Minha preferida

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Noah e Fiorella saíram a cavalo para conhecerem outros lugares do sítio, a paixão podia ser vista nas mãos que estavam entrelaçadas.

- Perdeu o medo de andar a cavalo?

- Com você perto de mim eu me sinto segura.

- Veja, o riachinho fica atrás daquelas árvores. Consegue ouvir o barulho das águas batendo nas pedras?

- Estou ouvindo, esse lugar é calmo, que paz!

- Essas terras não fazem parte do sítio, mas eu sempre venho aqui.

- Me ajuda a descer?

- Ainda não se sente segura? Ele é seu amigo.

Eles desceram dos cavalos e lavaram as mãos no riacho, a água estava geladinha.

- Noah, que sensação gostosa!

- Sabia que ia gostar.

- Esse barulho da água, parece uma fonte que eu tinha quando era criança.

- Já fiquei aqui por horas, meus pensamentos chegam onde nem as vezes consigo acreditar.

- Me explica melhor?

- Eu viajo no tempo, sinto, vejo, escuto, é como se pudesse me transportar para um lugar onde eu fui muito feliz.

- Eu sinto essas coisas, as vezes me acho estranha, outras vezes abençoada, adormeço em meio à lembranças.

- Nisso parece que somos idênticos, temos o poder de viajar no tempo, será isso?

- Em alguns momentos as minhas lembranças são tristes, em outras eu fico alegre, parecem cenas que doem e outras que curam.

- Ninguém explica o sobrenatural.

- Esse lugar, nunca tinha estado, mas sinto como se já conhecesse.

- Fiorella, eu tinha que te encontrar, é como se algo entre nós precisasse ser resolvido.

- Mas o quê?

- Algo que possa ter te magoado, eu sinto aqui dentro.

- Vamos esquecer tudo isso, a vida é o agora e cada dia não se chama presente por acaso.

- Um presente todos os dias, e muitas vezes queremos coisas grandiosas e nem percebemos que ganhamos novas chances, sempre que abrimos os olhos pela manhã.

- Me via tão distante de tudo isso, trabalhava, comia em horas erradas, dormia e no dia seguinte tudo se repetia. Depois que eu cheguei à esse lugar, percebi que vivia seguindo uma rotina doentia, que me estressava e que eu pouco valorizava o azul do céu, os pássaros cantando, uma boa música, isso nos adoece.

- Você veio para onde o seu coração te trouxe, de forma inconsciente, é claro, mas agora está aqui.

- Eu tenho você, a Antônia e o Álvaro, a beleza de uma vida leve, onde pude me enxergar, me dedicar à coisas que me deixam feliz.

- Era para ser?

- Já estava escrito!

Que beijos trouxessem as respostas e o amor que sempre foi deles, mesmo vidas se passando, o que estava predestinado a ser, finalmente aconteceu outra vez.

- Oi, Uli, como está?

- Quem é ele, Antônia?

- Ele vive pelas ruas, todos da cidade conhecem, adorou a Fiorella.

- A Fiorella conhece esse homem?

- Sim, até ajudou ele a se alimentar.

- O semblante dele é triste.

Regressar ou escolher te amar?Onde histórias criam vida. Descubra agora