Alguns dias se passaram até que as marcas em seu rosto pudessem sair, ele jamais poderia aparecer diante da mulher que amava com a pele machucada. O que diria? Era melhor se afastar por um tempo, a saudade apertava o peito, mas precisava passar por aquele processo de cura.
Patrízia achava que ele havia viajado, pois Valentin mandou um mensageiro até o sítio para informá-la.
Ela sentia saudades e olhava aquele anel, era como se fosse um pedacinho dele.- Meu amor, está triste? - Runan perguntou.
- Sinto saudades do Valentin, papai. - Patrízia respondeu.
- Ele voltará logo, avisou naquele bilhete.
- Vou até o rio, quero ficar sozinha.
- Está bem, descansa o coração, logo ele estará de volta.
- Mais tarde eu volto, preciso tirar essa tristeza do meu peito.
Subi no meu cavalo e sentia o vento em meus cabelos, a minha pele desejava sentí-lo, era incontrolável.
Me sentei junto aquela árvore onde escrevemos as nossas iniciais, passei a mão naquelas letras e meu peito explodia de amor.- Valentin, eu te amo, volta para mim! - dizia Patrízia, com o coração triste.
- Sentiu saudades? Eu estou aqui, também amo você! - ele respondeu.
Eu virei e nem acreditei que ele estava ao meu lado, nos abraçamos forte, eu queria permanecer dentro de seus braços para sempre. Nos beijamos com uma vontade que parecia incontrolável e naquele momento me entreguei à ele de uma forma tão bonita, sem pensar em nada, só queria viver tudo aquilo ao ao seu lado. Foram entregas de sensações que eram únicas, o seu corpo junto ao meu, aquela troca de energias e o sentimento novo que aflorava dentro de nós, queríamos mais que um dia perfeito, buscávamos a essência de um querer imensurável, eu era dele em todos os sentidos, e ele, sempre fez parte de mim.
Ficamos abraçados embaixo da copa daquela árvore, eu deitei em seu peito e me senti protegida.- Meu amor, senti sua falta. - disse Patrízia.
- Já passou, agora estou aqui, nunca mais vamos nos separar. - Valentin respondeu.
- Foi tão ruim esses dias sem você.
- Eu precisei me ausentar, também morri de saudades.
- Nem acredito no que aconteceu entre nós.
- Foi perfeito, você me faz muito feliz!
- Fica comigo para o resto de nossas vidas, Valentin?
- Dessa vida ou das outras que estão por vir?
- De todas, nunca me deixa!
- E como saberá que sou eu?
- Eu não saberei, eu sentirei.
- Eu também vou sentir, Patrízia?
- Não tenho como saber, Valentin.
- E se nos perdemos em um tempo diferente?
- Prometo te encontrar.
- Promete?
- O nosso amor nos unirá mais uma vez.
- Teremos uma nova oportunidade de continuarmos juntos?
- Eu te quero agora, nessa vida.
- E na próxima, minha menina linda?
- Eu te amarei mil vezes mais e te desejarei como as estrelas necessitam de um céu escuro para brilharem e mostrarem o seu verdadeiro esplendor.
Nos amamos mais uma vez, naquele cantinho onde escrevemos as nossas iniciais, era a lembrança de um tempo onde fomos felizes, numa vida em que nos atraímos através de um querer que nem ao menos conseguíamos controlar. Eu queria muito e Valentin bem mais. Vivemos tudo e sentíamos que era para ser.
Passamos o dia juntos, perdi a conta de quantos beijos trocamos, eu sentia vontade de estar junto, de sentir o cheiro, de ser tocada por ele, tudo intenso, tudo como sempre esperei.
Pulamos no rio e cada vez mais queríamos um ao outro, era um desejo inexplicável, a pele dele encostava na minha, eu não me controlava, era mais forte que eu.- Valentin, serei para sempre sua. - disse Patrízia.
- Me quer mais uma vez? - ele perguntou.
Ele beijou o meu pescoço e me encostou numas pedras, cada carícia sua deixava o meu corpo completamente arrepiado, eu só queria me entregar.
Tudo o que aconteceu entre nós mexeu com os meus sentimentos de uma forma inebriante, estava completamente entregue aquele homem que me fez sentir um amor difícil de explicar, vivê-lo seria bem melhor que entendê-lo.- Vou seguir por esse caminho, assim ninguém poderá me ver. - falou Valentin.
- Está bem, meu amor. - respondeu a garota.
- Amanhã venho te visitar no sítio, podemos passar a manhã juntos.
- Vou te esperar.
- Eu amo você, meu peito sente tristeza ao ter que te deixar, és minha paixão, a mulher que me deixa bobo, que arranca de mim suspiros vindos da alma.
- Eu também te amo e finalmente te encontrei.
Segui para casa ao cair da tarde, nem sei como conseguiria disfarçar toda aquela felicidade.
- Filha, como foi o passeio? - perguntou Marta.
- Oi, mamãe, foi inesquecível! - ela respondeu.
- Voltou com uma carinha mais alegre.
- Andar por aí sempre me fez bem.
- Toma um banho, já estou preparando o jantar.
- Estou indo. Onde está o papai?
- Está catando os ovos com o Luca.
- Vou me lavar, até daqui a pouco.
- Até, meu amor.
Esse dia ficaria guardado em minhas melhores memórias. Eu te amo, Valentin, tudo foi lindo, te desejo sempre mais e mais.
O amor jamais conseguirá ser medido, entendido ou explicado, é melhor que seja vivido, sentido e compartilhado.
Viver sempre será o segredo para abrir portas incríveis, com caminhos que nos levam à sensações completamente extraordinárias.- Valentin, vejo que o seu rosto não tem mais aquelas marcas. - disse Morgan ao vê-lo chegar em casa.
- Elas saíram, meu pai. - respondeu o rapaz.
- Onde estava?
- Fui jogar cartas com alguns amigos.
- Achei que estava com a feirante.
- Vou vê-la amanhã cedo.
- Espero que pense no que conversamos.
- Eu entendi perfeitamente, meu pai.
- Melhor que seja assim.
- Vou tomar um banho e desço para jantarmos juntos.
- Vou esperá- lo.
A carinha dele subindo as escadas era linda, o sorriso de apaixonado, os olhinhos que brilhavam, eram causados por tudo o que viveram.
Ele se deitou em sua cama e só conseguia lembrar da sua pele, dos seus beijos e das carícias que trocaram.- Te amarei nessa, em outra vida, em novos momentos ou em outro século, te quero com a intensidade de um raio em tempos de chuva, minha Patrízia, como és perfeita! Essa saudade nunca sai do meu coração, amo você, meu amor, meu eterno amor. - pensava Valentin.
Os dois viviam as sensações de um amor que era feito de entregas, onde as lembranças deixavam os corações ansiosos por novas descobertas.
Estavam em seus quartos em meio a pensamentos que os levavam um ao outro. Podiam se sentir, sem que pudessem se tocar, as almas desejavam o encontro mais uma vez.- Amo você, Valentin. - disse Patrízia.
- Te amo, Patrízia, que meus pensamentos te tragam até mim. - Valentin respondeu.
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Regressar ou escolher te amar?
RomansaAlmas que se procuram e amores que precisam ser vividos. Histórias marcadas por momentos fortes e carregados de emoções. Dois séculos diferentes, onde eles foram em busca do que tocava o coração. Valentin e Patrízia, Noah e Fiorella, vidas que se bu...