A minha grande dor

5 1 3
                                    

- Oi, meu amor, achei que nem voltaria hoje. - disse Fiorella.

- Trouxe cavalos lindos, precisa conhecê-los. E o Uli, onde está? - perguntou Noah.

- Tenho novidades, ele está falando!

- Como assim?

- Tenho outra novidade.

- Outra?

- O Álvaro chegou, seu papi voltou!

- A minha mãe deve estar feliz.

- Ele passou aqui e seguiu para lá e nunca mais voltou.

- Devem estar aos beijos. Me conta sobre o Uli.

- Amor, vamos entrar, eu fiz uma sopinha, está gostosa.

- Eu queria tomar um banho, vim direto para cá.

- Então, vamos, enquanto se lava te conto tudo.

O banho foi regado à muita conversa boa, onde Noah entendia o porquê de tanta tristeza.
Ele saiu do banho e secava o seu cabelo com a toalha, o resto do corpo estava a mostra e Fiorella se perdia com as palavras.

- O que estava falando, meu amor? - perguntou Noah.

- Oi? - indagou Fiorella.

- Me dizia algo, o que era?

- O quê? Nossa, me deu um branco!

Ele deu aquele sorrisinho gostoso e abraçou o seu corpo, o bumbum durinho era um espetáculo a parte e os braços fortes, esses eram inexplicáveis.

- Como eu vou conseguir viver longe de você? Não me deixa, Fiorella!

- Amor, não vou te deixar, nunca!

Os dois se beijaram e já não conseguiam esconder o tamanho das tristezas e saudades. Viveram muito em pouco tempo, tudo intenso, cheio de lembranças de uma antiga vida que havia ficado presa em um tempo que não voltaria jamais.
Eles eram ligados por uma história de amor que foi interrompida, não puderam viver tudo o que sonharam, mas agora o reencontro aconteceu e se amavam mais uma vez.

- Você sempre será o meu par preferido.

- Te amarei em todas as minhas vidas, eu te amo, Fiorella.

- Noah, o que disse?

- Que eu te amo, que sempre te amei, que eu sempre te esperei.

- Meu amor, como eu posso te deixar se o que sinto é tão forte? Eu te amo, Noah!

Viver, essa era a palavra!
Dor, esse era o sentimento!
Lembranças, essas machucavam!
Momentos, jamais seriam esquecidos!

- Que você sempre seja a minha menina, a minha mulher, aquela que tem o meu coração e por quem me apaixono um pouco mais todos os dias. És o mergulho mais profundo em águas tranquilas, o meu arrepio de prazer ao me tocar, como eu te quis e te quero sempre, muito mais que antes. - disse Noah.

- Que em um outro tempo possamos trocar a guerra de ovos por guerras de beijos, me ouve, universo! - falou Fiorella.

- Te amo!

- Eu também!

Foram trinta dias onde ela pôde vivenciar o que realmente era a felicidade, descobrir o amor nos braços de Noah foi a sua maior surpresa.
A noite seria pequena para aquele amor, mesmo que estivessem juntos já se sentiam distantes.
Dormir em seus braços era a sua grande proteção e durante o sono um sonho mexia com os pensamentos de Fiorella.
Ela estava grávida e sentada em frente ao rio, aquela beleza enchia os seus olhos, foi até a árvore onde estavam as iniciais e chorou, o amor que sentia chegava a doer. Fiorella escutou o barulho de um tiro e passou a mão em seu peito, o sangue corria sem parar, ela desfaleceu aos poucos, estava sozinha, tentou gritar, mas não conseguiu, fechou os olhos e lutava como podia. Ao abrir os olhos, viu que Valentin segurava uma arma, desesperado, ela não tinha mais tempo e se foi.
As lembranças daquele fim trágico, a morte e a dor em seu coração por pensar que ele fosse o culpado.
Fiorella acordou assustada e viu que Noah dormia, pegou uma mala, colocou as suas roupas e levou até o seu carro, o coração estava quebrantado.
Seguiu sem destino por aqueles caminhos, na cabeça somente pensamentos confusos. Se aproximou do rio e olhou para aquela árvore, o seu peito sangrava de tristeza, chorava muito, mas queria encontrar algo, mas o quê?
Andou em círculos, completamente desesperada, arrancava as flores por onde passava e em meio aquilo tudo, lá estava o túmulo dela.

Regressar ou escolher te amar?Onde histórias criam vida. Descubra agora