The Dead Come Back To Life: O Caminho Para Crossville

𝟎𝟏𝟎 | Sem Escapatória

O grupo se prepara ágil e silenciosamente, equipando-se com uma variedade de armas de fogo e brancas. Cada membro assume sua posição estratégica, executando suas funções conforme o planejado anteriormente. Gavin veste um dos dois conjuntos de equipamento de tropa de choque adquiridos por Steph, Maddy e Dennis no início da pandemia. O outro conjunto é usado por Steph, que também faz uso habilidoso do escudo anti-motim. Os quatro policiais seguem o plano meticulosamente, reunindo-se nos fundos do pátio atrás da escola, onde uma brecha no muro está disfarçada com tábuas e pregos facilmente removíveis do interior. Eles saem pelo fundo, passam pelo ônibus e se infiltram na rua sob a cobertura da escuridão da noite e da intensa nevasca.

Enquanto isso, do lado de fora, em frente à escola, a dez metros de distância da barreira de veículos diante do portão, dez Humvees estão estacionados, lançando uma miríade de luzes intensas dos faróis. A neve é iluminada como poeira pela luz das lâmpadas enquanto cai em direção ao asfalto, que está coberto por um manto branco. Exceto pela iluminação dos veículos, a rua está mergulhada na escuridão, assim como o beco por trás dos soldados. Os Humvees estão alinhados em fileiras de cinco de cada lado, entre os quais estão posicionados soldados armados com M16s, trajando equipamentos de proteção com rostos ocultos sob capacetes negros, tornando-os quase indistinguíveis. Coletes, lâminas embutidas nas cotoveleiras e joelheiras ressoam como um presságio sinistro.

Entre os soldados, destaca-se um homem chamado Seth, envolto em um traje negro que parece feito de sombras. Um boné sombrio encobre seus olhos, enquanto um microfone auricular delineia as linhas de sua mandíbula. Um dos soldados entrega-lhe um megafone, e Seth o ergue aos lábios.

— SEI QUE ESTÃO AI — sua voz ressoa alto e claro, ecoando pelas ruas e pelo pátio da escola. — HÁ ALGUÉM COM QUEM EU POSSA CONVERSAR? — Ele faz uma pausa, aguardando uma resposta. — ALGUM LÍDER, TALVEZ? O HOMEM NEGRO? O GAROTO VERBORRÁGICO? OU MINHAS PEQUENAS CRIATURAS QUE FUGIRAM? — Outra pausa, enquanto ele observa atentamente. Dez segundos se arrastam, o silêncio enche o espaço como uma mortalha. — NÃO? SERÁ QUE DEVO CONVERSAR COM O PORTÃO DA ESCOLA?

Nesse instante, uma figura masculina emerge no topo da plataforma elevatória atrás do muro. Veste uma camiseta preta sob o uniforme escolar, cujas mangas curtas são de um cinza escuro profundo, contrastando com o azul intenso do restante do uniforme, onde se destaca no peito o nome "David Ericson School" gravado em branco. Seth reconhece o garoto com cabelos negros e compridos até a metade do pescoço, alguns fios brancos balançando ao vento. É o mesmo garoto que mostrou bravura no hospital, e à primeira vista, Seth não percebe o tremor nele, seja causado pelo medo ou pelo frio. Não há indícios de armas, o que pode sugerir uma rendição ou um acordo. Essa possibilidade atravessa a mente de Seth, enquanto ele observa atentamente a figura distante.

— AQUI ESTAMOS — Seth encara Christian e sua voz é carregada de sarcasmo. — O GAROTO QUE NOS MOSTROU A ESCOLA — ele conclui, com um sorriso que parece mais uma ameaça.

Ele não responde nada, o coração de Christian sempre palpitou com uma intensidade que ultrapassava os limites do normal, e a dor, inerente ao seu problema cardíaco, era uma companheira constante. No entanto, agora, o ritmo frenético de suas batidas é quase ensurdecedor. No topo da plataforma, Christian imagina que os outros presentes também podem ouvir o tamborilar descompassado em seu peito.

— TENHO QUE ADMITIR VOCÊ TEM BAITA COLHÕES DE MOSTRA SEU ROSTO — Seth continua seus olhos fixos no jovem. — MAS NÃO SE PREOCUPEM, NÃO VIEMOS PARA MACHUCAR VOCÊS. — Ele faz uma pausa. — A MENOS QUE VOCÊS NOS FORCEM A ISSO, VOCÊS FARIAM ISSO?  — O sorriso persiste, mas agora é mais sombrio. — VAMOS OFERECER UMA ESCOLHA A VOCÊS: LARGUEM SUAS ARMAS, DEITEM NO CHÃO COM AS MÃOS NA CABEÇA, E TODOS SAIRÃO VIVO, O QUE ACHAM? — Seth finaliza.