Regressar ou escolher te amar?

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O dia seria marcado por fortes emoções, o nervosismo de Fiorella era visto ao roer as unhas, no balançar das pernas e nos apertos fortes que ela dava nas mãos de Álvaro.

- Minha menina, calma, tudo vai ficar bem.

- O Noah não precisava passar por isso.

- O doutor está conversando com ele, explicando como acontece a hipnose e a regressão, ele te ama, Fiorella.

- Antônia, me perdoa, eu não queria que ele revivesse essas lembranças.

- O amor de vocês só poderá ser vivido, depois que essa mágoa aqui dentro for apagada.

- O meu peito parece querer sufocar.

- Nós jamais te abandonaremos, o nosso elo é muito forte e bonito, esse sentimento que nos envolve é generoso, é paciente, eu sei que essa tempestade irá passar e todos nós poderemos cultivar novos momentos que estarão por vir. - disse Antônia.

- Álvaro, a regressão irá começar, vocês podem entrar. - disse Frederick.

Noah já estava em estado hipnótico, o lugar havia sido preparado para que Fiorella não se sentisse angustiada, a ponto de passar por crises de ansiedade.

- Qual é o seu nome?

- Eu me chamo, Valentin Morgan.

- Em que século você vive?

- No século XVI.

- Quantos anos você tem, Valentin?

- Eu tenho vinte e três anos.

- E a sua família, quem são?

- Eu sou filho do marquês Morgan e minha mãe está internada em uma clínica.

- Ela está doente?

- Ela é triste, só isso.

- E você sabe o por quê?

- O meu pai é um homem muito duro, sem amor, eu não sei.

- Qual é a sua profissão?

- Eu sou advogado.

- Tem outras pessoas na sua vida que são especiais?

- Sim, a Patrízia!

- Patrízia? Vocês tem um relacionamento?

- Sim, somos casados, ela está grávida.

Fiorella escutava tudo aquilo e as lágrimas rolavam de seu rosto. Ele contou detalhes sobre os dois, como se conheceram e até da guerra de ovos, ela podia sentir o quanto foi amada. A parte mais dolorida, foi saber sobre a morte dos pais e do irmão, tudo machucava muito. Álvaro e Antônia não soltaram de sua mão em nenhum momento.

- Valentin, o que aconteceu no dia da morte da Patrízia, você pode me dizer?

- Eu encontrei a Patrízia caída próxima a nossa árvore, escutei um barulho de tiro e corri até a nossa casa, avistei que ela estava caída e vi uma arma no chão, peguei sem pensar em nada, ela me olhou, eu gritei e coloquei o seu corpo em meus braços, mas já era tarde, o meu amor partia, eu perdia quem mais amava.

Noah chorava muito, todas aquelas feridas estavam sendo abertas mais uma vez.
E voltar a antiga vida era tocar em sentimentos que iriam reviver grandes dores, mas tudo isso seria a cura.
A morte de Patrízia foi a dor mais profunda que ele sentiu, chorava abraçado ao seu corpo e gritava desesperado, não podia fazer nada, a sua mulher havia partido e levava com ela o seu filho, aquele que tanto desejaram.

- Meu amor, não me deixa, nós fizemos planos, o nosso filho é aquele amor que semeamos, volta, eu preciso de você.

E tudo acabou!

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