Te dedico somente amor

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Os dois não tiveram nenhum contato mais íntimo, somente se abraçaram, mas a vontade era grande.
Eles almoçaram juntos e a energia era tão boa, que Fiorella conseguia sorrir de tudo o que falavam.
Pessoas que nos amam com o coração verdadeiro, conseguem fechar até as nossas feridas, aquelas profundas que não conseguimos alcançar.

- Estou muito feliz em poder recebê-los na minha casa. - disse Fiorella.

- Ela tem a sua carinha, o seu jardim é perfeito! E por falar nisso, o Steban preparou uma surpresa para você. - disse Antônia.

- Sério? O que é? - perguntou a garota.

- É surpresa, o sítio te espera.

- Foram os melhores dias da minha vida e os mais importantes, pena que acabou de um jeito ruim.

- Não pense nisso, como você acabou de dizer, já passou.

- Você sempre certa, Antônia.

- Já que estamos todos reunidos, gostaria de fazer um pedido ao Noah.

- O que, Álvaro? - perguntou o rapaz.

- Noah, eu quero me casar com a sua mãe, não consigo viver longe dela.

- Casar? Mas como irão fazer? Você mora aqui nessa cidade.

- Ela pode vir morar comigo, tenho uma casa grande, não faltará nada para a sua mãe.

- Vir morar aqui? - disse Antônia.

- Sim, meu amor, você ficará ao meu lado.

- E o sítio, Álvaro? - perguntou Antônia.

- O Noah e a Fiorella irão se casar, eles cuidarão de tudo.

Nessa hora o silêncio foi total, ninguém falava nada, Álvaro soltou a bomba e nem percebeu, foi algo espontâneo. Noah e Fiorella se olharam e as lembranças de outra vida vieram as suas mentes, a partir do momento em que as mãos se juntaram.
Em suas lembranças, o momento do casamento, onde ela vestia um vestido feito pela mãe e Valentin esperava por ela em frente ao rio, um pedacinho da história onde deveriam estar felizes, mas os dois guardavam as tristezas pela morte de Luca e Marta e um incêndio.
As lágrimas caíam de seus olhos ao mesmo tempo, como se tudo fosse parte de uma sincronia perfeita, no relógio, treze e treze, horas iguais.
Os dois abriram os olhos e entendiam que as suas vidas sempre foram ligadas por um laço forte, que mesmo séculos depois, se encontravam para viverem tudo o que estava predestinado.

- Eu sempre te amei! - disse Fiorella.

- Eu te encontrei mais uma vez. - falou Noah.

Antônia e Álvaro eram testemunhas daquele amor e de como a espiritualidade foi capaz de unir dois corações que se procuravam.

- Era para ser, Álvaro, um sempre pertenceu ao outro. - disse Antônia.

- Assim como nós.

- Meu amor, eu também te reencontrei.

- Eu vou te amar para sempre.

Encontro de almas, histórias que precisavam ser vividas, amores que nem mesmo a força da passagem de um tempo para o outro conseguiu apagar, a mão do destino que sempre esteve ao lado e uniu almas que se procuravam.
Na manhã seguinte, Noah acordou cedo e preparou um café, levou para Fiorella que ainda estava dormindo.

- Bom dia, como se sente?

- Bom dia, estou bem.

- Preparei para você, come tudo e vamos dar uma volta.

- Sair?

- Sim! Sair, pegar um sol, podemos andar de bicicleta.

- Noah, faz tanto tempo que não faço isso.

- A sua cura começa por você, precisa dar o primeiro passo. Você quer?

- Me ajuda?

- Sempre!

Ela tomou aquele café gostoso e vestiu um moleton fresquinho, sentou no cano da bicicleta e confiou em Noah, tudo estava em suas mãos.

- Confia, sou fera em bicicletas! - disse Noah.

- Meu Deus, tem certeza? - perguntou Fiorella.

- Absoluta! Confia sem medo.

E lá foram eles, mais uma vez juntos, os sorrisos eram lindos e o amor era visto no carinho de Noah ao beijar a sua cabeça.
Ela sorria de tudo, até da lata de lixo que ele havia derrubado, tudo tão simples, mas que fazia a diferença na vida de quem precisava daquele amor para vencer a escuridão.

- Noah, olha o cachorro! - gritou Fiorella.

- Onde?

E os dois foram parar no chão, quer dizer, naquelas gramas fofinhas do parque. Fiorella caiu em cima dele e as bocas quase se tocaram.

- Meu Deus! Quem te falou que você sabia andar de bicicleta? - perguntou Fiorella.

- Achei que sabia.

- Noah, quase atropelou o cachorro!

- São detalhes!

- Doma cavalos e não consegue guiar uma simples bicicleta!

- Para quem nunca havia andado em uma, até que me saí bem.

- O quê? Você me pediu para confiar!

- Eu menti! Esse lugar é muito bonito! Vamos tomar um suco?

- Depois de tantas emoções, é melhor mesmo.

Eles se sentaram embaixo de uma árvore e Fiorella encostou a cabeça em seu peito, há tanto tempo não saía, não conseguia sentir prazer em viver, se isolou em meio as tristezas que dilaceravam o seu peito.

- O que está fazendo? - perguntou Fiorella.

- Estou escrevendo as nossas iniciais. Você gostou?

- Que legal, ficaram lindas! Acrescenta dois corações.

- Assim?

- O meu e o seu, para sempre.

Ele passou a mão em seu rosto e sentiu vontade de beijá-la, mas o medo da rejeição foi maior.

- É melhor voltarmos, Fiorella, o Álvaro vai me levar ao doutor Frederick agora cedo.

- Noah, não precisa fazer isso, é algo meu, você pode se machucar.

- Isso é algo nosso, das nossas vidas, é importante para você e tu és importante para mim.

- Me machuca o que posso descobrir, dói saber que tudo pode ter acabado de uma forma tão cruel.

- O nosso amor sempre foi sincero, eu jamais te faria mal.

- Me abraça!

Regressar ou escolher te amar?Onde histórias criam vida. Descubra agora