My Lord

Até que a última chama se apague

...É como um pavio de vela que, se vai apagando aos poucos, queimando, derretendo, dissolvendo com o calor a cera envolta ao seu redor, assim são as lágrimas que escorrem do meu rosto, são quentes e parecem levar meus pedaços ao chão, me corroendo de forma dolorosa...quando uma vela termina de queimar, não dá para reconstruí-la...Assim se esvai meu coração que parece agora tão pequeno,  pois fora esmagado pela verdade que me assombra...

                               " pensamentos: Tian Jiarui

Continuando...

Yibo...

Já fazia uns dias que não dormia direito pensando em algumas coisas, mas aquela noite eu estava muito confuso, a atitude de Zhan havia me deixado meio abalado, ele estava com ciúmes de mim? Sua postura foi como a de um namorado enciumado? Ou eu estava ficando perturbado por ele ficar usando qualquer coisa para me chamar de corta mangas?! Aaahhh!!! Eu Gritava em minha mente para os meus pensamentos focarem em outra coisa, mas as coisas que ele dizia ficavam vindo a minha cabeça, o sorriso sarcástico, a forma que ele me olhava e agia comigo, ele era implicante, mas me tratava bem, agora, antes de eu vir me deitar ele pediu para que eu tome café da manhã com ele de agora em diante, eu sou um criado, isso seria apropriado? Claro que não é! E ele sabe disso! O que Zhan realmente sabe sobre mim? Não importa, preciso sair, devo cumprir o prometido a fundação. Sou o melhor espadachim que eles têm, então preciso pegar o assassino dos meninos. Saio pela janela de trás do meu quarto, me embrenho mata adentro, demorei quase uma hora de cavalo para chegar ao local onde o príncipe herdeiro havia sido mantido em cativeiro. Era uma cabana velha e estava abandonada há quatro anos, entrei, estava lá vasculhando tudo e encontrei algo interessante.

— Uma carta? Mas a tinta está fresca, endereçada ao príncipe herdeiro. — Peguei o papel e segui com as buscas, não era possível que o tal assassino fosse tão imprudente de voltar ao local anos depois e deixar pistas, era provável que alguém queria incriminar outra pessoa pelos homicídios. De repente ouço um estalar próximo e passos apressados, me escondo em um dos cômodos daquela horripilante residência abandonada e, sinto que não estou só no ambiente, ergo minha espada e espero a aproximação, então quando vejo a silhueta dele parto para cima com tudo e ele apara o golpe da minha espada com a dele e a minha lâmina se parte me deixando vulnerável! Fico em choque, pois era a única herança que minha mãe havia me deixado. Mais uma sombra aparece no breu e eu com um cotoco de espada para me defender de dois!

— Meu lorde! Não é o assassino! É Wang Yibo! — Wei diz iluminando o lugar com uma pequena tocha.

— O que fazem aqui?! — pergunto surpreso e Zhan tapa minha boca com a mão e faz sinal de silêncio, pois tem mais alguém na cabana. Wei apaga a tocha e nós procuramos uma saída, num susto a porta do cômodo onde estávamos se abre e um homem muito grande entra por ela com uma *lanterna,  Zhan e eu estávamos embaixo de uma mesa e o homem foi seguindo em direção a ela, Wei era o guarda pessoal do segundo príncipe, sua função era protege-lo mesmo que isso lhe custasse a vida, então ele saiu de onde estava jogando uma pedra do homem.

— Estou aqui! Seu grande idiota! — Ele conseguiu a atenção daquela figura descomunal e correu para fora sendo perseguido por ele. Enquanto nós fugimos de lá no cavalo de Zhan, ele insistia em me carregar na frente, com seus braços e corpo roçando em mim ao mínimo movimento, eu perguntei  algo para tentar me distrair.

— Não deveríamos salvar Wei?!

— Quem tem que se salvar é aquele homem que o seguiu. Wei parece bobo Bo, mas ele é tão competente quanto o guarda pessoal do meu pai. Há uma armadilha esperando o homem, eu deveria ir até ele, mas não vou arriscar sua vida, Wei dá conta. — Fiquei tenso não só por ele ter arrumado uma forma "carinhosa" de se digirir a mim, mas também porque  minha mãe me chamava de Bo e, eu não era alguém importante para ter sua proteção. O que Zhan queria comigo de verdade?