Capítulo 95: Sexta-feira em Chinatown pt.3

206 26 12
                                    

Jean Dantas

A gente saiu do restaurante e continuamos nosso passeio pela liberdade, fomos em cafeterias, num shopping que só vendia coisas de anime e o Júlio fez praticamente uma feira inteira de mangás e coisas japonesas, gastou uma fortuna mas ele pode né. Também comprou muita coisa pra gente e avisou que no dia seguinte iriamos pro Bom Retiro, o bairro coreano pra comermos em um rodízio de carnes coreanas.

Lucas e Mateus pareciam se dar bem melhor agora, até estavam conversando de maneira cordial mas o Lucas ainda parecia um maluco olhando pra ele, nós seguimos para o Museu da Imigração Japonesa, o Júlio e o Lucas adoram esses programas culturais mas eu só queria comer e comprar coisas e depois voltar pra casa. Quando pagamos nossos ingressos o Lucas pagou o dele e disse que o Montanha tinha dado um dinheiro pra ele gastar na viagem mas ele não ia gastar nada.

-Tu não vai gastar o dinheiro que teu quase marido te deu? - eu questionei.

-O Montanha é meu namorado, não meu pai! - Lucas disse.

-Apois se o Fábio tivesse me dado dinheiro eu iria gastar até o último centavo! - eu disse.

-Tu tá feito né, bixa? O Fábio é podre de rico! - Júlio disse rindo.

-Quando a gente casar eu vou querer um colar de diamante bem bonito e vários anéis e jóias. Vou virar praticamente virar a Cristina de "Alma Gêmea"! - eu disse rindo.

-"Eu vim buscar as Jóias!" - Mateus disse num tom de brincadeira e todos nós começamos a rir;

-"Eu quero as minhas jóias!" - Júlio disse.

O coitado do senhorzinho japonês ficou olhando pra gente e devia estar pensando "coitados, são retardados!"

Nós subimos e o museu funcionava em andares, você entrava pela esquerda e ia seguindo até o fim onde ficava a escada para o próximo andar. O museu abrangia desde início da civilização japonesa, os primeiros imigrantes, a segunda guerra mundial até a modernidade. Era repleto de artefatos e relíquias que foram doações da comunidade japonesa de todo o Brasil e de seus descendentes, eu tirei várias fotos com as armaduras, kimonos e itens pessoais dos imigrantes, eu tirei várias fotos e selfies e mandei pro Fábio que respondeu reagindo com corações.

Eu parei e fiquei admirando vários itens pessoas que vieram com os primeiros imigrantes, haviam malas, bonecas e vistos de imigração, eu parei pra ler e estava muito admirado com tudo aquilo, eu comecei a gostar do museu mais do que imaginei. Júlio já tinha vindo nesse museus várias vezes mas os olhos dele brilhavam ao ler cada placa, ao admirar cada item e ver cada vídeo, Lucas estava encantado também os os itens, ele observava e tirava fotos dos mais belos para guardar de lembrança.

Eu estava observando alguns itens pessoas dos imigrantes que vieram no primeiro navio para o Brasil , o Kasato Maru, quando o Lucas chegou perto de mim.

-Jean, eu preciso falar contigo. - ele disse sussurrando.

-Fala! - eu disse sem nem olhar pra ele.

-É sobre o Mateus! - ele sussurrou botando a mão na boca;

-Lucas tu já é praticamente casado e eu duvido que o Montanha vai querer te dividir com alguém. - eu disse ignorando ele.

-NÃO É SOBRE ISSO!

-Então é sobre o que? Fala logo e deixa de pantim! - eu perguntei já sem paciência.

-Lembra do que eu te disse quando eu tava na casa do Victor? Que tinha uma pessoa ou uma...coisa me ajudando lá? - Lucas disse cobrindo a boca.

-Lembro. Aquilo foi coisa da tua cabeça que você criou pra conseguir sobreviver aquela amostra de Jogos Mortais que foi sua estadia na casa daquele psicopata. - eu disse.

O Dono do Morro : Eu Odeio Amar VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora