Novos tempos

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- Mamãe, já organizei a barraca. - disse Patrízia.

- Vou ajudar o seu irmão com os animais. - falou Marta.

- A feira parece triste sem ele.

- Seu pai andava tudo isso e nunca se cansava, sempre sorria para todos.

- Olá, precisam de ajuda? - perguntou o lord, com um sorriso no rosto.

- Lord Valentin, que bom vê-lo logo pela manhã. - falou Marta.

- Vim ajudar, senhora Marta.

- Meu amor, você não existe! - disse Patrízia.

- Como está, minha princesa? - ele perguntou.

- Estou tentando sobreviver, mas é difícil. - Patrízia respondeu.

- É estranho chegar aqui e não encontrá-lo. - falou Valentin.

- Estamos juntando forças de onde nem sabíamos que existia, é tudo muito recente.

- Trouxeram tudo direitinho, os animais no cercado. Olhe o Luca negociando os porcos, parece o seu pai falando.

- Parece que ele envelheceu uns dez anos, virou o homem da casa. Acorda cedo, tira o leite, cuida dos animais, não deixa a mamãe sozinha.

- Amadureceu através da dor.

- Valentin, tenho medo de não conseguir, eles precisam de mim.

- Eu estou aqui, vamos nos casar e cuidarei de vocês.

- O seu apoio foi fundamental, eu não teria forças para passar por tudo sozinha.

- Você é tão forte, nem sabe a força que tem. Eu te amo e jamais sairei do seu lado.

- Eu também, meu amor, obrigada por sua mão sempre estar estendida.

Nos abraçamos, ter alguém ao nosso lado em momentos difíceis nos trás paz, mesmo que o coração esteja despedaçado.
Ele nos ajudou durante toda a feira, parecia um vendedor nato, conseguiu vender todos os ovos, negociou as galinhas e levou o Luca para comprar bolos, assim como o papai fazia, ver o meu irmão em seus ombros era o mesmo que dizer mil vezes um eu te amo, ele era o meu parceiro.

- Quem vai querer bolo? - perguntou Valentin.

- Mamãe, vamos fazer um lanchinho? - indagou Patrízia.

- Lord Valentin, o senhor está sendo um verdadeiro feirante. - falou Marta.

- O Luca me deu umas dicas, logo ficarei melhor que todos vocês. - respondeu Valentin.

- Já está ficando convencido. - disse Patrízia.

Sentamos no chão e comemos os bolos com suco de morango, por um momento pude ver a mamãe sorrir, o Valentin contava piadas horríveis, ríamos por dó.

- Meu amor, essa foi pior que a outra. - falou Patrízia.

- Patrízia, está me humilhando? - perguntou o lord.

- Só um pouquinho. - ela respondeu.

- A feira está acabando, precisamos organizar tudo na carroça.

Organizamos a carroça e voltamos para o sítio, conseguimos vender tudo, o meu pai deve estar feliz. A mamãe pensou em comprarmos mais duas vacas, ela quer fazer bolos e doces para vender, eu achei a ideia perfeita.

- Mamãe, eu posso entregar os doces na cidade, não precisamos esperar a feira. - disse Patrízia.

- Gostou da ideia, lord Valentin? - perguntou Marta.

Regressar ou escolher te amar?Onde histórias criam vida. Descubra agora