Capítulo 18: Passional

660 62 52
                                    


Júlio César

Eu acordei no hospital sem saber como eu tinha vindo parar ali.

A propósito.....o que aconteceu?

Eu não conseguia lembrar de muita coisa da noite anterior, só me lembrava de ter sido puxado e cair no chão. Depois disso eu só me lembro de flashes, me lembro de uma sala branca, me lembro do Mário segurando minha mão, me lembro da minha tia orando e alguém dizendo que me amava....

"Renato?..."

Eu senti minha cabeça doendo e levei a mão até o local e senti um curativo. Eu tentei me sentir e senti uma dor forte no meu ombro e nas minhas costas.

-Ei, cabeção! Vai com calma ae! - Mário me deitou novamente. - Mãe, ele acordou!

-O que aconteceu?

-Você tá bem agora. É isso que importa. - Mário segurava a minha mão.

-Você deu um susto na gente,Julinho.- Minha tia me disse.

Eu sentia dores no meu corpo, parecia que tinham me atropelado com um caminhão.

-O que aconteceu? - eu perguntei.

Mário e minha tia se olharam desconfiados.

-Acho melhor você descansar agora, Júlio. Depois nós podemos conversar sobre isso. - Minha tia disse.

-Mas eu quero saber o que aconteceu. - eu insisto

-Você levou uma pisa e quase morreu. Em resumo é isso. - Mário disse.

-EU QUASE MORRI?

-Sim e você foi salvo por um cara chamado Rinaldo.

-Ele é um dos meus alunos no Projeto....ai droga eu ia fazer uma atividade legal com eles....há quanto tempo eu tô aqui?

-Você foi atacado ontem. - minha tia disse.

-Meu Deus que horas são?Meu trabalho.... eu tenho que ir...tenho que avisar. - eu tentei me levantar de novo.

-A gente já entrou em contato com eles. Eles sabem que você tá no hospital.

-O que contaram pra eles?

-Que você passou mal no caminho pra aula.

"hummm acho que não pegaria bem dizer que eu fui espancado na favela" pensei.

O médico chegou pouco tempo depois que eu acordei. Ele disse que eu estava bem e o corte na minha cabeça tinha sido superficial. Meu corpo ainda estava doendo um pouco, mas ele disse que com os remédios e o repouso eu iria melhorar rápido.

-Cadê meu óculos? - eu perguntei.

-Infelizmente teu óculos foi de americanas, Júlio. Mas a gente pegou o teu antigo lá no teu apartamento.

-Ah, valeu!

-A gente só não conseguiu mexer muito no teu celular, tá tudo em chinês.

-É pra eu praticar hahahaha! ai! - minha cabeça doeu.

Não sabia que até rir ia me causar dor.

Eu peguei meu celular e consegui começar a mexer e me comuniquei com meu superior do trabalho e mandei minhas mensagens pra minha mãe e pro pessoal do Projeto Social. O café da manhã estava horrível, comida de hospital mesmo em hospital particular é horrorosa! Depois de um tempo eu comecei a jogar no celular e obriguei o Mário a jogar comigo, nem foi tão difícil.

O Dono do Morro : Eu Odeio Amar VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora