Capítulo 13

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Rodolffo não disse mais uma palavra, mas Juliette ouviu um tinir de alguma coisa metálica sobre a mesa de vidro que tinha no quarto e depois ouviu Rodolffo abrindo a mala.

Percebeu que ele demorou um pouco de tempo no banheiro e quando saiu Juliette sentiu o cheiro do seu perfume. Ela fechou os olhos com força e queria dormir, mas ouviu quando a porta bateu e só depois abriu os olhos.

Com dificuldade levantou da cama e viu a aliança de Rodolffo por sobre a mesa de vidro. Pegou a jóia e com raiva teve vontade de jogá-la pela janela, mas resolveu guardar e fingir que não sabia o paradeiro para irritar Rodolffo.

Não dormiu mais e viu o sol nascer três horas depois. Seu pé estava dolorido, mas nada abalava tanto quanto a saída da madrugada de Rodolffo.

...

Rodolffo por sua vez amanheceu o dia vendo o quebrar das ondas. Isso lhe trazia calma e uma tranquilidade que ele necessitava.

Pensou sobre sua vida. Repensou suas escolhas. Reviveu momentos.

" Outubro de 2010.
Capital Paulista, Brasil.

- Isso tudo é culpa sua. Minha vida está arruinada Rodolffo.

- Não diga isso... Esse bebê é uma benção Monique. Nós vamos conseguir dá o melhor para essa criança.

- A minha carreira... Rodolffo nenhuma marca vai me querer grávida. Eu vou ficar horrível. Vou me acabar. Nenhuma modelo consegue ser a mesma depois de uma gravidez.

- Monique não precisa mais trabalhar. E não pense que vai ficar feia por que isso é impossível.

- Eu não quero esse bebê e você vai me dá dinheiro para tirar.

- Me peça tudo, mas isso não. Monique não seja desumana.

- É um câncer... Essa criança é como uma doença maligna que eu não quero que esteja em mim.

- Não diga isso.

- Eu não gosto de você Rodolffo. Eu me envolvi contigo por dinheiro e status.

- Monique eu não fiz nada sozinho. Pare de me agredir com palavras. Se não quer ficar comigo, não vou te obrigar, mas não vai tirar essa criança.

- Quantos anos temos juntos?

- Dois anos e três meses.

- Como aguentei tanto? Você é um careta... Um homem acomodado na sua própria mesmice. Dominado pelos pais, pela irmã mais velha... É um molecão que quer ter um boneco para brincar. As vezes brinca de ser engenheiro por que ninguém te leva a sério.

- Escute aqui... Pare com isso agora. Não vou aguentar tantos insultos.

Monique saiu do apartamento que eles dividiam depois de muito discutirem, indo atravessar a rua movimentada sem olhar para os lados atentamente. Sendo colhida por um veículo em alta velocidade. Partiu cedo demais e levou consigo o filho que esperava."

Quando o sol ficou quente, recolheu-se e fez o caminho de volta ao hotel.

- Ei rapaz... Sua esposa está bem? - perguntou um homem que vendia água de coco.

- Está bem. - ele respondeu seco e sem muita reação.

- Tenha paciência. Tudo se ajeita com o tempo. - aconselhou e Rodolffo abanou a cabeça.

Quando pôs os pés no seu quarto, não achou Juliette e dessa vez não iria dá um passo para encontrá-la se ela fugisse.

Mas logo percebeu que ela não deveria ter ido longe por que suas coisas estavam ali. Incluindo seu telefone celular que estava tocando.

- Alô.

- Juliette, meu amor. Aqui é o Adailton.

- Minha voz parece a da Juliette?

- Quem é você? Isso é um homem?

- Sou um homem e sou o marido de Juliette.

Adailton gaguejou do outro lado da linha.

- É isso mesmo que ouviu. Eu casei com ela. Marido e mulher já ouviu falar? Não ligue mais para ela.

Rodolffo iria desligar a chamada quando Adailton o fez mudar de ideia.

- Ela me dizia que era pura. - Adailton chorava e Rodolffo ouvia atentamente. - Ela me pedia para esperar o momento certo, que no dia do nosso casamento viria a sua entrega, mas ela casou com você. Isso é mesmo verdade?

- Claro. Se não aconteceu nada entre vocês no passado, agora que não irá acontecer mesmo. Esqueça em definitivo a minha Juliette, entendeu?

- Ainda não acredito que seja real. Juliette não faria isso comigo.

- Fez e como fez.

A chamada foi desligada e frente a Rodolffo estava Juliette.

...


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