The Dead Come Back To Life: O Caminho Para Crossville

𝟎𝟎𝟑 | Fogo E Sangue

— E eu sou o pastor — retruca Christian. Ele então rasga a foto de Tommy em dois e os pedaços flutuam até o chão como folhas mortas. — Arrancarei os lobos de suas peles, conduzirei o rebanho até o hospital...

Ele faz uma pausa, erguendo o olhar para Blake. Por um instante, Blake recua, visivelmente abalado pelo fogo que arde nos olhos de Christian. Eles brilham com uma intensidade selvagem, chamas ardentes sob uma superfície gélida. Uma sombra densa e ameaçadora envolve seu olhar, revelando uma ira contida e uma dor que não conhece limites. Cada faísca em suas íris ressoa com o clamor de vingança, e as linhas tensas de seu rosto narram a saga de um coração devorado pelo desejo de vingança.

— vou salvar Tommy e vou matar cada um deles — promete Christian, sua voz um sussurro sombrio que carrega o peso de sua resolução implacável.
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O restante da tarde é dedicado a carregar caixas de armas, retiradas da secretaria da escola, e colocá-las em um dos caminhões militares REO M35A2C dos soldados. Esses caminhões partirão em direção ao hospital dentro de nove dias. Às seis da manhã do dia seguinte, quando o sol ainda mal se insinua no céu cinzento, o grupo é despertado pelos soldados e ordenado a se reunir no pátio.

Christian, envolto em uma blusa bomber cinza que promete pouco alívio contra o frio cortante, e calças jeans que parecem absorver a umidade gelada, junta-se aos outros no pátio descoberto. O frio é uma lâmina invisível que rasga a pele, ele sente o ar gélido queima-lhe as narinas. A neve, em sua dança silenciosa, desce com intensidade, beijando o chão do pátio e acumulando-se em pequenos montes que adornam os cantos, repousam sobre as mesas e vestem os carros com um manto alvo.

Ele se posiciona no meio dos vinte e dois jovens reunidos. Avista Maddy no outro extremo do grupo e fica impressionado ao notar que ela aparenta estar um pouco melhor em relação à morte de Steph, ocorrida há dois dias atrás. Talvez ela esteja apenas atuando muito bem; é difícil discernir. Christian também observa os três soldados à frente da multidão. Eles vestem armaduras: rostos ocultos sob capacetes negros que protegem e ocultam suas feições. Cotoveleiras e joelheiras reforçadas ostentam lâminas embutidas, enquanto eles seguram fuzis M16 adornados com baionetas. O soldado do meio toma a palavra com autoridade.

— Por conta do tumulto da noite retrasada, os mortos foram atraídos. Vocês vão limpá-los para nós — sua voz ressoa com firmeza. Em seguida, ele faz um gesto de cabeça em direção à mesa. — As armas estão ali. Peguem.

A multidão começa a se mover em direção à mesa. Neste momento, Christian pensa em intervir. Há crianças de apenas oito anos ali. Como vão lutar? Mas ele sabe que falar agora não ajudará em nada, provavelmente só causará confusão. Resignado, ele se dirige à caixa contendo armas brancas e escolhe uma faca rambo Luatek, enquanto o soldado continua com as ordens.

— Onze de vocês cuidarão da parte de trás da escola. Os demais limparão a frente. Varram os becos e certifiquem-se de que estão limpos. — Ele faz uma pausa, depois brada — VAMOS!
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O portão da escola se fecha com um clangor metálico enquanto o grupo se dispersa pela cidade nevada. Christian e outros dez jovens assumem posições na frente, enquanto o restante se dirige para a parte traseira da escola. A rua está encoberta por um manto branco de neve, onde cartuchos e cápsulas de balas se misturam, desaparecendo lentamente na brancura. As marcas dos pneus do humvee já se desvaneceram, assim como as manchas de sangue, tornando a cena quase surreal. Um odor penetrante, semelhante a peixe podre e congelado, paira no ar, intensificando a sensação de desolação.

À distância, cerca de 18 metros, os mortos-vivos emergem dos becos e dobram esquinas, com seus passos arrastados e hesitantes, dificultados pela neve. Seus braços pendem pesadamente ao lado dos corpos em decomposição, enquanto seus olhos vazios fixam-se nos jovens que avançam com uma mistura de determinação, medo e raiva. Os soldados, armados com M16s, seguem a uma distância prudente, prontos para agir a qualquer momento.