Nascendo o amor

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Na manhã seguinte, Valentin seguiu até o sítio, estava ansioso para reencontrar Patrízia e entregar os presentes que havia comprado.

- Bom dia, senhora Marta.

- Bom dia, lord Valentin, que bom vê-lo assim pela manhã.

- Vim visitar a senhorita Patrízia.

- Ela está ajudando o pai a plantar as novas sementes.

- Eu posso ir até lá?

- Claro que pode, fique a vontade.

- Posso deixar essa caixa aqui?

- Sim.

- Comprei um presente para ela.

Valentin seguiu até os campos e encontrou a sua garota preferida toda suja de terra, abrindo as covinhas para receber as sementes.

- Senhorita Patrízia! - gritou ele muito animado.

- Veja, filha, é o lord Valentin. - disse Runan.

- Onde?

- Vindo ali ao nosso encontro.

- Meu Deus, papai, eu estou parecendo uma cenoura enterrada, tenho mais terra que pele!

-Filha, você sempre está linda!

- Bom dia, senhor Runan. Como vai, senhorita Patrízia?

- Eu estou bem, lord Valentin.

- Vim fazer uma visita, comprei um presente para você.

- Um presente?

- Sim, acho que vai gostar.

- Pode ir com ele, filha, eu termino de abrir as covas.

- Não, papai, já estava terminando.

- Podem ir, aproveita e toma um banho, desse jeito não conseguirão conversar.

- Obrigada, papai, eu te amo.

Seguimos juntos até a minha casa, ele nem se importou com a terra que sujou todo o meu corpo, pegou em minha mão, me abraçou e me beijou.

- Eu estou toda suja, Valentin!

- E o que tem isso?

- Vai se sujar também.

- Não me importo, estava ansioso para te ver.

- E se fôssemos ao rio?

- Eu iria amar.

- Vamos no meu cavalo.

- E os seus pais?

- Eles nem vão perceber.

- Patrízia!

- Confia!

Eu era um pouco aventureira, ele embarcava em todas as minhas loucuras. Ele guiava o cavalo e beijava o meu pescoço, me sentia como nas histórias de amor, onde os príncipes levam as suas princesas num cavalo branco, o meu era um pangaré, mas o sonho é meu, então, imagino o que eu quiser.

- Vem, vamos pular pelos cipós.

- E você já aprendeu?

- É lógico que não, mas eu quero tentar.

- Valentin!

- Confia!

Nos penduramos nos cipós e pulamos no rio, a água estava gelada, mas eu não me importei, pois ele estava comigo.

- Aquela terra já saiu?

- Estava linda toda suja!

- Mentiroso!

Regressar ou escolher te amar?Onde histórias criam vida. Descubra agora