Capítulo 85: Mesmo que as Flores Murchem

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Lucas Souza

~1 mês depois~

Eu já estava totalmente recuperado, as fisioterapias nem eram mais necessárias porém eu continuava fazendo os exercícios por garantia e porque eu não queria vacilar e acabar regredindo. Fábio e Jean estão num chamego só! O amor está no ar com todos aqui na casa da Aninha exceto comigo....

Eu já consegui voltar ao trabalho na lanchonete da Aninha e estou me preparando para ajudar no projeto pré-vestibular no Projeto Social da Rocinha, eu fiz uma entrevista com a a diretora do Projeto e ela adorou meu desempenho, agora eu só estou esperando os últimos detalhes serem acertados para que eu possa voltar a fazer o que eu mais amo nessa vida: dar aulas.

Fábio e Jean estão no maior love e o Jean não consegue parar de falar em como ele é maravilhoso o tempo todo, ele virou o apaixonado clássico e meloso e que passa o dia todo falando com o Fábio pelo celular. Júlio e Renato estão muito bem e Barão e Mário também, só eu que fico segurando vela mesmo o Jean e o Júlio ainda insistindo pra saber se eu tenho algo com o Victor mas nós dois somos apenas amigos.

Apesar de já ter beijado o Victor e dormido junto com ele nunca passou disso, quando eu melhorei bastante o Victor me chamou pra visitar ele e passar uma ou duas noites lá, semana passada eu passei o sábado e o domingo com ele no Alemão mesmo sob protestos do Júlio e do Jean. Era estranho estar na casa dele sem ser um refém, eu me sentia mais a vontade lá com ele do que na casa da Aninha por algum motivo estranho.

"Não...na verdade eu sei exatamente o motivo de eu preferir estar no Complexo do Alemão do que na Rocinha agora." eu pensei.

Com o Victor eu brincava e assistiamos doramas juntos,ele tinha um videogame também e nós começamos a jogar juntos sempre que eu ia lá e jogavamos até altas horas da madrugada, até o Fantasma nos acompanhava nas noites de jogatina também. O Fantasma, ou Tomé como era seu nome de verdade, é bem legal agora, eu até faço piadas com a aparência de doente dele mas ele explicou que é porque ele dorme pouco a noite, ele prefere dormir de dia porque o movimento da favela ocorre em maior parte a noite.

O Victor parecia bem melhor e tinha me dito que até o Fábio foi visitar ele esses dias, eu fiquei tão feliz com isso, é tão bom ver como ele está evoluindo. Eu ainda penso em como dizer pra ele que o Mateus está vivo, eu já imaginei algumas situações e maneiras de dizer mas como nunca dá pra saber como o Victor vai reagir a algo eu ainda não contei por segurança.

Eu andei pensando em conversar com o Victor sobre algum tratamento ou terapia pra ajudar nas mudanças bruscas de humor dele ou até em irmos ver um psiquiatra mas vou ter que ser cuidadoso quanto a isso, Victor sabe que não bate bem da cabeça mas a mera menção a ver um psiquiatra ou psicólogo o irritava de uma maneira bem perigosa.

Hoje era sexta feira e eu iria trabalhar na lanchonete como normalmente, eu estava organizando as coisas com a Aninha para seguirmos pro local, ela ainda não me deixava carregar muito peso mesmo eu já estando bem e é muito tocante esse espírito de Mãezona dela. Eu tentei pegar umas caixas e sacolas mais pesadas e ela deu um tapa na minha mão.

-Nada disso! Pega as sacolas mais leves ali ó! - ela apontou pra umas sacolas pequenas.

-Eu já tô bom, dona Aninha. Não precisa de tanto cuidado!

-Precisa sim, menino! Onde já se viu?! - ela saiu resmungando

Mário estava esperando do lado de fora com o Barão, ambos em suas motos pra nos levarem, era uma caminhada considerável até a lanchonete e eu agradecia de não ter que andar até lá. Na moto o caminho durou menos de 5 minutos e chegamos lá e o casal maravilha ajudou a levar as coisas para dentro, a tarde já estava chegando ao fim e em breve os clientes já estariam chegando.

O Dono do Morro : Eu Odeio Amar VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora