Um amor irrecusável

Capítulo 9

No dia seguinte, Juliette acordou tarde e se deparou com Rodolffo dormindo ao seu lado. No início o susto veio por que pensou em acordar sozinha, mas depois do impacto inicial ela ficou olhando para ele adormecido.

Seus olhos correram pelo corpo dele que estava coberto apenas por um short e sua mente era curiosa. Imaginou coisas e engoliu no seco. Logo levantou da cama e cobriu Rodolffo com o edredom que ela usou. Manteve as cortinas do quarto bem fechadas, enquanto tomava um banho.

Depois do banho, se arrumou e foi tomar café, enquanto Rodolffo permanecia adormecido.

Fez sua refeição tranquilamente e depois pediu algumas coisas para levar para o quarto, mas foi tomada pela dúvida, não sabia os gostos de Rodolffo.

Esse problema precisava urgentemente de uma solução. Eles não poderiam ir a Lisboa dessa forma, seria um fracasso total.

Retornou ao quarto e Rodolffo já estava acordado com a cara de ressaca.

- Trouxe um café para você. Toma...

Ele não recusou e foi bebendo o líquido.

- Eu não sei nada sobre você. Precisamos combinar algumas coisas.

- Sim, vamos fazer isso, mas eu preciso acordar ainda.

- Tenta comer, ajuda bastante.

- Agora só o café é suficiente.

Rodolffo levantou e foi até a varanda. Tomou um pouco de sol e depois entrou no quarto. Tomou um banho frio, fez as demais higienes e depois comeu as coisas que Juliette lhe trouxe.

- Eu pensei em fazer um quiz, que tal?

- Pode ser.

- Você ler as minhas respostas e eu leio as suas.

- Muito bom.

...

Horas depois o quiz começou.

- Idade? 25 anos. - eu achei que fosse menos Juliette.

- Idade? 32 anos. - Eu achei que fosse mais.

- Formação? Direito.

- Formação? Engenharia civil. - que massa.

- Idiomas fluentes? Português e espanhol.

- Os seus são Português, espanhol e inglês. Isso é massa.

- Sua cor favorita? Amarelo.

- A sua é a azul. Me lembrei de uma música que diz: " verde faz azul com amarelo".

- Um elo com todas as cores para enfeitar...

- Isso... Djavan. Amo a música popular brasileira.

- Um sonho atual? - Rodolffo fez uma pausa. - É sério que tem esse sonho Juliette?

- Sim. E você não respondeu essa, responde?

- Então me diga outro sonho. Ser mãe não é uma alternativa.

- Não diga isso...

- Isso aqui gera um contraste... Meu sonho não é ser pai.

- Isso não tem nada a ver com você, só comigo.

- Meu pai sabe que eu não quero filhos.

- Pois vai mentir e dizer que quer sim.

- Isso vai criar expectativas...

- Nós vamos nos divorciar, é só da boca para fora. Nossa relação não vai existir um filho.

- Eu fiz vasectomia.

- Mas sabem disso?

- Não.

- Então não problematize. Uma comida favorita? Feijoada Rodolffo...

- Sim e a sua também.

- Sua bebida favorita é água?

- A sua também, afinal é a melhor que existe.

- Como nos conhecemos?

- Qualquer versão que você disser, eu concordo.

- Pensei em dizer que foi no escritório que eu trabalhava, o quê acha?

- Muito bom.

- O primeiro encontro? O quê falamos?

- Num restaurante a beira mar.

- O primeiro beijo?

Eles se olharam e sorriram automaticamente.

- Depois do primeiro encontro Rodolffo... Isso é meio óbvio.

- É verdade. E a primeira vez?

- Aí é demais, ninguém vai perguntar isso.

- Tudo é possível, minhas irmãs são muito curiosas. Até o método contraceptivo vão querer saber.

- E se quiserem saber, qual eu digo?

- Escolha o quê você usa... Por mim tudo bem.

Juliette ficou sem graça e sem reação, mas resolveu insistir para ter a resposta.

- Temos que decidir juntos...

- Camisinha... É melhor dizer isso.

- Tá bem. O quê falta?

- Coisas que você não tolera Juliette?

- Ser enganada e que me contem mentiras.

- Hum... Vamos enganar a todos.

- Vamos fingir que é verdade. E você o quê não tolera?

- Ser contrariado.

- Estou preocupada, não sei se vamos convencer.

- Vamos sim. É só seguir o plano.

- Quantos filhos queremos ter?

- Um só.

- Dois está bom.

- Meu pai vai ficar chocado com isso.

- É bom que isso convence ele e a sua família toda.

- Viajamos depois de amanhã.

- E nós não vamos a Brasília antes?

- Não. Mudei os planos.

- De que forma?

- Esse fim de ano não retorno mais ao Brasil.

- O quê?

- Ficará em Lisboa até o final do acordo e depois volta ao Brasil.

- Não me avisou nada sobre isso antes.

- Eu decidi isso hoje. Mas Lisboa é incrível, você vai gostar.

Juliette ficou calada e Rodolffo tocou nela.

- O quê foi?

- Minha vida vai mudar muito e eu preciso avisar a minha mãe.

- Avisa. Não tem problema.

- E se sua família me odiar? Como será essa convivência?

- Não vamos morar todos juntos, teremos a nossa casa, Deus me livre não ter privacidade.

- Menos mal.

Rodolffo e Juliette tiveram uma tarde e noite mais agradável, tentando descobrir o máximo um do outro.

...