ajudar?

-- Não! Sumam daqui!

Ele me dá as costas, mas o homem mais jovem que o velho revira os olhos e se aproxima me estendendo a mão com gentileza e eu tento contribuir sem sentir a necessidade de manter a outra mão pronta para engatilhar a arma.

-- Meu nome é Mikhail... Este é meu filho Jhim e meu pai Vienn.

O homem do meio parecia ter uns quarenta e poucos anos, com um cabelo castanho mais comprido e mal cuidado caindo sobre os ombros, mas um sorriso gentil. O menino mais jovem, tinha os mesmos olhos e cabelos, embora mais curtos, mas parecia um pouco tenso com a situação ou talvez demonstrava um pouco de medo pela nossa presença.

-- Muito prazer, Mikhail, meu nome é Claire, aquela é minha cunhada Jill, o meu irmão Chris que está machucado e... – Eu paro – O Leon.

-- Não moramos longe daqui, é tudo muito simples, mas ofereço ajuda ao seu irmão se você quiser me acompanhar.

Puxa, graças algo bom... Que PARECE bom pelo menos.

-- Obrigada, Mikhail, agradeço muito.

-- Não tem do quê, Claire... Posso me aproximar deles?

-- Ah... Sim, claro que sim.

Ele se aproxima da Jill com meu irmão e se abaixa olhando o ferimento ao levantar a camisa dele, mas me assusto com o roxidão que aquela área mostrava. Quando ele tocou na ferida, o Chris gemeu e vi como estava suando ainda mais do que quando o encontramos.

-- Precisa de cuidados...

-- O senhor pode ajudá-lo?

A Jill pergunta com lágrimas nos olhos e ele sorri.

-- Posso sim, mas precisamos levá-lo depressa até minha casa.

-- Obrigada, senhor.

-- Não se incomode com isso... Jhim, venha e me ajude a carregá-lo.

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