𝟎𝟎𝟔 | A Invasão

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Sam toma uma decisão firme: quanto mais cedo chegarem à Fortaleza e destruírem a horda, mais seguros estarão. A luz da tarde começa a minguar no horizonte, e eles se apressam a recolher armamento, enlatados, kits médicos, e tudo mais que possa caber no velho Winnebago estacionado do lado de dentro em frente ao portão de Crossville.

Louis, com as sobrancelhas franzidas e o rosto tenso de preocupação, segue mancando — mas um pouco melhor — Christian até o trailer, estacionado à sombra do grande portão de Crossville. Sua ansiedade é palpável, como uma mão invisível apertando seu coração.

— Você acha que eles vão nos ajudar? — ele pergunta, a voz carregada de incerteza, enquanto tenta acompanhar Christian, que avança com passos decididos.

Christian se vira com os olhos brilhando com uma mistura de esperança e determinação. Ele pula no degrau do Winnebago, o metal rangendo sob seu peso, e responde com entusiasmo:

— Claro que sim, Louis! Os moradores da Fortaleza são gente boa!

Do outro lado, Henry, vestindo seu inseparável casaco de couro marrom com a gola forrada de lã, se aproxima de Lexie. A katana — com laminas desgatadas refletindo muitos anos de uso — balança levemente em suas costas a cada passo. Ele percebe que o vento brinca com os cabelos castanhos de Lexie, lançando-os sobre seu rosto, e ele gentilmente os afasta, revelando seus olhos focados, mas suaves.

— Você tem certeza de que quer ir conosco? — a voz de Henry é quase um sussurro, carregada de preocupação, enquanto seus dedos traçam um caminho até a barriga dela. — E o bebê...

Lexie sorri com ternura, colocando a mão sobre a dele. Seus olhos encontram os de Henry, cheios de uma serenidade que desmente o caos ao redor.

— Eu estou ótima, Henry. Não se preocupe.

— Talvez seja melhor você ficar aqui, Lexie. — Ele sugere, a voz firme, mas carregada de preocupação genuína. — Precisamos de alguém para proteger Crossville. O Jim e o Carlos não são suficientes.

Lexie balança a cabeça levemente, como se afastasse qualquer vestígio de dúvida.

— O Jeffrey é um homem de confiança. Ele sabe cuidar da comunidade e dos homens que brincam de ser mortos-vivos.

Henry, no entanto, não se dá por vencido. Ele segura o olhar de Lexie, sua voz se aprofundando com a urgência que ele sente.

— Não é só isso, Lexie. — diz ele, umedecendo os lábios enquanto luta para encontrar as palavras certas. — Você é a nossa melhor atiradora. Se avistar algum perigo à distância, pode eliminá-lo antes que ele se aproxime. Precisamos de você.

Ela inclina a cabeça para o lado, um sorriso ligeiramente irônico se formando em seus lábios.

— Carlos é melhor que eu, ele cuida disso. — Ela afirma com uma confiança tranquila, mas seus olhos brilham com uma provocação suave. — Assume que você só está com medo de eu me machucar.

Henry dá um sorriso tímido, o rosto suavizando.

— Estou um pouquinho. — ele admite, a voz baixa, quase envergonhada.

Lexie sorri, agora de forma mais calorosa.

— Você me convenceu. — Ela diz, e sua expressão reflete um misto de amor e resignação. — É que só não queria me separar tão cedo de você. Estamos "oficialmente" casados.

Henry ri levemente, um som que parece aliviar um pouco da tensão que paira no ar.

— Também não queria. — Ele concorda, o tom de sua voz cheio de afeto. — Mas prometo que voltarei logo. Quem sabe quando voltarmos pedimos para Scott dar umas palavras para tornar oficial?

The Dead Come Back To Life: O Caminho Para CrossvilleOnde histórias criam vida. Descubra agora