Capítulo 38 - Presente

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Chris Redfield

Minha cabeça parecia latejar enquanto eu sentia o chão áspero e gélido em meu rosto. Meu corpo inteiro queima e sinto meu machucado voltar a queimar, mas o ignoro forçando os olhos para abrirem.

Ande, Chris...

Pisco com força e depois de alguns segundos, consigo voltar a enxergar algo em minha frente. Eu estava de volta em algum corredor, sozinho. Levanto procurando minha arma, mas nada dela... É claro que tiraram de mim.

Mas e por que não me levaram?

Olho ao redor e o lugar estava em completo silêncio, a não ser pelos trovões do lado de fora das janelas e o barulho intenso da chuva. Me aproximo de uma delas e observo a escuridão lá fora, não vendo sequer um sinal de vida.

Então desvio.

Jill... Claire.

Quem quer que tenha pego vocês... Vai pagar.

E o Leon, consciente ou não... Também.

Eu podia sentir a raiva que eu tentava conter antes, começar a me dominar por completo. Não sei se é isso que eles querem, mas se sim, estão tendo sucesso. Porque quem pegou a Jill e a minha irmã, com certeza sabe que não vou ficar aqui parado esperando. Ou ser amigável.

Eles vão pagar... Todos.

Caminho pelo corredor e abro a primeira porta num baque, sem me importar com o barulho que fazia, mas estava vazia. Continuo pelo corredor e arreganho a próxima, vendo apenas uma sala pequena de espera com um sofá luxuoso ao canto, contornado por plantas para dar um ar mais elegante.

Me afasto e continuo.

Quando abro uma porta com escadas, as encaro e olho ao redor, tendo a certeza de que algo ou alguém me observava. Quem quer que seja que esteja se escondendo de atrás do Leon, nos esperava. Eu, a Jill e a Claire. E sabendo do nosso histórico, certamente não nos deixaria solto por aqui sem estar nos observando o tempo todo.

Por isso o Leon sabe onde nos encontrar.

E espero que ele saiba agora... Porque desta vez eu quero que ele apareça.

Depois de terminar as escadas, abro a única porta a frente e me deparo com um corredor menos bem cuidado, com paredes descascadas e marcas de sangue pelo chão. Enquanto caminho, posso ouvir um barulho insistente vindo de alguma das salas, parecendo que alguém havia se "esquecido" do som alto ligado. Abri porta por porta, apenas encontrando salas pequenas com um odor forte, camas sujas e com marcas de sangue por toda parte.

Ao notar que me aproximo da sala com o barulho, entro e vejo uma sala escura, com uma cadeira no centro dela diante de um telão onde passavam-se imagens dispersas rapidamente.

De repente apareciam flores, campos verdes e pessoas sorrindo... Mas do nada, começavam a aparecer imagens de sangue, dilaceramento, torturas, facas, agulhas e corpos sem vida. As fotografias se intensificavam nesta parte, me deixando a certeza de que eu estava em uma sala que serviu para uma grande lavagem cerebral.

E então minha foto. Da Jill. E da Claire.

Várias fotos da Claire... Primeiro sorrindo, depois como se estivesse morta.

Eu e a Jill aparecíamos em lugares escuros, sempre distantes e sempre manchados de sangue. Então seguia-se de imagens de pessoas próximas a quem assistia aquilo torturando o mesmo. Quem quer que montou isso, queria muito que quem assistisse, achasse que tínhamos algo a ver com sangue, tortura e morte.

E não tenho dúvidas de quem sentou nesta cadeira.

Mas ainda não tenho certeza de quem o colocou para assistir isso.

Mente SombriaOnde histórias criam vida. Descubra agora