𝟎𝟎𝟐 | A Estrada Misteriosa

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Ao cair da noite, quando o céu se torna um manto negro e a cidade deserta se esconde nas sombras, o grupo adentra a escola.

Dois dos quatros estranhos que vieram com Christian são conduzidos à enfermaria. Os quatros são policiais da Geórgia, trabalhavam juntos e são sobreviventes de um mundo em ruínas. Dois deles com ferimentos superficiais.

Um deles é Fritz, o mais velho, com uns cinquenta anos. Seus cabelos grisalhos e sua barba por fazer lhe conferem um ar de desleixo. Seus olhos castanhos carregam um peso de tristeza e cansaço. Suas rugas, como sulcos na pele, revelam os sinais do tempo.

O outro é Joshua, seu amigo de longa data. É um homem magro e compacto, de uns trinta e poucos anos. Tem o cabelo raspado, como um fuzileiro naval.

— Tem alguém aí? — Pete indaga, ao entrar na enfermaria com Christian e os dois homens à espera do lado de fora.

A doutora, que estava deitada em um sofá, onde passa a maior parte do tempo lendo livros de medicina, se levanta e ajeita suas franjas loiras.

— Estou livre... — Maddy responde. Nesse instante, ela nota a figura de 1,58 encostada na porta, de braços cruzados e rosto abatido. Ela congela. — Christian? — ela exclama, incrédula.

Christian, que agora tem 14 anos, está um pouco mais alto e diferente do que Maddy o viu pela última vez. Seu cabelo está mais comprido e por algum motivo — que nem mesmo christian sabe — seu cabelo tem alguns fios brancos que contrastam com os fios escuros e seu corpo mais desenvolvido. Seu rosto infantil está com uma expressão de seriedade e cansaço. Mas, apesar de tudo, o garoto está magro e parece mais novo do que é. Ele esboça um sorriso fraco e forçado para Maddy.

— Oi.

Ela corre até ele e o abraça, apertando-o contra si.

— Que saudade, garoto! — ela diz, com um sorriso. Ela se afasta e olha para os homens desconhecidos atrás dele. — Quem são eles?

Pete apresenta os homens.

— Podem se sentar! — Maddy diz, colocando as luvas.

Desde o início da praga, Maddy nunca se adaptou a sair em missões de busca e lutar contra os mortos-vivos. Apesar de saber o básico — usar armas brancas e revólveres — ela nunca gostou da ideia, mas queria ajudar o grupo de alguma forma. Então, ela decidiu ser a enfermeira da escola.

Ela passou boa parte dos últimos quatro anos lendo livros de medicina que ensinam como suturar, estancar sangue, reanimar um coração. Além dos remédios que já havia na enfermaria, o grupo também assaltou uma farmácia próxima. Pegaram o suficiente para abrir seu próprio consultório, pegaram um pouco de Lanacane para usar em primeiros socorros, lorazepam para acalmar os nervos, Celox para estancar perda de sangue, amoxicilina para infecções, epinefrina para trazer um coração de volta à vida, Adderall para se manter acordado, naproxeno para dor, loratadina para abrir as vias aéreas.

Também pegaram das clínicas da área bombas de infusão, material para soro, alguns monitores, ECG, EEG e outros equipamentos.

Agora, Fritz é o primeiro a ser examinado. Ele se senta na cama da enfermaria, de paredes brancas e iluminação fria. O lugar exala um cheiro de álcool.

— Então... Onde você estava? — ela pergunta a Christian, enquanto examina Fritz.

O garoto, encostado na parede do outro lado, apenas a encara, sem expressão. Maddy o encara de volta, ele parece um enigma, difícil de decifrar. Ela não sabe se ele está bem ou se está triste e apenas está disfarçando. Ela suspira e continua a fazer seu trabalho. O silêncio que paira na sala é constrangedor.

The Dead Come Back To Life: O Caminho Para CrossvilleOnde histórias criam vida. Descubra agora