Te direi sim para sempre

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Após aquele dia em que fizemos a canjica três meses haviam se passado, eu já estava com sete meses, nem acreditava no tamanho daquela barriga gigante.

- Meu amor, precisamos organizar o quartinho do bebê, faltam apenas dois meses. - falou Patrízia.

- O enxoval já está pronto, mandei fazer o berço. Vai querer mais alguma coisa?

- Valentin, quero que coloque as cortinas, estou ansiosa.

- Calma, meu amor, vou fazer isso tudo mais tarde, quero passar na clínica, preciso ver a mamãe, tenho tantas coisas para organizar no escritório.

- Posso ir para a cidade com você?

- Com esse barrigão? Não pode se esforçar tanto.

- Meu amor, eu estou bem, preciso comprar uns vestidos novos, os meus nem cabem, estou gorda igual aos porquinhos do sítio.

- Minha leitoa, vou assar você no forno.

- Engraçadinho!

- Vamos, você pode descansar na casa do meu pai após as compras, a tarde passo por lá e voltamos para casa.

- Não sei, Valentin.

- Qual é o problema, meu amor?

- Nenhum! Depois das compras te espero no café, acho bem melhor.

- Eu vou demorar, Patrízia, você precisa sentar e descansar as pernas.

- Tudo bem, eu fico na casa do marquês.

Seguimos para a cidade e a barriga incomodava um pouco, mas tudo bem, sempre é bom passear por aí.

- Chegamos! Onde quer ficar? - Valentin perguntou.

- Aqui está ótimo, posso andar pelas lojas. - Patrízia respondeu.

- Faça as compras e peça para entregarem no escritório, não carregue peso.

- Sim, senhor.

- Depois siga para a casa do papai e me espere, descanse no meu antigo quarto.

- Combinado! Vou andar por aí, bom trabalho, meu querido.

- Cuidado, minha barrigudinha, come alguma coisa e bebe bastante água.

- Te amo, até mais tarde.

- Também amo você.

Sai perambulando pela cidade, comprei alguns vestidos e encomendei outras roupinhas para o bebê. Fui até a cafeteria, tomei um chá com torradas e descansei um pouco por lá, as minhas pernas estavam inchadas, acho que andei mais do que deveria, a minha barriga estava pesada, me faltava o fôlego.
Me dirigi à casa do marquês Morgan, mesmo que não gostasse muito eu precisava esticar as minhas pernas, bati na porta e ele me atendeu muito surpreso.

- Bom dia, senhor marquês. - disse Patrízia.

- Bom dia! Que bons ventos a trazem? - perguntou Morgan.

- Eu vim fazer umas compras, o Valentin me pediu para esperá-lo aqui.

- Entre, minha querida, a casa é sua.

- Me desculpa o transtorno, só queria descansar um pouco.

- Lógico que pode! Quer descansar no antigo quarto do meu filho?

- Se for possível, senhor marquês.

- Vamos, eu te acompanho. Quer um refresco?

- Não! Acabei de tomar um chá na cafeteria.

Subimos as escadas, ele me levou até a porta do quarto, entrei e me deitei um pouco, meus pés agradeceram aquele relaxamento.

- Que novidade boa, a presa na toca do lobo, coitadinha! A vida nos reserva tantas surpresas. - disse o marquês.

Patrízia dormiu por algum tempo e acordou meio zonza, nem sabia por quanto tempo havia descansado.

- Querida, já está de pé? - perguntou o marquês.

- Acho que já dormi demais, muito obrigada pelo seu acolhimento, marquês Morgan. - respondeu a garota.

- Vamos descer, mandei preparar um chá da tarde para você.

- Muito obrigada, o senhor é muito gentil!

Patrízia desceu os primeiros degraus da escada e o marquês veio logo atrás, as mãos foram elevadas e estavam prontas para empurrá-la, mas a porta se abriu e Valentin chegou no momento exato.

- Meu amor, vim te buscar! - disse Valentin, olhando para o alto das escadas.

- Valentin, acabei de acordar. - disse Patrízia.

- Olá, meu pai, como o senhor está? - indagou o rapaz.

- Filho, que bom te ver, íamos tomar um chá juntos. - respondeu o marquês.

- Que maravilha, estou faminto! - exclamou Valentin.

Os planos do marquês Morgan foram frustrados, por alguns segundos ele poderia ter cometido mais um erro como todos os outros, sem pensar nas consequências destrutivas.

- Amor, acho que dormi demais!- disse Patrízia.

- Deve ter andado muito. - falou Valentin.

- O bebê está quase nascendo, serei avô. - falou o marquês.

- Sim, papai, faltam apenas dois meses.

- Passou rápido, nem percebi.

- Esse chá da tarde está delicioso! - disse o lord.

- Meu filho, vocês precisam me visitar mais vezes, me sinto sozinho.

- Papai, eu estou trabalhando muito e cuidando do sítio, mal sobra tempo.

- Vocês precisam se mudar para a cidade, é perigoso deixar a Patrízia sozinha por lá.

- Eu não quero sair da minha casa, amo o sítio da minha família. - disse Patrízia.

- Minha querida, você terá um bebê, o Valentin é um advogado renomado, não consegue tomar conta daquele sítio.

- Temos pessoas que nos ajudam, não se preocupe, senhor marquês.

- Papai, acordar sem ver aquele rio seria horrível!

- A casa de vocês parece um paraíso.

- É o nosso cantinho, quero ver o meu filho correndo por aquelas terras. - falou Patrízia.

- Ele irá correr, isso é uma certeza! - disse o marquês.

Nos despedimos e fomos embora, só queria chegar na minha casinha, não conseguia ficar por muito tempo longe dela.

- Enfim, sós! - disse Valentin.

- Não me olha assim, Valentin. - falou Patrízia.

- Vou preparar a banheira para nós.

- Amor, quero ficar quietinha com você, andei demais.

- Vou fazer massagem nos seus pés.

Ficamos na banheira juntinhos, a água quentinha relaxava o meu corpo, só queria dormir.

- Vou te colocar na cama. Quer uma massagem? - ele perguntou.

- Meu amor, por favor, olhe os meus pés! - ela respondeu.

- Parecem duas bolinhas, que fofos!

A massagem estava perfeita, ele sabia como me fazer feliz de diversas formas, era o meu Valentin, ele era especial.
Relaxei tanto que acabei dormindo, o meu marido não existia, talvez fosse um anjo protetor.

Regressar ou escolher te amar?Onde histórias criam vida. Descubra agora