ᵃᵘᵈᶦᵉ̂ⁿᶜᶦᵃ ᵖᵃʳᵗᵉ ²

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— bom dia a todos! —a juíza começa a falar— estamos reunidos neste júri hoje para discutir o caso da guarda da pequena Lena Soares. De um lado, temos a progenitora Any Gabrielly Soares e do outro o progenitor Tom LeBlanc. —fala olhando para todos ali— Dr. Lens, faça a leitura do caso, por favor.

— sim, excelência! —um homem que estava sentado abaixo da juíza diz e fica de pé— bom dia a todos! O progenitor Tom LeBlanc afirma que sua ex companheira, Any Gabrielly Soares, não possui condições psíquicas para cuidar de sua filha e não possui uma rede de apoio, além disso, segundo o Sr. LeBlanc, a progenitora o proibiu de ver sua filha e usou de violência para realizar tal feito. —faz uma pausa— já a parte oposta afirma que a Srta. Soares é capaz de cuidar de sua filha e que possui uma rede de apoio sólida se preciso for. Afirma que o Sr. LeBlanc está difamando a progenitora e o acusa de abandono parental após terminar o relacionamento e ir embora ao descobrir o sexo de sua filha. —olha para a juíza e se senta—

— agora iremos começar a ouvir a acusação. Srta. Clarke, traga suas evidências!

A advogada de Tom se levanta e vai até a mesa da juíza levar uns papéis que acredito serem suas "provas".

— bom, para começar eu gostaria de chamar a genitora Any Gabrielly Soares para responder algumas perguntas, meretícima. —sorri para mim—

— solicitação aceita! —faz um sinal para que eu me sente na cadeira ao lado de sua mesa—

— Srta. Soares, é verdade que a senhorita perdeu seus pais há um tempo?

Que droga de pergunta é essa?

— sim...é verdade. —respondi confusa— 

— a senhorita possui outros parentes que estejam vivos aqui no país?

— não, depois que meus pais se foram fiquei só eu e agora minha filha. —a advogada sorri—

— vejam, ela mesma acabou de nos relatar que não possui uma rede de apoio que possa auxiliar, se preciso, na criação da filha. —olha para os jurados— agora gostaria de chamar uma testemunha importante que esteve presente durante toda a gestação da genitora e pode nos confirmar se havia mais alguém que a acompanhava nas consultas além do meu cliente. 

Me levantei da cadeira meio confusa, sem entender bem o que se passava e assim que sentei ao lado de Josh ele me questionou se eu tive alguém me acompanhando na gestação.

— só o pessoal da maternidade...

— chamo para depor a enfermeira que acompanhou a Srta. Soares durante sua gravidez, pode entrar, Srta. Jenna!

Jenna?

Jenna que acompanhou tudo?

Ela...ia depor contra mim?!

Mas...isso não faz sentido!

— Srta. Jenna, é verdade que a senhorita acompanhou toda a gestação de Any Gabrielly Soares?

Jenna sorriu e olhou para mim.

— sim, é verdade! —ela diz— a Dra. Schutz e eu acompanhamos tudo de Any até o dia que sua filha nasceu.

— ótimo! —a Srta. Clarke diz— então, poderia nos dizer como era a genitora durante as consultas? O que ela falava, o que aparentava sentir pela criança...

— claro! —Jenna sorri outra vez— no começo da gestação Any estava um pouco assustada, com medo de gerar o bebê. Afinal era mãe de primeira viagem, algo comum para mim. —fala olhando para a advogada— durante o primero mês eu notei que ela tinha alguns sintomas fracos de depressão e recomendei que ela conversasse um pouco com a psicóloga do hospital. Com o tempo percebi que ela já estava bem melhor! Chegava nas consultas animada e curiosa para saber como estava seu bebê...—ela sorri parecendo se lembrar— o pai da bebê ia em todas as consultas. Não me lembro de sua ausência no início, ele parecia bem feliz com a gravidez também.

— viram? —a Srta. Clarke interrompe sua fala— aqui já temos a comprovação de que a genitora não possui condições para...

— protesto! —Josh diz ficando de pé— acredito que a testemunha ainda não terminou seu relato. Não é possível iniciar conclusões assim, meretícima!

— protesto aceito! —a juíza diz e Josh senta outra vez— Srta. Jenna, prossiga por favor e Srta. Clarke, espere o final o relato. 

— como eu ia dizendo, — Jenna continua— ele parecia feliz com a gravidez. Até que chegou o dia de descobrir o sexo do bebê. Me lembro como se fosse hoje daquele dia. —me olha com um sorriso triste e já sinto as lágrimas caindo de meus olhos— Any estava animada para descobrir se seria mãe de uma menina ou de um menino, mas o Sr. Tom a todo instante dizia "não tenho dúvida de que é um menino." ele repetiu isso algumas vezes durante o exame e quando eu revelei que seria uma menina...ele se alterou. Falou coisas absurdas para Any, disse que ela não servia nem para fazer um filho para ele...—Jenna começou a chorar— desculpem...aquilo me doeu muito. E depois de muitas coisas ditas ele se foi e deixou Any desamparada. Nas seções seguintes Any passou a ir sozinha para as consultas e voltou a ser desanimada, mas eu sempre a incentivei a ser forte pela sua filhinha! —sorri para mim— Depois o brilho em seu olhar voltou e nunca mais saiu!

Eu já estava praticamente sem lágrimas de tanto que chorava. 

Josh, discretamente, me entregou um paninho para que eu pudesse enxugar as lágrimas.

— bem, como a própria Srta. Jenna falou, meu cliente esteve presente durante a gestação da genitora e ela não estava em boas condições mentais para cuidar da criança. —a tal Savannah diz sorrindo— obrigada, Srta. Jenna! 

— a defesa da Srta. Soares está com espaço para trazer seus pontos. —a juíza diz—

— obrigado, meretícima! —Josh sorri e fica de pé— gostaria de começar tecendo um comentário sobre o que acabou de ser dito por minha colega de profissão, a Srta. Clarke. É possível? —pergunta para a juíza que assente—

— tem minha permissão! —ela diz—

— bem, não sei se o que acabamos de ver aqui foi uma ação da parte acusadora ou se fez parte da defesa da minha cliente, afinal, Srta. Clarke, não podemos fazer corte de um depoimento e utilizar apenas o que nos convém. —anda de um lado para o outro— o que a senhorita Jenna trouxe para nós hoje apenas evidenciou o que minha cliente e eu dizemos. O Sr. LeBlanc abandonou minha cliente, ainda grávida, por um motivo fútil. Além disso, minha cliente passou sim por um período depressivo em sua vida porém, como bem foi dito pela testemunha, antes da gestação e nos meses iniciais. Se tratou com uma profissional e, ao analisar que ela estava melhor, a psicóloga liberou a Srta. Soares. Ou seja, minha cliente possui ótimas condições psíquicas. —ele para e olha para trás de mim— agora eu gostaria de chamar uma testemunha que convive com a minha cliente desde o primeiro mês de vida de sua filha. Joalin Loukamaa, venha aqui, por favor.

Josh me contou que iria começar com Joalin porque além de tudo ela é pediatra. Talvez isso ajude um pouco em seu depoimento. 

⛈️🤰🤱🧑‍⚖️

E que comecem os depoimentos!

Os capítulos de audiência vão ser um pooooouco longos, peço perdão:)

A parte três ainda vem!

ᵘᵐᵃ ᶜᵃᵘˢᵃ ᵈᵉ ᵃᵐᵒʳ ⁻ ᵇᵉᵃᵘᵃⁿʸOnde histórias criam vida. Descubra agora