Regressar ou escolher te amar?

Coisas do destino

Eu sempre sonhei em encontrar um amor que estivesse por todas as minhas vidas, que fôssemos felizes e nos amássemos até o fim.
Acredito que uma encarnação é pouco para viver tudo aquilo que tanto desejo, eu creio em outras oportunidades, em novos aprendizados e que podemos ser pessoas melhores aprendendo com erros vividos. Me chamo Patrízia, faço parte de uma família muito humilde e vivemos no século XVI, procuro pelo meu grande amor e sei que vou encontrá-lo por aí, em um dia que nem consigo imaginar.
Trabalho na feira da cidade, ajudo os meus pais a venderem o que produzimos no sítio, hortaliças, animais, leite, ovos, de tudo um pouco.
Tenho um irmão que se chama Luca, ele tem apenas quatro anos, é a minha paixão.

- Filha, organiza as folhas e os tomates, seu pai está trazendo as galinhas.

- Mamãe, hoje a feira está movimentada. - disse Patrízia.

- Isso é sinal de boas vendas, estamos precisando trocar o telhado, as chuvas se aproximam.

- E você, meu pequeno, vai vender o seu porquinho? - perguntou Patrízia.

- Eu vou, ele está bem gordo! - disse Luca.

- E o que vai fazer com o dinheiro?

- Vou ajudar o papai a comprar as telhas.

- Que gracinha, vou te morder!

O meu irmão era alguém que veio para a minha vida e só acrescentou coisas boas e me deixa apaixonada pelo seu sorriso diariamente.
A minha mãe é uma guerreira e o meu pai, um herói que cuida de nós com todo o seu amor.

- Trouxe as galinhas, elas estão gordas, são mais caras. - disse Runan.

- Papai, coloca elas no cercadinho, já deixei prontinho. - falou Patrízia.

- Meu amor, você é maravilhosa!

- Temos que ganhar o dinheiro do telhado hoje.

- Nós vamos conseguir.

Os dias de trabalho sempre eram cansativos, mas nos divertíamos também. O papai sempre comprava pão com salame e bolos deliciosos para lancharmos, eu amava aquela correria, os feirantes gritando e as galinhas cacarejando, tudo ao mesmo tempo.

- Alfaces fresquinhas, freguesa. - disse Patrízia.

- Olá, quero esses aqui, estão verdinhos.  - falou a simpática senhora.

- Vai levar tomates? Estão docinhos.

- Acho que sim, os de vocês são os melhores da feira.

Eu embalei tudo com carinho e lá se foi mais uma freguesa satisfeita.

- Mamãe, os tomates estão quase acabando.

- Filha, corre na carroça e pega outra caixa.

- Vou correndo, volto logo.

Saí apressada para pegar os tomates na carroça, que estava parada na entrada da feira, quando de repente avistei um cavalo vindo desgovernado em minha direção, eu quase morri de susto, por pouco ele não passou por cima de mim.

- Meu Deus, você está louco? - perguntou Patrízia.

- Cala a boca e me ajuda! Acho que quebrei o braço. - falou o rapaz.

- Não sabe andar a cavalo? De onde saiu? - ela perguntou.

- De onde saiu você, sua feirante suja?

- Você me respeita, eu quero te ajudar. Como se chama?

- Meu nome é Valentin.

- Prazer, Valentin, meu nome é Patrízia.

- Será que quebrei o braço?