Capítulo 34 - Psicopata

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Sigo pelo corredor sem me importar muito, já podendo sentir olhos me observando e era como se alguém me seguisse. Olho para trás, mas apenas vejo o chão e paredes brancas como se tentassem me impedir de continuar... Só que nada de alguém me seguindo.

Mas isso não ajudava.

E com pessoas conhecendo esse castelo bem melhor do que eu, talvez nem precisassem me seguir e sim, apenas me encontrar por outro caminho.

Quando chego em uma porta, tento abri-la, mas está trancada, então tento a outra. Ela se abre fazendo um ruído alto e irritante, só que entro mesmo assim, me deparando com um lugar grande, cheio de mesas com papeis espalhados por todas as partes e computadores desligados rodeando as paredes.

Abaixo a arma e observo o lugar, sentindo uma pressão gigante dentro de mim, mas eu sabia que não podia parar. Sentia a responsabilidade de dar um passo em falso, mas eu me sentia prestes a explodir... Então minhas lágrimas caem. Sinto a dor chegar e sento em uma das cadeiras, colocando as mãos na cabeça tentando soltar aquilo que estava preso dentro de mim desde que o Leon voltou.

A expressão dele volta em minha mente.

Olhos frios... E doces.

Expressão psicopata... E de gentileza.

Lembranças ricocheteiam em minha mente e me pergunto amargamente se isso teria acontecido se eu não tivesse o deixado na última vez. Me lembro das palavras duras e farpas que trocamos, mas o que digo a ele martela em minha mente com tanta culpa que aquilo me consome.

As lágrimas vêm em peso.

Não sei mais para onde correr.

Sempre fui forte e inabalável, mas isto está sendo demais para mim... Não posso contra ele, não dá para lutar contra alguém que usa o corpo do homem que eu amo desde que conheci.

Os olhos, a boca, o rosto... Tudo.

Ele pode estar mudado, mas ainda é ele.

E se eu matar o psicopata, mato o herói também.

CÉUS, O QUE EU FAÇO???

MEU DEUS, ME AJUDE, POR FAVOR, ME AJUDE!!!

* * * Claire – 2014 * * *

A água morna sempre foi o melhor ponto de escape...

Deitar na banheira e deixar o calor me dominar, era uma sensação prazerosamente inexplicável. Parecia que todos os problemas sumiam e havia espaço apenas para eu relaxar e não pensar em nada...

Levanto minha perna para fora da água deixando a água escorrer por ela, então deito a cabeça na lateral e fecho os olhos com um sorriso nos lábios. Afasto tudo sobre o trabalho da minha mente e me imagino em um campo verde onde eu podia ficar deitada na grama sem nada para me preocupar... Pássaros cantando, o perfume das flores na primavera, o sol tocando em meu rosto e a brisa suave fazendo meu cabelo se espalhar.

Sorrio mais e deixo a perna para fora a balançando com uma alegria que eu não sabia descrever ou explicar, eu apenas... Apenas... Eu apenas estava feliz. Finalmente a palavra "felicidade" se encaixou na minha vida e abracei ela como uma amiga de infância.

-- Hum...

Com um som de interesse, abro meus olhos e vejo ele parado na porta me olhando com um sorriso doce e uma sobrancelha interesseira erguida. Recolho a perna e faço expressão de inocente.

-- Te conheço?

-- Sim, há uns baitas anos.

-- E o que quer comigo agora, hein?

Mente SombriaOnde histórias criam vida. Descubra agora